CAPÍTULO 18: Um casamento feliz pode abalar o mais forte dos Estados

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Foi assim, como ver o mar
A primeira vez
Que meus olhos
Se viram no seu olhar [...]

Tudo que eu fiz foi me confessar
Escravo do seu amor, livre pra amar
Quando eu mergulhei fundo nesse olhar
Fui dono do mar azul
Todo Azul do Mar,
Flávio Venturini

...

CATORZE ANOS ANTES

Y A S M I N

Sem dúvidas, hoje é o dia mais feliz da minha vida! — Falo a plenos pulmões sem me importar com ser mais recatada ou tímida, enquanto Bruno me ergue no ar ao mesmo tempo que seguro a coroa de flores da minha cabeça para não cair com o movimento brusco. — Bruno! — Minha voz é em reclamação, mas a risada que sai da minha garganta me entrega totalmente.

Na verdade, as nossas risadas juntas, assim que ele me gira, poderiam ser classificadas como inexplicáveis de tão felizes. Além disso, as sensações de leveza, tranquilidade, pertencimento e carinho misturadas compõem de forma ainda melhor o cenário.

Espero que alguém tenha tirado uma bela foto desse momento, porque quero vê-la depois.

Hoje, estou me permitindo ser a minha versão de bem e feliz com a vida ao ponto de pular, gritar, sorrir, amar e ser amada pelas pessoas ao meu redor sem o medo de me frustrar ou machucá-las depois. Afinal, hoje é o dia do meu casamento!

Meu ca-sa-men-to.

Meu Deus! Ainda é surreal imaginar isso ou como acabei de sair da cerimônia religiosa na Igreja São Francisco, onde eu e Bruno fizemos nossos Sacramentos desde os dez anos juntos — Primeira Eucaristia, Crisma e, agora, nosso Matrimônio.

— Eu te amo infinitamente, loirinho. — As lágrimas que ameaçam cair dos meus olhos são de alegria, enquanto toco o maxilar de Bruno com delicadeza, sentindo os fios da barba bem feita rasparem sobre meus dedos. Porém, nada se compara ao perfume cítrico maravilhoso que vem de sua pele.

Deus, muito obrigada por ter me dado esse homem!

Meu, agora então finalmente, marido sorri como se o mundo não pudesse ser melhor e beija o dorso da minha mão, onde a aliança com um diamante azul que se assemelha a lírios azuis está, me fazendo deixar uma lágrima cair e meu coração pulsar. Até mesmo nesse pequeno detalhe, o loiro me surpreendeu, uma vez que lírios são minhas flores favoritas desde que as recebi de um Bruno atrapalhado de dez anos assim que cheguei em Santa Catarina.

— E eu te amo infinitamente mais, fofinha. — Ele entrelaça nossos dedos e começa a me guiar pela festa surpresa que nossos pais fizeram para nós na fazenda, com direito a luzes amarelas penduradas entre as árvores, uma mesa farta de comidas doces e salgadas, bebidas para dar e vender, muitos quitutes e uma decoração maravilhosa para um fim de tarde. Parece que até a natureza está a nosso favor hoje, já que o céu está como uma pintura renascentista cheia de cores quentes as quais se misturam com o resquício de azul da manhã.

Meu coração dá um salto no peito pela constatação de que as pessoas que amamos fizeram isso por nós.

— Desculpe, querida, não resisti! Não poderia deixar meus meninos sem uma festa decente. Vocês precisam ter memórias e fotos para guardar e mostrar aos meus futuros netinhos! — Sara, a mãe de Bruno, falta desabar em lágrimas de tão feliz que está.

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