- Eu nem sabia que você tinha voltado à cidade, Yachi-san, que saudade...
- Ouvir você me chamar de "Yachi-san" de novo foi quase uma facada de saudade – Yachi admitiu, e Hinata deu uma de suas risadas deliciosas, que enchem o peito de todos ao redor de uma luz de alegria pura e mútua. – É bom estar de volta. É bom ver vocês dois de novo. Como andam as coisas?
Hinata quase se coçava para contar todos os detalhes sobre Kageyama a ela e a Yamaguchi, também presente e que fora um incrível apoio e testemunha de todo o processo deles. Notando a inquietude, os dois olharam para ele – Yamaguchi só não repetia o exato sorriso animado de Yachi por estar com a boca ocupada com uma caneca particularmente deliciosa de café americano.
- Bom... Lembra que eu contei sobre o Kageyama, quando a gente se formou? Então—é uma história muito louca – Hinata se interrompia a todo momento, e Yachi se alegrou em só concordar com acenos e ouvir, o mais atenta e interessada possível. – Eu... Encontrei ele de novo no campus da universidade, a gente voltou a se falar, ele flertou comigo algumas vezes...
- Que fofo!
- É, deixa eu terminar. Uhm, aí nós começamos a discutir porque ele tinha de ciúme de todo mundo que tentava qualquer coisa comigo. Até com o Kenma, que só 'tava brincando com ele, e 'tá noivo de outra pessoa. Eu não 'tava entendendo de onde esse ciúme vinha, e acaba que...
Hinata respirou fundo. A história parecia ainda mais turbulenta quando ele tentava resumi-la sem todo o sentimentalismo, mas o que ele podia fazer? Ele e Tobio sempre foram turbulentos, tempestuosos de um jeito. Até que derramar a água da chuva trouxe dias ensolarados de volta, e aparentemente, a longo prazo.
– Nós tivemos uma discussão feia e bem sentimental depois que um cara deu em cima de mim e ele viu—o cara em questão era comprometido, mas isso é história pra outra hora. Ele chorou na minha frente e tudo o mais, e acaba que...
- Acaba que?
Hinata era fisicamente incapaz de contar a reviravolta da história toda sem sorrir como um idiota, sentindo-se corar e batendo os pés embaixo da mesa como uma garotinha colegial com seu primeiro namorado. E só pelo olhar de Yachi, ele sabia que ela já tinha deduzido o final da história.
- Ele me amava esse tempo todo. O tempo todo. Ele não disse que me amava quando eu disse primeiro porque achou que eu estava me despedindo dele – A última frase foi o que realmente pegou de Yachi de surpresa, surpresa tamanha que ela quase cuspiu fora a bebida gelada que tomava. – Então você concorda que é ridículo, né? Como se eu soubesse viver sem aquele idiota na minha cola!
- Você não ficou dois anos no Brasil, e outros dois sem falar com ele?
Hinata se sentiu corando de novo, mas de vergonha de sua própria declaração de dependência. Talvez ele soubesse viver sem Tobio, afinal – mas aprendeu a muito contragosto.
- É... Mas eu nunca deixei de amar ele. Nem por um segundo.
Yamaguchi só concordou, sabendo que era a mais simples verdade – os dois idiotas se mereciam ao máximo depois de tantos anos correndo em círculos. Ele e Yachi comunicaram o pensamento só com um olhar, a amizade de anos ainda forte no quesito telepatia imaginária.
- E eu até consigo entender porque ele teve esse medo, naquela época. Ele perdeu tanta coisa em tão pouco tempo... E eu era... Tudo o que ele tinha – Hinata comentou, quase como um pensamento a si mesmo meramente vocalizado. Olhou para os amigos e deu um sorriso de consolo com razões inexplicáveis, quando ele parecia quem mais precisava de consolo pelo pensamento. – Mas acho que foi melhor assim. Eu consigo entender ele em um nível muito mais profundo agora por causa do que eu aprendi no curso.
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Que História É Essa?! (Haikyuu!!)
Fanfiction" - São Longuinho, São Longuinho... Se eu achar o amor da minha vida, eu dou vinte pulinhos." No qual ex-jogadores de vôlei do ensino médio enfrentam as dificuldades e artimanhas da vida adulta. ✧*:.。. | Sequência ficcional / Caracterização LGBTQIAP...