LUISE- "Spin Off Série Filhos"

14° capítulo

Gabriel

Não sei exatamente o que é, mas estar novamente tão próximo da Luise me deixa desconcertado, mas até do que eu gostaria.

Sempre gostei de exercitar pela manhã, gostava de correr, fazer algum exercício e aqui em Nova York não tem tantos lugares com natureza pra fazer isso. Só tinha um lugar, o Central Park. Não esperava encontrá-la, mas depois que nós conversamos eu tive algum déjàvu. Parecia que tudo havia parada por alguns segundos.

Eu sei que sou um filho da puta por pensar em como seria beijar aquela boca carnuda. Jamais faria isso, respeito muito a Luise, mas ela estava mais bonita do nunca, não tinha aquele ar de tão jovem, agora ela parecia mais uma mulher. Mas a aura ainda era de uma menina.

Passei meus olhos pelo cardápio saindo dos meus pensamentos. Escolhi um machiato e um bolo com nozes, Luise só pediu um suco de laranja.

— Me conta de você—Ela disse me olhando atenta— Como está seu trabalho?

— Muito bem— Sorri— Vim pra cá trabalhar num laboratório, da mesma empresa…

—Entendi— Diz.

— Você não pretende estudar? Fazer a faculdade de física que sempre quis? Ou outra coisa?—Ela mordeu o lábio pensativa. Estava muito confusa, eu entendia isso.

— Não sei ainda. Gosto de física, mas acho que não combina mais comigo, quero ver se encontro algo…

— Vou estar aqui pra te dar força—Ela abriu um sorriso bonito, seu braço se esticou por cima da mesa e ela pegou a minha mão.

— Me desculpa?—Indagou— Por ter afastado você?— Abri a boca sem conseguir responder— Quando eu casei, eu fiquei cem por cento no Alex, depois eu descobri que ele tinha bloqueado você do meu Instagram, e acabei deixando por isso mesmo…me desculpa?

Ergui sua mão e deixei um beijo na mesma sorrindo.

— Óbvio que sim—Sorriu toda fofinha. Ela acabava comigo quando sorria desse jeito meigo.

Eu não vou mentir e dizer que não tenho algumas mágoas, ela podia ter lutado mais pela nossa amizade. Mas vendo como o casamento terminou, eu à entendo muito mais.

Quando nossos pedidos chegaram nos continuamos conversando, e eu tomei a decisão de não largar a mão dela nunca mais. Ia estar aqui, e apoia-la em tudo o que eu pudesse.

(...)

Me joguei no sofá exausto da caminhada, ainda levei Luise em casa e só depois vim pra minha casa.

Não sei dizer o que é, mas essa aproximação toda me deixou ansioso. São anos, anos sem nenhum contato. Confesso que tenho muito medo do que a Luise pode vir a fazer, sei lá, eu não fica sozinha. Não teve nenhum momento assim, ela sempre saiu de uma relação pra outra, sem tempo. E eu quero muito ajudá-la a entender o que ela realmente quer, e a terapia também. Fui pro meu quarto tomei um banho e quando sai, preparei meu jantar e depois comecei a trabalhar, só pra adiantar as coisas de amanhã mesmo.

Meu celular apitou e eu desviei a atenção do computador pegando o mesmo e abrindo as mensagens. Eu e Luise trocamos contato e agora tenho o número dela novamente.

Lu:Oi
Boa noite.
O que está fazendo?

Li a mensagem e abri a câmera tirando uma foto do meu notebook e enviando pra ela, que viu na mesma hora.

Gabriel: E você?

Me encostei na cadeira e fechei o computador para lhe dar atenção.

Lu: Desenhando.
Fazia tantos anos que eu não desenhava.
Acho que desde os 15 anos.

Sorri safisteito. É isso garota!

Gabriel: Me mostra.

A foto que recebi ao que parecia era encima de uma cama, o bloco de folhas amarelas estava aberto e havia um desenho de um rosto, era da senhora Patrícia. Luise não seguia o estilo de desenho hiper realista, ela tinha um traço mais solto e livre, mas mesmo assim era claro o rosto da mãe dela. Estava sorrindo, linda.

Gabriel: Incrível, Luise.
Você tem muito talento.

Lu: 🥰
Obrigado.
Quando eu fizer mais, eu te mostro.

Gabriel: Não esquece, eu quero ver.