CAPÍTULO 34: Os suspeitos de um crime perfeito

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Nós dois temos os mesmos defeitos
Sabemos tudo a nosso respeito
Somos suspeitos de um crime perfeito
Mas crimes perfeitos não deixam suspeitos
Pra ser sincero,
Engenheiros do Hawaii

...

NOVE MESES ANTES

D I O G O

Hoje faz exatas quatro semanas que o casamento do meu irmãozinho foi pelos ares de uma vez por todas com direito a brigas, uma separação marcante e o caminho livre para mim... E eu não poderia estar mais feliz! Fiquei tão animado quando Flávio, do hospital, avisou a mim e a Bella que o casal do ano não existia mais que bebi ao ponto de ficar louco o suficiente para me esquecer como repugno essa ruiva e ter uma noite casual com ela, enquanto seu namoradinho ingênuo passava a madrugada num plantão, adoecendo mais e mais pessoas para enriquecer e dar uma vida de rainha para essa bruxa.

— Hoje é dia de comemoração! — A ruiva fala entusiasmada ao servir uma dose de uísque para ela, para mim e para seu namorado que sorri cansado em sua direção enquanto desfaz o nó da grava, já que chegara do trabalho a poucos minutos, e se senta num dos bancos da ilha da cozinha. — Nosso plano está indo de bem a melhor! 

— Como assim, linda? — O moreno coça os olhos e toma a bebida nenhum pouco satisfeito com o gosto.

Bella sorri ainda mais.

— Ontem fui até o apartamento do Bruno, ele está um caco! — Ri, completamente feliz pela miséria dos outros. — Consegui fazer a cabeça dele um pouco mais, perguntei sobre a Yasmin, mexi uns pauzinhos e agora ele provavelmente a odeia por pensar que ela tinha um caso com você. — Olha em minha direção com os lábios pintados de vermelho repuxados num sorriso de canto. 

Ergo as sobrancelhas.

— Então você está me dizendo que fez meu irmão acreditar que foi corno? — Um riso feliz sai da minha garganta.

— Exatamente! — Tenho certeza que ela pularia de alegria se não fosse o copo com a bebida nas suas mãos. — Quanto mais ele se afundar na nossa versão dos fatos, mais irá ficar sujeito a assinar os papéis para vender a fazenda e...

— E mais rapidamente Yasmin virá até mim. — Completo seu raciocínio, sentindo-me ansioso. Esse tipo de constatação é algo que sonhei durante anos! Yasmin e eu, eu e Yasmin, a única possibilidade de existirmos desde sempre, sendo um do outro.

Entretanto, minha divagação de um futuro com minha boneca é interrompido pela risada desacreditada do oncologista que me observa irado:

— Isso é sério, Diogo? O que você acha que irá acontecer? Que Yasmin irá vir correndo de repente para os seus braços, chorando e pedindo que se torne o amor da vida dela? Ah, faça-me o favor! — Flávio está claramente contrariado e bebe o restante da bebida para se acalmar.

Apesar de ser o principal motivo de deixar Yasmin doente e ferrar com o psicólogo do Bruno com conselhos horríveis, ele nunca foi a favor de separar o casal e, muito menos, de que eu me aproximasse da esposa de seu melhor amigo com medo de que eu fizesse mal a ela, afinal a considera como alguém importante de uma maneira distorcida. E, bom, ele não está errado em pensar assim, mas eu só faria algo do tipo se ela tentasse fugir ou precisasse de um motivo suficiente para entender que sou o único em sua vida.

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