Kiyoko correu atrás de Yachi pela cidade como nunca correu atrás de nada na vida.
Principalmente porque ela não sabia onde Yachi tinha se enfiado depois de passar pela loja e sumir completamente – sem deixar recado, sem ligar, nada. Kiyoko poderia muito bem estar arriscando demais por uma garota, mas depois de todo o incentivo que recebeu de seu melhor amigo? Era a última de suas preocupações.
Além do mais, Yachi nunca deixaria de ser seu primeiro amor. Poderia só ser a primeira de muitas – o pensamento arrepiava Kiyoko por motivos demais para se listar – mas ainda assim, seria a primeira. Ela era especial, era única, e Kiyoko seria sempre grata pelo mundo que sua mera existência fez desbravar.
Em todos os quesitos, ela deu sorte. Sorte de ter conhecido Yachi quando a conheceu – sorte de ter se apegado ao ponto de se apaixonar por ela e poder reconhecer o fato como era – sorte de ter a maior base de apoio do mundo o mais próximo possível.
Sorte de encontrá-la no instante em que cogitava desistir de procurar e tentar outro dia.
Ela nunca tinha visitado aquele restaurante de sushi em pouco, por ser pouco natural àquela parte da cidade. Mas dada a alegria de Yachi de reconhecer o exato gosto do que lhe era servido, dada a graça com a qual ela cumprimentava os funcionários, aquele podia ser seu lugar favorito no mundo. Kiyoko teria que começar a tomar nota dessas coisas que elas... Dessem certo.
Mas o mais importante, afinal, é que ela estava linda. Havia um ar perfeito para cortejo e gracejo cercando-a, sozinha numa mesa ao ar livre, sob a fraca luz de decorativos, simplesmente... Linda, tão linda que a pobre e perdida Kiyoko não conseguia pensar em outra coisa.
Ela ignorou a multidão se agrupando dentro do estabelecimento para algum tipo de happy hour e deu a volta pela cerca, aparecendo atrás de Yachi. De algum jeito, a loira soube ter companhia, e seu olhar de surpresa em ver Kiyoko tão subitamente não podia ser mais adorável. Uma bolinha de luz se acendeu no peito de Kiyoko.
- Oi. Eu, uhm... Eu preciso falar com você.
Yachi jogou um guardanapo na mesa, enfiou dois bolinhos de sashimi na boca em sequência – mesmo assim, não podia ser uma princesa mais delicada nas lentes cor-de-rosa de Kiyoko – e se levantou, deixando uma bebida pela metade e uma nota de 500 ien na mesa. A completa falta de hesitação em seguir Kiyoko para o que quer que fosse era quase irônica.
A noite estrelada ameaçava abrir espaço para uma chuva, como os jornais previam há mais de uma semana, mas Kiyoko não hesitou em guiar sua honrada acompanhante até um cenário a céu aberto, mas vazio. Precisavam de privacidade para oferecer palavras de amor, e Kiyoko precisava da certeza de que estaria expondo as profundidades mais negras e vergonhosas de seu coração apenas a quem as verdades dolorosas que ela empurrava para dentro envolviam.
Algumas coisas só podiam ser ditas a dois.
- Uhm... Kiyoko-san?
A língua de Kiyoko secou na boca como uma bola inútil de algodão – não era a primeira vez que ela enfrentava tamanho nervosismo, mas era a primeira vez que parecia tão romântico. Era a primeira vez que a possibilidade de uma recompensa compensava em mil vezes o risco a se tomar.
Por ela, Kiyoko dizia a si mesma. Pela Hitoka, eu corro esse e qualquer risco.
- Hitoka-chan, eu... – Kiyoko se interrompeu, sentindo falta de como o nome soava na língua. Seu olhar de surpresa ainda era a coisa mais adorável a ser vista, um colírio para os olhos até nos piores momentos. – Eu preciso falar com você sobre uma coisa séria. Seríssima.
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Que História É Essa?! (Haikyuu!!)
Fanfic" - São Longuinho, São Longuinho... Se eu achar o amor da minha vida, eu dou vinte pulinhos." No qual ex-jogadores de vôlei do ensino médio enfrentam as dificuldades e artimanhas da vida adulta. ✧*:.。. | Sequência ficcional / Caracterização LGBTQIAP...