26. QUERO ATENÇÃO

62 4 9
                                    

Obriguei S/N a tomar banho sozinha, ta bom, obrigar já é demais e algo que eu não faria. Apenas disse que se não fosse sozinha eu não iria dar e ela ficaria fedida.

Depois do que aconteceu não sei o que faria se tivesse que vê-la nua e ainda por cima molhada, é demais para minha sanidade. Pensei que se importava mas ela não deu a mínima, disse que não ligava para isso e foi para cama dormir.

Suspirei derrotado, não posso deixá-la dormir sem banho, é anti-higiênico, além de que se deixar ela irá ficar mal acostumada. Fui até a cama e peguei a gatinha no colo, ela me abraçou e senti descargas elétricas vibrarem por todo meu corpo. Entrei no banheiro e a deixei sentada no vaso, sai rapidamente e tranquei a porta pelo lado de fora sem dar a mínima chance para ela.

A banheira já estava pronta e eu avisei que só iria sair quando tivesse terminado o banho, não estava feliz com o que fiz, mas ela já é bem grandinha e tem que aprender a tomar banho sozinha.

A ouvi choramingar e fazer birra, bateu na porta incessantemente enquanto a esperava do lado de fora sentado no chão encostado na porta. Confesso que meu coração doeu em vê-la assim, queria entrar lá e dar o banho dela como sempre. Só que não posso mais fazer isso com meu psicológico, é pelo bem de ambos.

Esperei até que terminasse para eu poder tomar também, por mais que haja outro banheiro na casa não posso simplesmente deixar ela aqui, algo pode acontecer, é a primeira vez tomando banho sozinha.

Depois de um tempo ela avisou que já havia acabado, me levantei e abri a porta para que saísse. Dei de cara com uma gatinha furiosa de braços cruzados, estava emburrada e o bico em seus lábios era ainda maior, suas orelhas em alerta apesar de molhadas e o rabinho se movendo entre as pernas sem parar, indicando o quão brava estava.

Ela saiu do banheiro enrolada em uma toalha e seus fios pingando água por onde passava, foi para cama e se deitou molhando todo o travesseiro. Está bem, não vou dizer nada, ela já está brava demais comigo. Mesmo me corroendo por dentro, um dia só a deixando dormir assim não a faria ficar doente.

Entrei para tomar meu banho e encontrei uma completa zona, as roupas dela molhadas e jogadas por todo canto, acho que teve dificuldades em tirá-las. O banheiro inundado de água e a torneira da banheira semiaberta transbordando, mesmo assim não consigo me arrepender da decisão que tomei, ver ela nua e me controlar é bem mais difícil do que limpar um banheiro.

Organizei tudo e tomei meu banho rapidamente, saí e fui dormir encontrando a gatinha já apagada, a toalha estava prestes a sair de seu corpo e ela não estava coberta. Deitei de costas para ela e tentei dormir, mas a insônia havia me pego em cheio, não conseguia sequer permanecer com os olhos fechados de preocupação.

Mais rápido do que percebi o brilho do sol entrou pela janela por onde a cortina não cobria, anunciando o amanhecer. Posso dizer que estou íntimo do meu teto já que olhei para ele durante a noite toda.

Meu celular já iria despertar para que eu levantasse e finalmente começasse meu primeiro dia no trabalho, desliguei o aparelho antes que o barulho soasse e acordasse a gatinha que dormia tranquilamente.

Me levantei e fiz minha higiene logo saindo e comendo qualquer coisa que achei na geladeira, estava ansioso para começar a trabalhar, afinal, era praticamente minha primeira vez fazendo isso.

Enchi uma bela xícara de café para me dar energia já que não consegui me recarregar durante a noite e voltei para o quarto indo até a escrivaninha. Abri meu e-mail e já havia uma tarefa a ser feita.

Sem mais delongas comecei com aquilo, no início foi estranho a sensação de voltar a desenhar depois de tanto tempo. Eu amava fazer aquilo e de repente parei, mas assim que paguei a caneta em mãos o desenho fluía, era como se eu nunca tivesse parado de desenhar.

PATINHAS FELIZES - Park SeonghwaOnde histórias criam vida. Descubra agora