Capítulo 5

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Não voltei a ver Thomas naquele dia. Quando fechei a loja, a livraria já estava fechada. Não soube dizer se me sentia aliviada ou desapontada com isso. Talvez eu estivesse impressionada com a placa invisível (não para mim) que pairava sobre ele e parecia indicar com letras garrafais luminosas: PERIGO.

Claramente ele era alguém demasiadamente irritante, mas, ainda assim, exalava uma aura de mistério muito convidativa que parecia avisar: "Corra ou você vai se encrencar!".

Tentei reprimir a parte de mim que era como um imã para encrencas e que parecia pulsar à medida que meus pensamentos traiçoeiros se voltavam para ele. Contudo, incapaz de obter qualquer mísero êxito, coloquei meus fones de ouvido na intenção de abafar tais devaneios.

Cheguei em casa determinada a não pensar a respeito do que havia pensado segundos atrás. Para minha sorte, uma faxina iminente era algo inevitável. O caos que se instaurara em minha casa era muito bem-vindo, pois me manteria ocupada, mais do que eu gostaria em outras circunstâncias.

Coloquei uma roupa velha e confortável, amarrei meus cabelos em um afro puff, meu penteado preferido e que se parecia com um abacaxi. Finalmente estava pronta para executar a tarefa, certo? Errado!

Peguei meu celular e abri o aplicativo de música. A voz de Billie Holiday preencheu o ambiente. Agora não faltava mais nada.

***

Acordei na manhã seguinte com o corpo protestando de dor, eu definitivamente não estava habituada a fazer faxinas, fazia mais a linha bagunceira. No entanto, eu estava muito grata por tê-la feito, pois havia me proporcionado um esquecimento temporário do mal que me afligia.

Saí da cama rapidamente evitando que o mal em questão voltasse a povoar meus pensamentos e me dirigi ao banheiro para a ducha matinal. Me enfiei em um jeans e me dirigi para a frente do espelho descalça e de sutiã, finalizar meu cabelo de modo que meus cachos ficassem volumosos e definidos me tomavam um tempo considerável, mas eu amava isso.

Depois de quase uma hora contemplei o resultado satisfeita, minha juba estava espetacular. Era engraçado, nem sempre eu havia pensado assim, no colegial meu cabelo era uma das razões para eu sofrer ataques racistas, então minhas manhãs eram desesperadoras enquanto eu lutava para fazer o processo inverso até que os cachos minguassem e eu ficasse minimamente aceitável para as pessoas que consideravam a textura do meu cabelo feia.

Interrompi a lembrança e passei um suéter pela cabeça cuidadosamente. Calcei minhas botas e caminhei até a cozinha para tomar um rápido café. Droga, a lata estava vazia! Decidi pelo cereal, mas, para a minha sorte, também tinha acabado. Suspirei derrotada e fiz uma nota mental para passar no mercado naquele dia ou morreria de inanição. Abri a geladeira e uma caixa de leite solitária surgiu diante dos meus olhos. Ótimo, leite puro teria que servir.

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NOTA DA AUTORA:

- Oi gente! Queria pedir para vocês interagirem curtindo e comentando a medida que forem lendo o livro para me incentivar e inspirar a escrever essa história que tem um lugar especial no meu coração. O feedback de vocês é muito importante para mim. Beijos e até logo! 

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