39. PRIMEIRA PISTA

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Kim Yungyeom P.O.V

Caminhei em direção ao meu escritório e no percurso tentava disfarçar as lágrimas, estava em meu local de trabalho, o que os outros iriam pensar se me vissem chorando, sem dúvidas perderia toda a credibilidade.

Lutava para tirar Rosé dos meus pensamentos, mas sua voz nas mensagens parecia repetir diversas vezes em meu inconsciente, me torturando e me impedindo de esquecer.

Abri a porta e enfim entrei, minha sala era bem menor que a de Jackson, no entanto eu não fazia quase nada ali a não ser administrar o lugar e receber funcionários, ou deveria chamá-los de assassinos, ou criminosos que abrange melhor?

Mesmo assim, eu era um deles, e até pior, administrava a morte desses seres, permitia todas as atrocidades que aconteciam dentro desse lugar em silêncio, eu era um cúmplice de merda.

Me sentei em frente à mesa e abri o notebook vendo as últimas encomendas, alguns medicamentos e substâncias químicas que os cientistas daqui haviam pedido. Estava tudo em caminho de entrega, mais uma vez aqueles animais seriam expostos a todo e qualquer tipo de tortura através desses testes.

"BIP BIP"

Me assustei ao ouvir o soar do alarme a as luzes vermelhas girando enlouquecida, aquele era o pedido de ajuda do chefe e todos sabiam disso.

Corri para fora da minha sala vendo o tumulto de pessoas correndo em direção a sala do Wang, o desespero me atingiu quando me lembrei que a garota ainda estava lá dentro. Não é possível que ele já tenha tentado algo, me diga que ele não a matou.

Corri na maior velocidade que minhas pernas suportaram e ao chegar na sala bati contra a porta entreaberta, a cena que vi me aliviou, apesar de ver meu chefe naquele estado, estava mais preocupado com a garota.

O homem estava no chão tentando se levantar, havia um arranhão horrível em seu braço e sua camisa branca estava um trapo suja de sangue.

Também havia cortes por seu pescoço e rosto, ele parecia atordoado sendo ajudado pelos outros funcionários a se levantar.

S/N foi segurada por outros homens ali, ela estava de uma maneira agressiva, com um semblante de raiva e parecia rosnar olhando para Jackson.

A garota mostrava os dentes, estava mordendo um trapo da camisa do homem, a boca suja de sangue que escorria por seus lábios e queixo. Sua mão também estava vermelha de sangue, aquilo me assustou.

Já havia visto híbridos agressivos, mas em sua fase totalmente animal. Ela é uma humana, mas está agindo feito um gato enlouquecido. Quando a peguei parecia inocente, só que o homem conseguiu a tirar do sério ao ponto de transformá-la.

Vi seu rabo balançar desgovernado mas ainda de maneira clássica, como um verdadeiro felino. As orelhas estavam abaixadas, ela se mantinha atenta a cada som e toque, e seu olhar com a pupila dilatada capturava cada um da sala, cada movimento feito por nós ali.

— Cuidem dela! - Disse Jackson com a voz um tanto falha.

O homem enfim havia conseguido se levantar, dois dos seguranças o carregava pelos braços, mancando e ofegante ele saiu da sala.

Como uma garota tão pequena o deixou naquele estado?

— Vamos dopar ela, se não seremos os próximos. Essa garota é maluca! - Um dos cientistas se aproximou com uma seringa, enquanto outros três seguravam S/N que se debatia e tentava de toda maneira morder o rosto deles.

Eles diziam como ela agia feito um animal, mas o que esperavam? Se fossem sequestrados agiriam da mesma forma.

Assim que ela viu a seringa parece que tudo piorou, os gritos agudos e o pedido desesperado de socorro me atingiram em cheio, ela estava em pânico.

PATINHAS FELIZES - Park SeonghwaOnde histórias criam vida. Descubra agora