CAPÍTULO 33: Obsessão

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Eles chamam de perseguir, eu digo que é amar
É a única maneira para mim [...]

Você ainda não sabe disso, mas você me ama
E eu te amo também
Um dia teremos um lindo casamento
E eu serei o seu tudo
An Unhealthy Obsession,
The Blake Robinson Synthetic Orchestra

...

ATUALMENTE

D I O G O

Saio da cama com certa rispidez depois de dormir mal para um cacete nesse colchão duro de motel e procuro minha cueca ou a inútil da calça jeans desconfortável. Odeio usar essas roupas de qualidade inferior e nenhum pouco requintadas, mas tinha que me disfarçar para não levantar muita fofoca na beira da estrada e aparentar ser mais um cara informal que queria se divertir pela noite.

— Bando de prostitutas... — Olho com nojo para os dois corpos femininos nus, deitados ali com o cabelo desgrenhado e semblante cansado enquanto dormem.

Nós nos encontramos numa festa por aí, as duas vieram até mim e, como não sou de ferro, convidei ambas para conhecerem um pouco das capacidades que uma boa noite comigo poderia proporcioná-las.

Entretanto, mesmo que tenha sido muito satisfatório durante as horas que durou, não sinto mais nenhum prazer em olhar para as mulheres esbeltas como modelos torneadas a minha frente, pois nenhuma delas é ela.

Nenhuma delas tem o sorriso que faz meu coração bater mais forte, os olhos castanhos inocentes e ao mesmo tempo felinos que me deixam excitado, o corpo pequeno e com curvas singelas e perfeitas, o cheiro de morangos que me deixa louco ou porra da boca que daria tudo para ter em cada lugar do meu corpo agora, se é que me entendem...

Nego frustrado com a cabeça e desisto de vestir qualquer peça de roupa para pegar um cigarro, ir até a poltrona velha desse quarto de motel barato e fumar para desestressar, enquanto imagino a única mulher que me deixa louco desde sempre sob o meu colo e beijando meu pescoço como qualquer outra adoraria fazer se tivesse a oportunidade.

— Minha bonequinha... Ah, se você soubesse como te desejo... — A divagação sai da minha boca com naturalidade enquanto uma fumaça espessa do fumo preenche o ambiente, relaxando meus ombros tensos.

Quando vi Yasmin pela primeira vez, eu soube a verdade mais significativa da minha vida: ela seria minha não importaria como.

A princípio rejeitei esse sentimento pelas nossas diferenças, principalmente financeiras e raciais, mas nem mesmo sua cor fora daquilo que é considerado adequado para uma honorável senhora Sanchez ter foi capaz de me fazer desejá-la menos. Além disso, a diferença de idade só deixava tudo ainda mais proibido e divertido — algo que, se os outros descobrissem, pegaria muito mal para o meu lado, então deixei meu irmão mais novo idiota se manter próximo a ela, essa era a única forma de tê-la por perto indiretamente.

— Filho do mãe... — Grunho, apertando o cigarro entre os dedos.

Toda vez é assim. Apenas a menção de Bruno na minha mente me enche de fúria, pois ele roubou o que deveria ser meu desde o início, tocou e a fez feliz. Não deveria ter sido assim! Não deveria! Eu só estava esperando ela ter uma idade minimamente acessível para finalmente me aproximar e ter o que é meu por direito. O problema todo foi quando meus pais revelaram que Bruno, aos dezesseis anos, fora o escolhido para assumir a fazenda.

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