16. PREOCUPAÇÕES

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S/N P.O.V

Há dias venho sentindo uma sensação estranha, sinto minha barriguinha doer vez ou outra e uma coceira angustiante de onde sai o xixi, estou prestes a me esfregar em qualquer lugar apenas para tirar essa agonia.

Sinto uma fome terrível e minha cabeça dói todas as manhãs. Não sei o que está acontecendo.

A última vez que tive dor foi em minha patinha depois de derrubar um copo e me cortar com ele, saiu um líquido vermelho e a S/N só conseguia chorar, aquela era uma dor horrível. Insuportável. Foi quando a Momo me levou às pressas para uma sala toda branca onde havia um homem com roupas da mesma cor, Momo disse que era o veterinário e desde então sinto calafrios ao ouvir este nome.

Todo aquele branco doía meus olhos, fora a sensação de tontura que estava sentindo. O mesmo homem me pegou e colocou em cima de uma mesa que escorregava, minhas unhas arranhavam e faziam um barulho estrondoso.

Foi quando senti uma dor ainda pior em meu bumbum, olhei para trás e vi o homem enfiar um objeto pontiagudo na região. Aquilo foi a pior dor que já senti em toda minha vida.

Desde então todas as dores guardo e não conto por medo disso acontecer novamente. Não quero passar nunca mais por aquilo, então venho escondendo isso do papai.

Hoje por algum motivo senti mais sono que o normal então dormi quase o dia todo. Acordei e já estava escuro, não gosto de ficar sozinha e estava com muito frio então fui procurar o papai e o encontrei sentado no tapete.

Sim, o chão peludo se chama tapete. O papai me disse o nome dele. Ainda assim, acho mais legal chamá-lo de chão peludo, combina mais com ele.

Sentei no colo do papai como de costume, era confortável e ele sempre fazia carinho quando a S/N se sentava assim, então acabou se tornando meu lugar favorito nos últimos dias por conta da dor.

Iria lhe pedir meu leitinho da noite mas não consegui, fui interrompida por dor ainda mais forte, uma da qual nunca senti antes. Não tive escolha a não ser contar para o papai, foi a única coisa que pensei, mas nem ao menos consegui fazer pois apaguei.

Acordei com gritos, não pareciam gatinhos e isso me assustou. Estava no quarto, não lembro como cheguei aqui.

— O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? ENLOUQUECEU? - Os gritos estavam cada vez mais altos. Acredito que seja uma mulher pelo que conheço sobre vozes femininas.

— SAIA AGORA! VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE MANDAR EM MIM! - Papai é o próximo a gritar, nunca ouvi sua voz assim e isso assustou a S/N, tive que me esconder debaixo das cobertas.

— SE É ISSO QUE QUER ENTÃO É ISSO QUE TERÁ! - A mulher grita uma última vez e ouço um barulho de porta se batendo.

Estou escondida, encolhida e tremendo. A dor anterior não está tão forte quanto antes porém o medo que estou sentindo, esse está dominando todo meu pequeno corpo.

Ouço a porta do quarto se abrir e aperto os olhos fechados, o que quer que seja não quero ver, quero que vá embora. Fique longe da S/N!

Park Seonghwa P.O.V

— O que está fazendo aqui? - Questiono olhando para minha mãe.

Minha garganta seca ao lembrar que ainda não lhe contei sobre a S/N, a conheço bem ao ponto de saber que não irá gostar nada da surpresa. Se nem ao menos queria que eu adotasse um animal, imagine só uma pessoa. Ela vai me matar, já posso sentir.

— Não posso mais visitar meu filho? - Mamãe parece estranha, ela sorri forçadamente e já entra antes mesmo que de espaço para ela. A mesma retira seus sapatos de salto e se dirige para a cozinha.

PATINHAS FELIZES - Park SeonghwaOnde histórias criam vida. Descubra agora