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ROSE DEWITT BUKATER
Southampton, 1912

Estávamos no andar de cima, a primeira classe. Estava arrumando os quadros em minha suíte, eu facilmente me distraia com eles.

Alguns me faziam questionar se eram pinturas ou realidades, precisava toca-los para ter a certeza que eram uma pintura.

- Eu não entendo, você poderia estar desfrutando o navio junto com o seu noivo. Mas ao invés disso, está aí escolhendo quadros. - Minha mãe reclamava no banheiro o que me fez revirar os olhos.

- Acontece Eleanor. - Senti um gosto amargo na boca por chama a mais velha desse jeito. Como eu queria que o meu pai me colocasse em um quarto com uma mulher normal, uma amiga. - Estou deixando a suíte como eu gosto.

- Certo. Fique aí enfeitando esse quarto do jeito que quiser, vou conversar com o meu querido genro. - A minha mãe empinou o seu nariz e saiu da suíte.

Isso me fez soltar um suspiro de alívio.

Finalmente, paz e silêncio.

BILL KAULITZ
Southampton, 1912

Continuava radiante com o navio, eu estava me considerando o cara mais sortudo do mundo.

Quem iria imaginar que conseguiria duas passagens para o maior navio do mundo com um simples jogo de cartas?

Estava sentado em um dos bancos observando um pai com sua filha em seu colo, ele estava lhe mostrando a beleza que eles estavam presenciando. O começo do pôr do sol em um tom alaranjado brincava na pele deles.

Desenhava eles com ternura, afinal, era um momento lindo em um lugar incrível. Tentava ao máximo controlar os meus cabelos que voavam, me atrapalhando.

- Nós somos dois irmãos gêmeos sortudos! - Tom sorria ao meu lado.

- E você acha que eu não sei disso? - Perguntei sorrindo, sem tirar a minha atenção do desenho.

- Eles ficam na primeira classe mas trazem seus cachorros para cagarem aqui.. - Jett disse embolado ao ver um homem de terno levar três cachorros grandes para passear.

- É para nos lembrarmos de quem somos. - Respondi levantando a cabeça, uma pessoa mexeu sem querer em minha mão me fazendo grunhir.

ROSE DEWITT BUKATER
Southampton, 1912

Ainda na primeira classe, e estava tendo um almoço com a minha família. Junto com a família do meu noivo e o arquiteto que tinha construído o navio.

Thomas Andrews que sempre carregava um sorriso simpático nos lábios, com seu pequeno bigode um pouco grisalho, seus cabelos eram simples.

Mas eu estava cansada e precisava relaxar, durante a conversa pego em um cigarro e acendo o mesmo.

- Rose, você sabe que eu não gosto desse tipo de coisa na mesa. - Meu pai interrompeu a conversa em um tom rude, afiado como uma faca, trazendo toda a atenção da mesa vir para mim.

- Sim Troy, ela sabe. - Cal responde o meu pai, dando um pequeno sorriso para o mesmo e se inclinando para mim. - Apague essa merda agora. - O mesmo sussurro em meu ouvido com frieza enquanto eu soltava a fumaça.

- Eu acho que seu pai foi claro o suficiente. - Eleanor pegou no cigarro que estava em minha mão e apagou.

Me afundei na cadeira contendo a vontade de revirar os olhos.

- Bom, o navio foi projetado com muito cuidado. - Thomas comentou após limpar a garganta, o coitado estava em uma situação constrangedora. - O Titanic é um navio seguro para todas as famílias. - Ele deu um sorriso sincero.

- Eu vou tomar um ar. - Disse me levantando.

- Deseja a minha companhia? - Cal me perguntou começando a empurrar a sua cadeira.

- Não, obrigado. - Respondi dando um sorriso. - Eu sei andar com as minhas próprias pernas. - Tentei brincar mas pareceu uma resposta rude.

Não fiquei para ver a reação do meu pai, se ele havia gostado ou não eu saberia disso mais tarde.

Sai do restaurante cansada e me debrucei na grade, observei as famílias da terceira classe e o mar sem fim, misturando a coloração azul da água com o alaranjado do pôr do sol.

Seria lindo se eu estivesse aqui por a minha própria vontade.

Suspirei cansada das mentiras que estava sendo obrigada a viver.

Olhei para o andar de baixo e meus olhos se depararam com um certo garoto. Eu estava abordada com a beleza daquele garoto, eu observava cada detalhe do mesmo, de seu cabelo electrocutado até os seus tênis. Seus olhos castanhos como o chocolate observavam tudo.

Ele pegou um cigarro de seu bolso e colocou entre seus lábios rosados o acendendo.

Eu estava observando a obra de arte mais linda do mundo.

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Espero que gostem desse capítulo mesmo não sendo um dos maiores.

Caso tenham alguma questão sobre a fic é só perguntar, irei responder tudo que puder!

Amo vocês, beijo! ❤️

𝗧𝗶𝘁𝗮𝗻𝗶𝗰; 𝘉𝘪𝘭𝘭 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻Onde histórias criam vida. Descubra agora