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ROSE DEWITT BUKATER
Southampton, 1912

' Apesar da postura reta, os olhos afiados lhe enviando medo, o rosto vermelho lhe implicando a raiva e o modo que a sua respiração estava curta e pesada, Cal conseguiu deixar o seu orgulho de lado e detectar os olhos da sua noiva cheios d'água.

É claro que ela estava triste e muito machucada com tudo que ele lhe causava, quem não estaria? Ela foi violado e iria se casar com o monstro que lhe fez isso.

Apesar de não fazer nada para melhorar a harmonia entre o casamento falso e o seu caráter, ele ainda via a dor nos olhos da ruiva. '

- É claro que não pensou quando fez isso. - Eu disse ríspida, porém houve uma leve embargada em minha voz. - Não pense em ninguém, apenas em você!

Desta vez eu gritei, fazendo Cal arregalar os olhos.

- Com licença. - Uma empregada bateu na porta. Eu a reconheci e agradeci aos céus. - Algum problema?
- A mulher de cabelos loiros perguntou.

- Não há nada de errado, Louise! - Cal gritou saindo de perto de mim.

Ele deixou a pobre mulher assustada, ela era nova no trabalho.

- Louise? - A mulher olhou para trás quando eu falei.

- Sim, senhora? - A sua voz estava trêmula.

- Não precisa me chamar assim. Não fique triste, Cal extrapola de vez em quando. Precisa de alguma coisa? - Disse dando um sorriso amigável.

Louise assentiu ainda parada como uma estátua no lugar. Eu dei uma mordida em um cupcake e gemi ao sentir o gosto do recheio de morango.

Louise limpou a garganta antes de falar com a voz mais calma;

- Vim lhes avisar que daqui a pouco começa o evento, senhora. - Eu senti o meu estômago embrulhar enquanto engolia o meu cupcake.

- Não precisa me chamar de senhora, apenas Rose por favor. - Louise assentiu. - Preciso mesmo ir?

Perguntei fazendo uma careta, a empregada riu.

- Sim, Rose. - Ela deu um sorriso confortável. - O nome da sua família será importantíssima nesse evento!

Eu assenti me levantando com o resto do cupcake na minha mão.

- Bom, acho que tenho que fingir que me importo.
- A empregada riu mais uma vez e eu me senti bem por não vê-lá assustada como antes.

' Rose se deixou levar para o pequeno closet, era um cômodo mais escuro com cortinas fechadas e com apenas uma pequena luz amarela iluminando as coisas ao redor.

Ela foi deixada sozinha no closet com o seu vestido branco de renda com um longo casaco azul com um cinto do mesmo tecido preto pendurado perto do enorme espelho.

A ruiva começou a se despir enquanto se recordava da noite passada, ela estava tão feliz por conseguir se lembrar de tudo. Dos sorrisos, das carícias, das gargalhadas, as covinhas fundas, a maneira como o seu corpo queimava pelos toques do emo, o seu perfume natural e cada detalhe que ela admirava com paixão.

Ela já sentia as suas estúpidas borboletas acordarem e fazê-la sorrir, ela tinha a certeza que estava perdida nesse momento e quis que o garoto sentisse o mesmo que ela. Ela não sabia se Bill sentia exatamente do mesmo jeito.

Mas o coração do alemão acelerava de um jeito que seu peito se aquecia de felicidade só por lembrar das adoráveis ruguinhas no canto de seus olhos, ou como DeWitt era adorável tentando conter uma crise de riso tampando o sorriso com a mão.

Ambos estavam perdidamente perdidos. '

Duas batidas na porta me fizeram pular.

- Entre! - Quando o meu pai entrou eu tive vontade de gritar "Volte!".

Troy entrou com uma cara de marrento, eu reconheci aquela cara, geralmente quando ele fazia essa cara eu apanhava ou era ofendida verbalmente.

- Algo grave, pai? - Perguntei engolindo seco.

Eu senti um êmbolo na boca e no meu estômago me incomodando.

- Isso depende de você. - Arqueie uma sobrancelha.
- Eu vou falar apenas uma vez e não quero que você me desobedeça. Eu não quero que você fale com o senhor Kaulitz, entendeu? Não olhe para ele, não fale com ele, não escreva para ele, não faça nada que se relacione a ele!

Senti um nó crescer em minha garganta.

Deus, eu sentia tanta vontade de vomitar.

' Troy chegou perto pegando no colar de Rose a apertando. Os olhos da ruiva saltaram enquanto ela já tentava puxar o ar. '

- Se me desobedecer vai me deixar bravo, muito bravo. E você sabe como eu fico incontrolável bravo, não sabe? - Assenti puxando o ar. - Diga!

- Sim, senhor! - Respondi fraca. Troy largou o meu colar e me soltou.

- Muito bom! - Ele voltou a andar mas parou na porta. - Mais uma coisa, trate Cal como se fosse o seu homem e você o amasse. Eu preciso de netos, não me decepcione mais uma vez! - Troy saiu e eu soltei as lágrimas, soluçando incontrolavelmente.

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Amanhã postou mais alguns capítulos.

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𝗧𝗶𝘁𝗮𝗻𝗶𝗰; 𝘉𝘪𝘭𝘭 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻Onde histórias criam vida. Descubra agora