36. CAMINHO SEM VOLTA

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Park Seonghwa P.O.V

...geralmente dura em torno de um mês, fraturas em ossos é algo complexo e a recuperação é lenta.

Tudo bem Dr. Obrigada.

Estava acordando aos poucos com o som de vozes, mas de tão baixo nem sabia dizer a quem pertenciam.

Sabe quando se tira um cochilo tão intenso que quando acorda parece ter esquecido até o próprio nome, bom, era exatamente assim que me encontrava.

Meus olhos estavam finalmente se abrindo minimamente, já podia ver que o ambiente estava claro mas sequer sabia que horas eram ou onde estava.

Sentia meu corpo pesado e dolorido, minhas pálpebras pareciam grudadas me dando trabalho ao abrir os olhos de uma vez.

Escutei o som de uma porta, o ranger da madeira me remeteu a um filme de terror e isso me fez despertar. Logo me lembrei da S/N, do que havia acontecido e o desespero me atingiu como uma bomba explodindo todas as memórias.

Eu falei para ele não tocar em você...Me desculpe filho...- Ouvi a voz novamente, mas agora sabia identificar. O peso de sua mão em meu braço e a dor aguda no outro, olhei para o lado encontrando minha mãe sentada de cabeça baixa. — Ele só devia ter levado ela embora, mas machucou vocês...

— C-cadê-... - Minha voz falhou, minha garganta estava seca me obrigando a tossir.

Minha mãe olhou para mim e eu vi que estava chorando, logo se apressou em pegar um copo de água em uma mesinha e me deu, me sentei na cama e aceitei já que estava tendo uma crise de tosse que estava me deixando com falta de ar.

— Cadê a S/N? - Questionei depois de longos goles d'água, por algum motivo eu senti que ela saberia me responder. — Sobre o que você estava falando? Quem é "ele"?

— Filho... - Ela tentou tocar meu rosto, estava chorando mas sorriu fraco ao me olhar.

Desviei de sua aproximação, mesmo debilitado me levantei daquela cama. Só então parei para notar que estava em um quarto de hospital, meu braço esquerdo estava engessado e vestia o típico pijama de paciente.

Eu havia desmaiado, estava tentando tirar a gatinha das mãos de um homem desconhecido e ele me agrediu sem qualquer dificuldade. Não consigo me lembrar exatamente com detalhes, foi tudo tão rápido e eu estava tão nervoso.

Cadê minha gatinha?

— CADÊ A S/N? - Cada segundo que se passava tudo parecia mais claro na minha memória, ainda não era o suficiente mas já foi o bastante para compreender que aquele homem havia tentado sequestrar a S/N. — ESTOU PERGUNTANDO! - Gritei desnorteado, minha garganta ainda estava seca e arranhava com o ato.

Estava fora de mim, completamente transtornado e preocupado. Não queria acreditar que ele havia a levado, alguém tem que ter conseguido para-lo. Isso não pode ter acontecido.

— Filho, por favor-...- Deixei o copo de vidro cair no chão sendo estraçalhado em diversos cacos, minha mãe nunca me chama de filho, ela não está normal.

Caminhei atordoado para a porta, precisava sair dali e voltar para casa, minha gatinha tem que estar em casa ou não sei o que vou fazer.

— Seonghwa, você não pode sair assim, está todo machucado. - A mulher me parou, segurando em meu braço quando tentava abrir a porta para sair dali o mais rápido possível.

— Me diz, cadê a S/N? Você sabe alguma coisa, eu tenho certeza.

Naquele momento eu não tinha certeza de absolutamente nada, mas a forma estranha como estava agindo me fazia imaginar que ela poderia saber de algo, por menor que fosse, além dessa tal "ele" que não me contava de vez.

PATINHAS FELIZES - Park SeonghwaOnde histórias criam vida. Descubra agora