Somos rosas, que quando cuidadas se tornam lindas, mas quando não são, morrem.
A vida nos faz tomar escolhas, Luise escolheu se casar por algo que ela achava ser amor, mas para um casamento ser firme ele precisa que ambos os lados queiram o mesmo...
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— Você tem que contar tudo isso que me disse, pro juiz, o caso do Alex está em aberto, pois ele diz que não sabia das merdas que estavam acontecendo. Se você dizer da relação dele com o tal Jorge, isso vai incriminar ele. Sem contar as outras coisas— Olhei entre meu pai e o advogado, balancei a cabeça lentamente.
— Acha que é válido contar do nosso casamento?—Indaguei.
— Se o juiz te perguntar, provavelmente ele vai, vai perguntar porque vocês se divorciaram, aí você pode contar tudo.
O início do processo do Alex iria ser em dois dias, e eu já estava me preparando para depor. Quero estar preparada, pois pelo que ele me contou. A defesa do meu ex marido pode até querer me enfiar nessa merda.
— Vou contigo no dia do depoimento— Meu pai disse e eu sorri, me sentiria melhor com ele lá comigo.
Terminamos nossa reunião e eu saí do hotel, peguei um táxi e fui direto para o meu trabalho. Depois que eu e o Gabriel voltamos da viagem da casa da mãe dele, tudo ficou corrido, e nós não conseguimos nos ver com frequência, hoje ele marcou de me buscar no trabalho.
Cheguei na loja e fui direto até meu armário, toquei de roupa e prendi meu cabelo num coque. Parei perto do balcão e passei a língua pelos lábios observando o movimento na loja. Essa hora era mais tranquilo.
— Oi— Virei a cabeça para o lado e encontrei Vanessa com um sorriso no rosto— Tudo bem?
— Aham, e com você?
— Também estou bem— Ela se encostou no balcão e me olhou pensativa— Queria te pedir desculpas…— Ergui a sobrancelha surpresa— Por ficar insistindo no Gabriel, é que eu também estava curtindo ele, mas já vi que vocês estão juntos, desculpa.
— Tudo bem— Falei— O importante é que você entendeu.
—Fiquei bem invergonhada na verdade, pela minha atitude.
— Tá tudo bem, de verdade— Ela suspirou e parecia aliviada.
Pegou o cardápio encima do balcão e saiu indo atender um casal que à chamou. Voltei minha atenção para um mulher que entrou na loja e fez seu pedido. Depois disso, nem tivemos tempo para falar muito, mas estava feliz por ela tem senso e parar de ficar encima do Gabriel.
O movimento na loja foi bom, parei na hora do almoço e comi a comida que minha mãe fez, uma hora depois voltei ao trabalho. Hoje eu sairia as quatro da tarde, então passou rápido. Peguei meu celular e enviei uma mensagem para Gabriel.
LUISE: Já vou sair.
Gabi: Já vou te buscar. Qual sua flor favorita?
Franzi a testa.
LUISE: Rosas vermelhas.
Enviei e pisquei um par de vezes quando o online dele simplesmente sumiu. Ele nem me respondeu. Que coisa, viu. Dei de ombros e fui até o meu armário, peguei minha mochila e fui até o banheiro. Troquei de roupa, como vamos sair, peguei um vestido branco abaixo dos joelhos, justo com decote reto encima e coloquei ALL Star. Soltei meus cabelos e penteie, não tinha muito o que fazer, passei um pouco de gloss e perfume e depois coloquei a mochila nas costas.
—Tchau Vanessa— Falei passando por ela.
— Tchau— Disse e foi até um cliente.
Sempre era assim, um dia ela saia mais cedo e outra eu, os demais dias a gente saia juntas.
Abri um sorriso do lado de fora da loja e mandei outra mensagem.
LUISE: Já sai.
Gabi: Estou chegando.
Olhei em volta vendo o pouco movimento na rua e enfiei o celular na bolsa. No finalzinho da rua vi o carro cinza se aproximando e sorri. Gabriel se aproximou e saiu do carro.
Arregalei os olhos vendo o buquê de rosas vermelhas em sua mão.
Ninguém nunca me deu flores.
Ele se aproximou e me deu um beijo calmo, desci meus olhos e sorri.
— Eu amei— Falei.
— Nunca mais eu vou te perguntar, pois já gravei na minha cabeça suas flores favoritas.
— Obrigada— Falei pegando o buquê e dei um cheiro delas.
— Você merece— Ele abriu a porta do carro pra mim…
A primeira coisa que eu percebi, foi o barulho alto de tiro, logo depois as pessoas gritando em volta e somente depois eu deixei o buquê cair. Gabriel me olhou e arregalou os olhos, desci meus olhos lentamente até meu próprio peito. Abri a boca vendo o sangue começar a sujar a roupa branca. Senti meu peito arder e levantei o olhar para Gabriel.
— Luise…— Gabriel deu um passo a frente e senti minha vista turva.
Senti meu corpo fraco, meu peito doendo e meu coração fraco…
