Amanda - insatisfeita

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— Alô — respondi a ligação.

Houve um silêncio, mas eu já sabia quem era e ele demorou por horas sem responder algo.

Era Wesley, o meu namorado. Ou como todos gostavam de chamá-lo, o Wessy, é tipo uési. Eu quem dei esse apelido para ele e todo mundo passou a chamá-lo assim.

— Alô, não vai responder, ou vai ficar nesse silêncio? — eu perguntei.

Eu estava no meu quarto ajeitando minhas roupas que acabaram de ser lavadas. Minha mãe gostava de pôr na máquina, mas o trabalho de dobrar e pôr no meu guarda roupa era meu.

— Vou desligar — eu disse um pouco irritada.

— Não,  não desliga. — ouvi sua voz.

A voz do Wessy era rouca e bem atraente. Eu adorava ouvi-lo falar.

— O que você quer? — perguntei com o telefone no ombro.

— Você sabe o que eu quero. — ele disse.

Ele nunca falava explicitamente. Wessy era aquele tipo de garoto que todos pensavam que era gay por não ser um grande babaca com as garotas, eu poderia afirmar que ele é bem foda quando se trata de querer sexo com uma menina. E isso era muito fofo da sua parte. Ele usava a timidez para conseguir dizer o que queria. O que fazia parecer aqueles caras que faziam beicinho parar conseguir uma vagina.

Só que a gente nunca transou.

E sempre usava a sua famosa frase "você sabe o que eu quero". O que significava que ele queria sexo.

Só que eu e Wessy somos virgens, estamos no terceiro ano do Ensino Médio, nos preparando para ingressar em uma faculdade pública ou particular e conseguir viver o nosso maior sonho.

— Fala aí o que você quer? — perguntei para ele mudando o meu tom de voz, eu estava lendo Seja uma vadia com seu namorado, e no capítulo dois dizia que se mudassemos o tom de voz soaria mais sensual.

Fui até a porta do meu quarto, onde ao lado havia uma foto da Beyoncé que eu comprei pela Internet. Eu fechei a porta assim que ele falou o que eu precisava ouvir. Talvez a Nessy, minha melhor amiga esteja certa, ler aquele livro faz a gente respeitar o título.

— Queria te comer — ele disse.

Ao falar isso, meus peitos pequenos ficaram duros e minha vagina começou a esquentar, ou talvez fosse uma sensação de coçeira, mas eu sabia que para coça poderia usar os dedos, mas só que já estava cansada de esfregar meus dedos em mim mesma, queria mais do que isso.

Eu e o Wessy, namoramos desde os 15 anos de idade, e o primera beijo foi bem difícil. Para nós dois, beijar era quase como transar ou talvez porque ouvimos bastante aquelas palestras que falavam que doenca acontece ate pela boca. Eu achava que garotas engravidaram por beijar com outros, mas isso só fazia parte da minha inocência. Agora sei que para ter um bebê é preciso receber um pênis dentro de você. E ouvir o Wessy falando em me comer era quase vergonhoso se eu ouvisse naquela época dos 15 anos.

— Queria que estivesse aqui — eu me ouvi dizer, escutando o capítulo 5 do livro Seja uma vadia para seu namorado.

Mas para falar a verdade eu não queira não.

— Posso ir aí se quiser. — Eu sabia qual era o impacto dessas palavras em garoto bastante excitado. Acho que vou ler pela quinta vez aquele livro.

— Minha mãe está aqui. — falei de repente, me arrependendo de ter dito que queria ele na minha casa. — Está brigando com o meu pai.

Os dois não estavam brigando, estavam na sala assistindo o noticiário e rindo juntos.

— Meu pau tá duro — ele balbuciou com vergonha. O que o capítulo cinco dizia mesmo? Ah, quando ele fala que está excitado, exija provas! Isso vai deixá-lo mais excitado.

— Deixa eu ver. — falo para ele.

Um minuto depois ele me envia por mensagem uma foto do seu pau duro e vermelho. Na foto, ele estava esticando na cama com o quarto escuro. Já estive diversas vezes naquele quarto e ele aqui no meu, mas nunca, nunca fizemos algo sexual.

Falávamos bastante, atiçando um ao outro.

— Está bem grande — falei para ele, me lembrado que no mesmo capítulo eu precisava elogiar o amiguinho do meu namorado para deixar ele feliz.

— Você acha? — ele gemeu.

Então eu ouvi sua respiração mudar.

— Queria passar ele em você e te ouvir gemendo — ele conseguiu dizer.

— Eu deixaria você entrar em mim bem devagarinho — respondi, me deitando sobre as roupas limpas que ainda faltavam ser dobradas, comecei a passar a minha única arma sexual naquele quarto: os meus dedos.

Fazia movimentos circulares e exigentes, mas eu sabia que aquilo não era o suficiente.

— Bem devagarinho — ele gemeu repetindo minhas últimas palavras.

Eu poderia imaginar ele esticado na cama com a mão no telefone e a outra no pau se masturbando.

— Você vai gozar? — perguntei de olhos fechados. Me lembrei que havia uma parte no livro que dizia "se não está bom para você finja!" Ah qual é...

— Vou, mas o que eu queria mesmo era gozar em você — ele gemeu — tanto tempo, me tocar está ficando chato demais.

— Temos que sermos pacientes com aquilo que nós dois queremos muito, talvez no final o nosso sexo vai ser tão bom que vamos repetir umas dez vezes. — Eu disse, e posso imaginar que o o livro Seja uma vadia para seu namorado me daria um prêmio por ser ousada.

— Aaah, porra sua voz...gozei — ele me avisou tentando se recompor — gozei muito...merda, sujei a cama.

Obrigado livrinho com a capa rosa com um título chamativo.

Eu ainda estava com os dedos em mim, como eu havia dito eu queria mais, queria ser beneficiada nisso, só ele quem conseguiu gozar.

Tirei o dedo do meu clitóris e esperei. Ouvi no outro lado da ligação, água caindo, ele provavelmente estava lavando o pau no banheiro.

— Você está bem? — ele perguntou, como se nunca tivesse se masturbado antes.

— Estou — menti — e você?

— Graças a você vou poder trabalhar feliz hoje — ele riu do que parecia ser uma piada. — Meu pai vai aumentar o meu salário.

Wessy trabalhava para o pai em uma loja de carros, trocando motores e concertado.

— Vai querer vim aqui em casa depois da escola?

— Seu pai vai está aí? — perguntei interessada.

— Vai, mas você sabe como ele só fica no quarto dele. — ele disse. Ah, e como eu sabia, como eu sabia mesmo — a gente assiste um filme ou fica namorando até dormi.

— Não vai querer falar de sexo não, certo? — perguntei.

— Não mesmo — ele responde.

Ficamos em silêncio.

— Ok, então — respondo depois de um tempo — eu vou está aí.

— Beleza.

Ele desliga o telefone.

Era horrível você não terminar o que começou ainda estava excitada. E ouvir Wessy falando do pai dele era uma tortura.

o amante ( Heteros) ( Não Revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora