15. COMO ASSIM CIO?

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Havia passado uma semana que S/N estava comigo. Está sendo incrível ter ela por perto, não sabia o quão bom era morar com alguém que a gente ama sem ser nossos pais, ou responsáveis.

Achei que era bom morar sozinho, até ter ela comigo. No entanto, tem algo que realmente não consigo me acostumar, e isso é: o banho.

Há uma semana estou dando banho na gatinha e é sempre a mesma tortura, sempre os mesmos sentimentos e o pânico. Nada mudou nem melhorou, ao contrário, parece que a cada dia está pior, a cada dia é mais difícil olhar para ela nua.

Tenho vergonha de pedir para Momo fazer isso, ela pode me achar um pervertido ou coisa pior. Além disso, Momo não iria ter tempo para dar banho na S/N todos os dias, já que trabalha muito no pet shop e mal nos falamos.

Ela só pergunta sobre a gatinha e me pede fotos para confirmar se ela está bem mesmo, como se eu não fosse cuidar bem da minha princesa. Achar isso de mim é um tanto ofensivo, porém não a julgo, depois do que fiz nem eu mesmo confiaria.

S/N aprendeu algumas coisas nessa semana, como comer sozinha, porém apenas de colher já que os palitinhos ela ainda não consegue, ela tem uma péssima coordenação motora, no dia que tentei lhe ensinar saímos todos sujos de comida que voou para todo lado.

Ela aprendeu também a pentear o cabelo, porém da primeira vez tive que ficar vinte minutos tirando o pente que tinha enroscado em seus longos fios. Por um momento até achei que não teria jeito além de cortar, mas com a paciência que eu não tenho, consegui tirar.

A pequena nos últimos dias tem comido muito, não que eu me importe, esteja negando ou algo do tipo, só achei estranho já que ela não era de comer nem a metade do que está agora.

Todo momento ela pede para mamar, não sei se devo continuar dando tanto leite assim, mas não consigo lhe dizer não, nem resisto a ver ela mamar tão fofa e logo em seguida sempre pegando no sono.

Também há outras preocupações que não consigo tirar da cabeça, minha faculdade é a principal. Estou surtando com isso, não consigo ir pois não quero deixar a S/N sozinha, não sei o que ela pode fazer e não conseguiria ficar tranquilo sabendo que a mesma está sozinha em casa.

Além disso, a questão financeira é outra questão. Ela não dá tantos gastos, porém quero lhe dar uma vida boa e sendo bancado por meus pais não consigo fazer isso.

Estou desesperado, preciso voltar para faculdade e arrumar um emprego, com isso minha gatinha ficaria o dia todo sozinha? Não! Isso eu não quero jamais, preciso achar uma saída para esses problemas.

— Papai? - S/N acorda e vai até a sala onde estou sentado no chão com a TV ligada enquanto procuro um emprego no notebook em cima da mesinha de centro.

— Que foi meu bebê? - Pergunto a olhando vir em minha direção e sentar em meu colo. Ela é sempre manhosa quando acorda, uma das coisas mais fofas que ela me faz presenciar todos os dias.

— Quero carinho. - A pequena me abraça pelo pescoço e deita sua cabeça em meu ombro respirando próximo ao meu pescoço, o que me causa arrepios.

Ela está usando uma calça preta e uma blusa de moletom azul acinzentada. Toco sua pele quente por baixo da blusa e faço carinho em suas costas, sinto seu pequeno corpo relaxar em cima de mim me confortando e me fazendo sorrir bobo.

Ficar com ela em meu colo me tranquiliza, sentir seu cheirinho doce me acalma, sua pele macia e quente me faz ter vontade de apertá-la.

Estou fascinado nessa garota, cada detalhe dela é perfeito e não canso de admirá-la a cada segundo. Sem dúvidas não quero ficar longe dela, não estou só preocupado em deixá-la sozinha como também em nos afastarmos.

PATINHAS FELIZES - Park SeonghwaOnde histórias criam vida. Descubra agora