21. SORVETE E LAMBIDINHAS

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— Híbrida? Park Seonghwa você enlouqueceu? Por que trouxe uma aberração dessas para dentro de casa? - Indaga minha mãe olhando S/N dos pés a cabeça e parando em suas orelhas, que estavam caídas pelo medo.

— Primeiro, ela não é uma aberração. E segundo, aqui é a casa dela e a intrusa é você! - Disparo ríspido porém contido, não irei descer ao nível, não hoje perto da minha gatinha.

Olhei para a pequena que apertava minha camiseta e seus olhos estavam marejados, ela logo escondeu o rosto em meu peito.

— Saia! - Ordenei.

— Eu só vou sair quando essa coisa estiver bem longe daqui! - A mulher exclamou apontando para a garota em meus braços, como se estivesse com nojo ou repulsa dela.

— Querida, você pode abraçar o tio Yeo só um pouquinho? - Pedi para a pequena acariciando suas costas, ela negou intensamente com a cabeça, esfregando a testa em meu peito. — Por favor gatinha, preciso fazer uma coisa rapidinho. - Disse manso para ver se ela se acalmava.

— Vem S/N, Hwa já já vai ficar com você sim?

Meu amigo a puxou delicadamente para que me soltasse, o que não foi tão fácil, ele a pegou no colo e a gatinha escondeu o rosto no vão de seu pescoço. Ele a levou para o quarto e enquanto isso minha mãe nos olhava com reprovação.

— Você só pode ter perdido o juízo-...

— Você que perdeu vindo aqui. Saia agora e não volte, não quero te ver nunca mais! A partir de hoje você deixou de ser minha mãe. - Interrompi a senhora que estava com um sorriso irônico nos lábios, que logo deu lugar a um semblante surpreso.

Andei até a porta e abri por completo para que saísse, ela me observava com os olhos arregalados, tanto que poderiam saltar para fora a qualquer momento.

Desviei meu olhar para o relógio em meu pulso para ver há quanto tempo ela estava dando seu showzinho medíocre.

— Você vai se arrepender disso. - Minha mãe pegou a bolsa e saiu porta afora.

Suspirei aliviado e fechei a porta, entrei rapidamente em direção ao quarto e vi minha gatinha deitada no colo do Kang aos prantos, o rapaz acariciava suas orelhinhas mas não havia nada que a fizesse parar de chorar.

Senti meu coração se despedaçar ao ver a cena, ela não precisava ter ouvido aquilo, ela não merecia. Isso me corrói por dentro, novamente não consegui protegê-la e deixei que chorasse.

Yeosang segurou a pequena gentilmente, ele se levantou e a deixou deitada na cama. O rapaz deu um beijo na cabeça dela e fez um último carinho, ele se aproximou de mim com um semblante amigável e acolhedor, como se quisesse me tranquilizar.

— Já vou indo, vocês precisam conversar. - Avisou meu amigo.

Concordei e lhe agradeci, ele sorriu fechado, deu palmadas em meu ombro como consolo e se retirou do cômodo fechando a porta.

Caminho lentamente em direção à cama vendo minha gatinha deitada, soluçando, ela estava de costas para mim. Me deitei atrás dela no pouco espaço vago e abracei seu pequeno corpo, afundei meu rosto na nuca dela para sentir seu cheirinho de bebê e percebi que seu choro estava indo embora.

Fiz carinho na barriguinha dela tentando fazer cócegas, queria vê-la sorrir.

Sinto muito... - Sussurrei rente a orelhinha felpuda. Ela se virou de frente para mim secando seus olhos com as costas da mão, enquanto ainda fungava baixinho. — Isso não vai mais acontecer, tá bom? - Deixei um beijinho em suas bochechas fartas vendo um sorriso discreto aparecer em seus lábios.

PATINHAS FELIZES - Park SeonghwaOnde histórias criam vida. Descubra agora