Ainda estava tímido na frente do meu pai depois dele ter visto as camisinhas no meu bolso, aquilo foi constrangedor.
Liberei passagem para entrar e assim que S/N percebeu correu até ele e pulou em seu colo o abraçando.
Fiquei encarando a cena sem entender absolutamente nada, ele só cuidou dela por algumas horas, não é possível que já estejam tão íntimos assim, nem comigo meu pai agia assim.
— Papai do Hwa! - Exclamou a garota em euforia pendurada no homem.
Sorri, não imaginei ver nem em sonho algo parecido com aquilo, ainda mais com meu pai que é sempre tão reservado e até chega a ser um pouco frio.
— Aigoo, cadê as orelhinhas da gatinha?
Meu pai a colocou no chão e eu ri fechando a porta, S/N não deve ser tão leve para ele quanto é para mim. Ele tirou o boné da garota para ver suas orelhinhas de gato, sorriu bobo e tocou em ambas com um carinho suave.
Os deixei sozinhos na sala e fui para a cozinha, já estava tarde e havia passado da hora do almoço. No entanto, não havíamos comido ainda.
Vasculhei na geladeira, nem mesmo o famigerado resto de ontem tinha e para fazer todo o almoço demoraria horas. Hoje é domingo, estou com preguiça demais para cozinhar e mereço me dar esse luxo, meu pai também está aqui e a S/N sei que adoraria comer algo diferente.
Voltei para sala e vi os dois sentados no sofá, S/N conversava com meu pai com um largo sorriso nos lábios, sentia meu peito se aquecer em felicidade por vê-los se dar tão bem.
O mais velho não parecia diferente, olhava para a gatinha como se fosse alguma dádiva, acariciava as orelhinhas dela e as bochechas rosadas. Quem resiste a essa fofura? Nem mesmo meu pai, e isso é o que torna a situação tão engraçada.
— Vou pedir comida, o que vão querer? - Indaguei me sentando no sofá livre retirando meu celular do bolso.
— Vamos lá, eu levo vocês para comer em um restaurante aqui perto.
— Tudo bem pai, hoje é domingo. Vamos comer aqui mesmo, é por minha conta!
— Não Hwa, eu pago.
— Pai, eu trabalho agora, tá? - Indaguei retoricamente, ele apenas assentiu e sorriu. — E então, o que vai querer?
— Que tal jajamyeon, faz tempo que não comemos.
Minha mãe dizia que jajamyeon era comida de pobre e nos proibia de pedir para comer em casa e até em restaurantes, meu pai e eu saímos escondidos umas duas vezes para comer pois gostávamos muito e como não podíamos comer em casa, essa era a solução.
— A S/N gosta?
— Ela nunca comeu, acho que é uma boa opção para ela provar.
Pedi nossa comida do restaurante que eu e papai íamos, era nosso favorito no quesito jajamyeon, torcendo para que o frete não seja tão caro já que era um pouco longe daqui pois ficava perto da casa onde morava com meus pais.
Chamei a gatinha para irmos trocar de roupa e colocar algo mais confortável, ela fez birra se negando a ir e o homem riu da cena, eu devo estar parecendo um pai cuidando de uma criança na frente dele.
Puxei a menor sem muita força enquanto ela pedia para o mais velho lhe salvar nos causando boas gargalhadas.
Entramos e pedi para ela ir tirar a roupa que iria pegar outra, ela obedeceu, coisa que estava se tornando frequente e me aliviava.
Escolhi uma das minhas camisetas de manga longa branca e um short que nem daria para ser visto pelo tamanho que minha roupa ficaria nela. S/N gosta de usar minhas roupas, e como Momo não comprou nada confortável além de pijamas eu a deixo usar sempre que quer.
VOCÊ ESTÁ LENDO
PATINHAS FELIZES - Park Seonghwa
RomanceOs híbridos correm perigo de extinção, a sociedade decidiu se consumir pelo preconceito e se tornou intolerante, virou literalmente uma caça às bruxas contra a espécie. Um estudante de medicina veterinária tem o sonho de adotar um animal, quando se...