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Park Seonghwa P.O.V

"BIP BIP"

O despertador toca e me sinto perdido, não lembro de ter dormido e menos ainda que hoje seria dia de aula.

Não consigo abrir os olhos por conta da forte luz que entra no quarto. Me escondo embaixo do edredom fazendo um escuro agradável, esfrego os olhos e consigo abri-los com dificuldades. Sinto minha boca amarga e seca, minha cabeça lateja um uma pulsação incômoda, meu estômago ferve e meu corpo está completamente dolorido como se um caminhão tivesse passado por cima de mim.

"BIP BIP"

Saio debaixo das cobertas e pego o celular para cessar o barulho, olho para janela e o dia está chuvoso, fora o frio que está fazendo quando meu corpo está descoberto.

Me levanto e toda minha visão é tomada por uma escuridão repentina, sento-me na cama até retomar meus sentidos, balanço a cabeça e volto a me levantar, dessa vez mais delicadamente e cuidadoso.

Caminho até o banheiro e tomo uma ducha quente, termino minhas higienes e coloco uma roupa quentinha, pego minha mochila, celular e carteira e saio do quarto.

Deixo tudo em cima do sofá e vou para cozinha dando de cara com o potinho de ração e água da S/N, meu coração se aperta e sinto uma vontade terrível de chorar.

Me mantenho firme e engulo o choro, vou até a geladeira e sinto enjoo ao ver tanta comida, pego uma garrafa de água e a tomo quase toda.

Busco um remédio para dor de cabeça no armário e o tomo antes de sair, já estava de ressaca ontem e me atrevi a beber ainda mais. Me sinto exausto, sem um remédio não aguentaria chegar na faculdade.

...

— E aí cara, está melhor? - Yeosang senta ao meu lado no fundo da sala, cheguei cedo e os alunos ainda estão entrando em classe.

— Não! Estou pior do que antes... - Deito minha cabeça sobre os braços apoiados em cima da mesa.

— Não é pra tanto Hwa, vou te ajudar com a adoção, fique calmo. - Meu amigo afaga minhas costas tentando me confortar.

— O motivo não é esse.

— Por que está assim então? - Me encara confuso. — Não é por que não conseguiu adotar?

— Eu consegui... - Me lembro do que fiz e perco a fala por um nó que se forma em minha garganta.

— Como assim cara? Você disse...eu estou confuso! - O rapaz coça a nuca e me observa intrigado.

— Eu...eu adotei uma gatinha!

— Então por que está tão triste? Não era para ser ao contrário? Você sempre quis isso!

— Porque a abandonei... - Deito o rosto no vão do braço por vergonha de mim mesmo.

— O QUE? - Ele grita indignado. — Do que está falando? - Abaixa o tom ao perceber os alunos presentes o encarando.

— Adotei uma gatinha e a levei para casa, mas descobri que era um híbrido! - Respiro fundo e digo claramente pois sua curiosidade de certa forma está me irritando.

— Por isso a abandonou? Não posso acreditar que faria isso, você não é assim e isso não é um motivo plausível para abandonar um animal! Aliás, não existem motivos para um ato tão desumano! - O Kang se torna sério e frio, ele ama animais tanto quanto eu, deve estar me odiando nesse momento.

— Não a abandonei exatamente, eu só a levei de volta para o canil... mas me arrependo e a quero de volta! - Meus olhos se enchem de lágrimas e minha visão torna-se embaçada, me seguro para não piscar pois se a primeira lágrima cair não irei aguentar.

PATINHAS FELIZES - Park SeonghwaOnde histórias criam vida. Descubra agora