Paraiso? Inferno?

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"Então cale a boca e me percorra como um rio
Cale a boca querido e me mostre a que veio
Mãos santas me tornarão uma pecadora?
Como um rio
Cale a boca e me percorra como um rio
Sufoque esse amor até as veia começarem a estremecer
Um último suspiro até as lágrimas começarem a secar
Como um rio"
(River - Bishop Briggs)

Gabriel

Amar a Melissa era uma das minhas coisas favoritas. Saber que ela me amava era algo tão grandiosamente incrível,me sentia o homem mais sortudo por ter um amor recíproco com uma mulher como ela. Linda,inteligente,humilde,amável...
A mulher que eu admirava tão enlouquecidamente e a mesma mulher que me despedaçou tão facilmente.

As últimas semanas tem sido tão ocupadas que mal consegui pensar na minha dor,no fundo eu ainda tinha uma esperança que a Melissa fosse voltar pra mim. O meu amor por ela jamais irá embora de dentro do meu peito,e isso me dói tanto que dá vontade de arrancar fora esse maldito coração. Eu a odeio tão fortemente quanto a amo.
E esse ódio tem sido útil nessas últimas semanas,só assim consigo apagar o fogo que queima em mim toda vez que ouço seu nome.

Acabei de pagar meu carro,estou morando em uma casa maravilhosa,trabalhando incansavelmente nas minhas músicas e ainda dando apoio nas músicas de alguns amigos e nesse meio tempo a única coisa que a minha ex namorada fez,foi dormi com um cara que provavelmente ela vê como uma maldita figura paterna.

Jogo o copo na parede e rio ao ver os vidros caindo lentamente no chão, já é o quinto copo que está em pedaços. Despedaçados igual a porra do meu coração. Encho outro copo com uísque,bebo rapidamente o líquido quente,a ardência em minha garganta e tão amarga mas não ligo,nada é mais amargo do que ver o seu grande amor com outra pessoa. Maldita Melissa.

-EU TE ODEIO-e lá se vai mais um copo despedaçado,em seguida a porta da minha casa se abre rapidamente e o rosto desesperado da Sabrina me encara-Vai embora-a ignoro,tô nem aí pra toda a merda que ela quer falar. Pego o último copo inteiro e encho de uísque,estou prestes a levar até minha boca mas a morena impede,e joga a droga do copo no chão,o barulho do líquido escorrendo,juntamente com os vidros me faz rir. Tô um pouco bebado

-Que merda você tá fazendo com a sua vida,Gabriel?-suas mãos seguram meu rosto,ela me encara com desdém. Odeio essa cara.

-Não posso beber na droga da minha casa-tento tirar sua mão do meu rosto mais acho que tô sem força,ou ela tá muito forte-Me solta,porra-Sabrina empurra meu rosto e começa a andar pela minha sala. Sei o que ela está fazendo,tentando pensar em um jeito de ser empática. Coisa que ela nunca foi.

-Eu sinto muito...

-Me poupe dessa merda-levanto do sofá e minha cabeça começa a girar,seguro em seu ombro para me equilibrar e ela ri da minha cara- Essa é você,não tente me consolar,não é do seu feitio-me apoio em seus ombro e ela segura minha cintura.

-Você precisa de um banho bem gelado-penso em discordar mas sabrina não vai me ouvir mesmo.

Subimos as escadas,seguimos pelo corredor até meu quarto,sabrina me joga na cama enquanto procura roupas limpas no armário. Eu amo essa garota,apesar de ser insuportável,ela é uma boa amiga.

-Bora pro banho seu fedorento-adentro o banheiro,tiro meu moletom e fico apenas de cueca,entro no box,Sabrina liga o chuveiro.

-Puta que pariu-a agua gelada bate com força,estou tremendo pra caralho,a morena ri de mim,mostro o dedo do meio e me apoio na parede.

Friends-Gabriel GuevaraOnde histórias criam vida. Descubra agora