7. RESERVA CANADENSE

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S/N P.O.V

Estamos todos dormindo amontoados no canto da jaula, ouvi algumas vozes e acordei, minhas orelhas levantaram instintivamente para saber quem estava falando.

Olhei ao redor e todos os gatinhos também haviam acordado, pareciam assustados.

Miaw miaw miaw miaw? (Que barulho é esse?) - Perguntou um gatinho cinza com manchas marrons, ele parecia o mais velho dentre todos.

Miaw miaw...miaw miaw... (Não sei...é assustador...) — Respondi tremendo, meus pelos se arrepiaram pois agora não era mais vozes e sim gritos e rugidos animalescos.

De repente começaram a passar lobos em frente à jaula. Nos assustamos e nos escondemos rapidamente na área onde ficavam as caixas de areia. Alguns gatinhos se aproximaram e olharam para fora, S/N estava curiosa então fiz o mesmo.

Haviam vários animais diferentes passando enfileirados, eles estavam acorrentados uns aos outros e alguns choravam, aquilo era horrível e assustador.

De onde está vindo tantos animais? Havia desde ursos até coelhinhos.

Depois de algum tempo parou de passar animais, porém um barulho alto de máquina ainda continuava. Um homem estranho abriu nossa jaula e entrou, ele carregava em suas mãos as mesmas correntes que os animais estavam usando anteriormente.

— É a vez de vocês! - Ele se aproximou e corremos. O homem correu atrás de um dos gatos e conseguiu pegá-lo. — Aish...Não Irei machucar vocês, apenas obedeçam uh?

— MIAW!!! MIAW!!! - Gritamos nossos miados desesperados, alguns rosnavam e se mantinham em posição de ataque.

Um por um foi pego pelo estranho, fomos amarrados em uma extensa corrente que nos conectava.

O homem abriu a porta da jaula e segurou em uma das pontas da corrente nos puxando para fora. Puxamos para o sentido oposto dele em conjunto e arranhamos o chão para tentar nos segurar.

— Você é mesmo um inútil, não consegue cuidar de uma dúzia de gatos sarnentos! - O homem que havia me trazido chegou e ajudou o outro, não conseguimos mais lutar contra tal força e nos rendemos deixando que fossemos arrastados.

Alguns gatinhos caíram de cara no chão pelo atrito de forças e S/N foi um deles. Levantamos e começamos a andar acuados com os rabinhos entre as pernas e orelhinhas baixas, era tanto barulho que fazia minhas orelhinhas sensíveis doerem.

Saímos todos da jaula e andamos pelo enorme corredor até a iluminação no final, a luz era a saída. Um por um foi solto, colocado em uma gaiola e logo levado a um lugar que parecia aquele negócio pequeno que andava que o papai me colocou, porém muito maior.

Era vez da S/N, quando fui colocada lá percebi que haviam muitas espécies de animais e eles faziam um barulho desesperador.

Vi uma raposa se transformar em humano, ele tentou abrir a gaiola mas não conseguiu, percebeu que alguém estava vindo nos ver e voltou a ser raposa.

De repente fecharam duas portas atrás de nós e começamos a nos movimentar, como havia suspeitado, é como o pequeno lugar de antes, se mexe da mesma maneira porém é bem mais barulhento e assustador.

...

Depois de muito tempo em agonia as portas foram abertas novamente, já era noite. Nos tiraram de lá e colocaram a gaiola da S/N em uma caixa de madeira com alguns buracos pequenos.

Pude ver em um dos buracos que havia uma imensidão de água ao redor, o lugar cheirava a peixe morto.

— Eles são os híbridos que vão para o Canadá? - Ouvi a voz de um homem. — Certo, podem tirar todos do caminhão e colocá-los no navio junto com a etiqueta da espécie nas caixas.

PATINHAS FELIZES - Park SeonghwaOnde histórias criam vida. Descubra agora