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BILL KAULITZ
Southampton, 1912

- Oh, sim! - Uma delas com o cabelo avermelhado e com um vestido rosa bebê um pouco bufante demais, abriu um leque. - Estávamos falando sobre isso agora mesmo! Eles estão brilhantes, a senhora DeWitt e o seu noivo são um casal mais fofo que tem, não acha?

Eu tive vontade de gritar, sentindo uma quentura começa a subir pelas minhas orelhas. Respirei fundo sem tirar o sorriso do rosto.

- Acho sim. - Disse sentindo o meu peito apertar, eu só precisava encontrar Rose e lhe dizer algumas coisas. Apenas isso. - Mas onde eles estão?

- Em uma apresentação magnífica! - Foi a vez da loira com um vestido azul mais discreto falar. - É por ali, querido!

Ela disse apontando para uma porta onde haviam dois homens com ternos pretos na frente, as mãos cruzadas na frente do corpo.

Eu estavas prestes a lhe agradecer quando a loira voltou a tagarelar;

- Mas de onde conhece eles? - Ela deu mais uma analisada nas minhas roupas.

- Sou amigo da família. - Respondi rapidamente, e antes delas começaram a me encher de perguntas eu respondi apressado: - Com licença.

Eu saí praticamente correndo, a minha mãe tinha me dado toda a educação do mundo mas ela não havia me dado educação para eu gastá-la com duas velhinhas me olhando de cima a baixo.

- Bom dia. - Anunciei aos dois homens parados na porta, interrompendo a conversa deles. - Eu gostaria de falar com Rose DeWitt.

Eu me estiquei um pouco e pude ver Rose com um papel na mão, estava linda como sempre mas parecia apagada. Faltava o brilho nos olhos, as ruguinhas ao lado dos olhos.

Estava exatamente igual como eu havia lhe encontrado pronta para se jogar do navio.

- Desculpe senhor, mas você não tem a autorização para entrar. - Um homem com uma pequena franja vazando da boina respondeu.

Ele era bem mais educado do que as duas senhoras.

- Eu juro que será rápido! - Eu implorei.

- Nos desculpe, mas não podemos deixá-lo entrar.
- Um grandalhão respondeu com a voz suave.

- Não podem chamá-la? - Antes mesmo que pudessem responder um homem que me parecia familiar apareceu.

- Ninguém lá dentro deseja falar com o senhor! - A mãe de Rose disse ríspida, seus lábios em linha reta e um olhar ameaçador para mim.

- Mas..

- Eu já lhe disse para dar meia volta e retornar ao seu bueiro! - Arregalei os olhos como os dois seguranças.

Eu estava prestes a lhe dar uma resposta bem cruel e voar em seu pescoço da mais velha. Mas ela me interrompeu.

- E vocês? Não vão fazer nada? Tirem esse pobretão daqui! - Ela ordenou os seguranças.

- Desculpe senhor. - Um deles me guiou até fora do salão, para a minha surpresa ele agiu com delicadeza. - Me desculpe por isso.

- Tudo bem, você só precisava fazer o seu trabalho.
- Assenti descendo as escadas.

Eu esperei o segurança sumir da minha vista para subir novamente e pegar um sobretudo e uma boina que estava sobre uma espreguiçadeira.

Eles estavam loucos se achavam que tudo aquilo me afastaria de Rose.

Apenas a morte faria eu me afastar de Rose.

ROSE DEWITT BUKATER
Southampton, 1912

Thomas levou a minha família para um passeio pelo navio, ditando todas as coisas que ele mesmo havia projetado.

Entortei a cabeça minimamente observando os botes pelo navio.

- Por que os botes? - Perguntei e Thomas sorriu sem eu prestar muita atenção.

- Para caso de algum acidente. - Arqueie as minhas sobrancelhas. - Mas não se preocupe, nem mesmo Deus pode afundar o Titanic!

Eu assenti me conformando.

- Fiz um navio seguro para a senhora! - Ele sorriu abertamente junto comigo.

Nós continuamos a caminhada e eu consegui me acalmar, mas cada vez que pensava no assunto eu tinha vontade de pular do navio.

Como a minha vida foi ficar tão complicada?

Depois de meia hora de caminhada eu fui arrastada para uma sala, como estava longe de todos eu não tive nem tempo de pedir ajuda.

No entanto eu não precisei, um par de olhos castanhos estavam me observando.

- Oi! - A voz rouca soou em meus ouvidos e eu pude jurar sentir as minhas pernas tremerem.

- Oi. - Eu estava prestes a me jogar contra os seus braços quando as ameaças de meu pai me atingiram.

- Então, eu quis conversar. - Bill disse com as covinhas fundas aparecendo. Respirei fundo.

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𝗧𝗶𝘁𝗮𝗻𝗶𝗰; 𝘉𝘪𝘭𝘭 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻Onde histórias criam vida. Descubra agora