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BILL KAULITZ
Southampton, 1912

- Eu não acredito que conseguimos! - Rose ria descontroladamente chegando na parte externa do navio.

O vento frio passando por nós dois.

Nós acabamos de enganar os marinheiros, uma fuga digna de cinema. O luar sob nós deixava um tom de azul intenso se espalhar pelo navio e pelo mar.

Entrelacei os meus dedos com os de Rose com o sorriso mais confortável se esticando nos meus lábios.

- Eu te amo. - Sussurrei enquanto conectava os meus lábios com os da garota ruiva na minha frente.

- Eu te amo mais. - Rose respondeu, sua boca ainda grudada com a minha.

O sentimento de poder falar isso sem motivo algum nos deixava com o estômago agitado de um jeito bom.

' Eram as borboletas batendo as asas, algumas delas dançavam em alegria e outras se debatiam tentando nos avisar, horror as percorrendo e consumindo cada vez que suas asas eram batidas.

Elas sabiam.

É claro que eles ignoraram tudo e se puseram a se beijar e se tocar, mãos apertando aqui e ali, cabelos da nuca sendo puxados, línguas se conectando e guerrilhando por espaço.

Rose não quis se importar que alguém pudesse lhes ver ali ou como o vento gelado batia contra o seu corpo, ela não podia estar mais aquecida neste momento, apenas se focou em Bill e sem seu cabelo, mãos, lábios, língua e seu gosto.

Ela não iria largar o garoto tão cedo. '

Foi obrigado a largar a garota encantadora com cabelos ruivos, graças ao navio que tremeu nos fazendo cambalear.

Um barulho irritante de algo se arrastando contra o metal se esticando nos nossos ouvidos por alguns segundos.

A próxima coisa que eu consegui registrar foram os pedaços enormes de gelo caindo dentro do navio, e então tudo se conectou.

Nós batemos em um iceberg.

O meu coração se acelerou, pensando se o navio seria capaz de continuar com a viagem e pesou quando me lembrei que estávamos cercados apenas por água, água congelante.

- Você está bem? - Perguntei encaixando a minha mão com a de Rose.

- Eu acho que sim. - Rose murmurou encarando dois homens vestidos de preto irem verificar como estava o navio.

Rose chegou perto junto comigo.

- Acertou o casco? - Fui o primeiro a perguntar com a voz trêmula.

- Não tem como saber. - Um dos homens falou.

- Merda. - Rose murmurou se afastando.

- Ei, calma. - Sussurrei pegando nas suas mãos geladas. - Vai ficar tudo bem.

- Nós temos que avisar à todos! - A ruiva começou a se desesperar, lágrimas invadiram os seus olhos.
- A Molly, porra. A Molly.

- Calma, ruivinha. Respira fundo, nós vamos
avisa-los!

Rose se acalmou um pouco indo ao encontro de seus familiares.

Eu respirei fundo tentando me controlar também, sempre fui o que tinha mais calma nos momentos mais difíceis, mas era impossível não pensar que eu poderia afundar em algumas horas.

O navio podia realmente afundar, e eu sabia quem seriam os primeiros a irem para os botes; o pessoal da primeira classe, como sempre. Eles provavelmente nem se importariam se o pessoal da terceira classe morresse aqui, eles ao menos se importavam de os colocarem junto com ratos.

Um nó cresceu na minha garganta ao lembrar das crianças.

Mercenários de merda.

- Como vamos fazer isso? - Rose perguntou se referindo a falar com a sua família.

- Vamos fazer isso juntos. - Entrelacei os meus dedos com os de Rose e seguimos pelos corredores.

Curiosos pararam nas portas de duas suítes.

Quando nós cruzamos a porta, encontramos Troy apertando o punho junto com Cal, a sua mãe estava num canto tentando conter as risadas.

- Mãe? - Rose fui a primeira a falar, atraindo a atenção de todos.

Os olhos de todos foram diretamente para as nossas mãos entrelaçadas, Cal encarou aquilo com nojo e decepção nos olhos, seu pai apenas nos olhou com repudia estampado em cada centímetro de seu rosto, e a sua mãe apertou o seu punho e Troy teve chamas em seus olhos junto com o seu maxilar cerrado.

- Vadia. - Eleanor se levantou, Troy a lançou um olhar cortante fazendo a mulher se sentar novamente.

- O que pensa que estão fazendo aqui? - Troy se dirigiu à nós avançando um passo.

- Temos que contar uma coisa, é sobre o navio.
- Rose murmurou tentando ignorar o estômago se agitando e a náusea crescendo.

- Não prefere ouvir algo sobre o senhor Kaulitz?
- Cal se pronunciou cruzando os braços.

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Estou tentando postar com frequência mesmo não estando tão bem!

Espero que tenham gostado.

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Amo vocês! ❤️

𝗧𝗶𝘁𝗮𝗻𝗶𝗰; 𝘉𝘪𝘭𝘭 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻Onde histórias criam vida. Descubra agora