34. SEQUESTRO

33 0 8
                                    

Park Seonghwa P.O.V

— Como estou pai? - Perguntei ao homem que terminava de dar o nó em minha gravata, a meu pedido por ser péssimo em fazer isso.

— Parece um homem de negócios, mais bem vestido do que o pessoal do escritório. - Respondeu com um humor que não fazia parte dele até tempos atrás.

Era quase hora de sair, o evento de lançamento do webtoon já devia estar prestes a começar e eu estava mais animado do que imaginei que estaria.

A semana foi estranha, passou rápido, mas sempre que me lembrava do evento parecia que o tempo congelava por conta da minha ansiedade.

Era meu primeiro trabalho, minha primeira obra e hoje seria o lançamento para o público.

Pesquisando pelas mídias sociais da empresa vi tantas pessoas comentando sobre mim, eles nem me conhecem e mesmo assim pareciam tão ansiosos para ver minha arte. Isso estava me deixando cada dia mais ansioso para esse lançamento.

S/N ficou com meu pai a semana toda enquanto eu ia para a faculdade, tive que estudar tanto que não consigo mais ver livros e esqueletos de animais em minha frente.

Assim que saia da universidade ia direto ao escritório para buscá-la, notei que todos os funcionários haviam gostado da gatinha, e meu pai, não preciso nem falar o quão apegado está a ela.

Os dias se sucederam assim, nessa rotina caótica que nem mesmo foi criada por mim, a correria, o cansaço, o sono desregulado e implorando para ser colocado em dia.

Hoje pedi para meu pai cuidar dela enquanto iria ao evento, achei que estaria passando dos limites mas Yeosang tinha planos, então ele era o único a quem poderia recorrer.

Ao contrário do que pensei, meu pai aceitou sem pestanejar, até me ajudou fazendo a janta da gatinha assim que chegou aqui pouco tempo atrás.

— O oppa prometeu que ia ficar com a S/N hoje! - Exclamou a gatinha vindo até mim e ficando na minha frente, com um biquinho e os braços cruzados, estava emburrada o dia todo por não ter dado tanta atenção a ela durante a semana.

Acontece que a faculdade está sugando todas minhas energias e comecei um novo trabalho na empresa, uma nova obra está sendo produzida e sou novamente o desenhista.

— Eu vou, mas amanhã! Hoje tenho que sair S/N. - Avisei, sem rodeios para que ela não tivesse a mínima chance de discutir. Vi bufar e bater o pé, saiu resmungando para o corredor e bateu a porta do quarto.

— Por que simplesmente não leva ela junto com você? - Meu pai parecia não entender meu lado.

— Hoje é um dia importante pai, ela pode me dar trabalho lá ou alguém descobrir que é uma híbrida.

Peguei o paletó em cima do sofá e me vesti o ajeitando ansiosamente em meu corpo, vendo o mais velho me olhando com uma expressão indecifrável.

— Ela vai ficar chateada, e não está errada. - Disse me encarando como se estivesse me julgando ou repreendendo.

— Então estou errado? - Questionei, com a cara fechada e certamente um pouco irritado, sem de fato desejar uma resposta.

Estou fazendo isso pelo bem dela, não posso levá-la para um lugar com tanta gente. E convenhamos, preciso de um tempo para me divertir.

Nunca fui sociável e confesso não gostar de festas e afins, no entanto, estou precisando espairecer um pouco, com tanto comentário positivo vindo de pessoas importantes que estarão no evento sobre meu desenho, sinto que serei bem vindo entre eles.

PATINHAS FELIZES - Park SeonghwaOnde histórias criam vida. Descubra agora