Saio correndo pela rua completamente pelada. Não estava nem um pouco me importando se estavam me olhando, eu não queria saber de nada. Estava desesperada, minhas mãos estavam segurando o meu corpo que parecia todo arrepiado de um frio que não existia.
Eu me tremia, mas não era do frio. Era de medo.
Estava horrorizada, ou despedaçada. Tentava entender desesperadamente o que aconteceu comigo. Parecia óbvio, afinal, estava nua.
Queria a minha casa, o meu quarto, o meu conforto.
Algumas pessoas passavam e me olhavam horrorizadas. Carros passavam e buzinavam para mim. Faltavam poucas quadras para eu chegar na minha casa, mas correr sem roupas era como correr em uma pista olímpica. Apesar de a rua não estar bem movimentada, eu sentia como se cada lata de lixo ou cada cachorro que eu passava por perto me julgasse.
Eu não estava chorando, o que me fazia parecer uma doida, mas não havia lágrimas, era como se o meu próprio corpo estivesse esquecido de pôr as emoções no lugar.
Eu sentia pena de mim mesma e, ao mesmo tempo, achava que deveria ter merecido. Eu queria ficar com raiva, só que, ao invés disso, eu deveria estar preocupada com o William e o seu filho. Não, eles dois que se virem, eu não devo me preocupar com eles.
E mesmo que eu tenha culpa por traí o Wesley, ele perdeu a razão fazendo o que fez comigo. Minha boca estava doendo e minha garganta também, pois ele enfiou seu pa* com bastante violência. E, quando ele me virou de costas e me comeu… foi tão...
Ai, meu Deus, eu estou romantizando a minha situação. Eu não posso aplaudir o que ele me fez, não foi certo e nem bonito. Foi humilhante e assustador.
Finalmente cheguei na minha rua, passei voando para o gramado da minha casa sem parar para ver quem poderia me ver sem roupas. Provavelmente toda a cidade vai ficar sabendo, eu ia ficar dentro da minha casa, no meu quarto por anos. Esse era o fim da Amanda certinha e comportada.
Talvez eu possa reverter a situação para o meu lado, em nenhum momento eu fiz o Wesley sofrer uma dor física, eu apenas fiquei com o pai dele...
Bato na porta da minha casa e eu suspeitava, por meio de todos os meus pensamentos loucos, que a porta da minha casa estaria fechada. Vou até a janela do meu quarto, pego uma pedra e quebro o vidro. A janela fica com um buraco que eu tinha quase certeza de que não dava para mim, mesmo assim, completamente desesperada, para entrar no meu banheiro e tirar o cheiro do garoto que fez mais do que tudo no meu corpo desacordado.
Jogo uma perna pela janela e tento erguer todo o meu corpo em direção ao meu quarto, só que escorrego e sinto uma dor aguda.
Um pedaço de vidro passou cortando minha virilha, por pouco não entrou na minha v*gina.
— Aaaah! — exclamo gritando de dor.
Eu já poderia morrer agora mesmo, não queria continuar vivendo. Admito que tudo foi minha culpa, eu não deveria ter traído o Wesley com o pai dele, foi irracional da minha parte. Ainda mais que não pensei nas consequências. Imaginei que o Wesley era bom demais para descobrir o que eu estava fazendo por debaixo dos panos. Tinha certeza de que ele era do tipo que aceitava calado até mesmo uma traição... me enganei.
Pessoas boas demais também podem surpreender quando são traídas.
Mas me enganei. Wesley era um cara bom, eu quem acabei fazendo ele ser a pior versão de si, eu deveria ter me contentado com o pouco que ele me oferecia, que era muito.
Para ser sincera, eu nunca sabia o que eu sentia por ele, agora sei. Sentia pena… e por isso eu aceitei ficar com ele.
Tento passar pela janela e ganho mais dois cortes nas coxas, mas pelo menos consigo passar para dentro do meu quarto. Corro para o banheiro e ligo o chuveiro, lavo todo o meu corpo, tiro tudo com sabão. A queda da água na minha cabeça ajudou a limpar os pensamentos que passavam como um piscar de uma luz. Eu pensava em tanta coisa que eu tinha uma leve impressão de que meu cérebro ia dar um curto-circuito. A água que caia em direção ao ralo era vermelho vivo.
Quando finalmente estava limpa, saio do banheiro com um papel higiênico entre as pernas, pois em algum lugar dentro da minha vag*na sangrava e ardia muito. E o corte que fiz com vidro não parava de sangrar.
Sentei-me na cama após tirar a pedra e os pedaços de vidro que ficaram espalhados pelo chão. O que eu poderia fazer em relação a tudo que aconteceu, nada? Parecia ser uma ótima ideia denunciar. Só que a voz grossa e irritada do Wesley batia nos meus tímpanos, reverberando.
Vou te matar, Amanda! Vou te matar!
Não seria uma má ideia morrer após ser estr*p*da pelo próprio namorado. Bom, sendo sincera, eu até merecia isso... A morte não seria o suficiente.
Ouço a porta da sala se abrir e eu me levanto assustada.
Então, tudo fica em silêncio.
Meu coração bate forte, e um desespero descomunal toma conta de mim. Será que era o Wesley? Será que, após pôr um fim em seu pai, ele veio concretizar o meu fim? Afinal, o "Vou te matar, Amanda! Vou te matar!" Pareciam nítidos em minha cabeça.
Peguei a pedra que usei para quebrar a minha janela. Eu poderia usá-la contra ele caso o visse pela perto do meu quarto. Eu poderia ser presa, mas deixaria a cabeça dele triturada se aparecesse pela minha porta.
Ouço passos enquanto ergo a pedra. Eu ouvia um barulho irritante em meu ouvido, tipo um "piiiiiii" só que eu não conseguia entender porque estava ouvindo isso.
Vejo o rosto do meu pai surgir na porta.
— Pai — digo, algo parecia com o conforto que eu esperava tomar de conta de mim.
— Os vizinhos me mandaram mensagens dizendo que uma louca e pelada estava invadindo minha casa.
Droga, quebrar a janela chamou a atenção da vizinhança.
— Fui eu, pai — eu disse, apontando para a janela.
— Você estava pelada?
Eu poderia mentir e informar que os vizinhos ficaram loucos.
— Estava, eu fui violentada, pai, só que consegui fugir.
— Por quem? Como você está, meu amor?
— Eram quatro homens e eles ficavam de olho em mim desde o dia em que eu estava indo para a escola.
Eu precisava mentir, se eu contasse que foi pelo meu namorado, ele com certeza iria pegar o carro e ir até a casa do Wesley. Não queria que meu pai aparecesse por lá. Usei os mesmos homens que por pouco não me pegaram se o William não tivesse aparecido com o carro. Eu sei que estava dificultando minha vida, mas não importava… só queria esquecer isso.
— Vamos, na polícia, tomar denúncia, onde foi que eles fizeram isso?
— Pai, pai… por favor, eu não quero fazer nada, eu estou bem!
— Você não está bem, e se eles tiverem passado doenças, é seu direito...
Como eu estava de toalha, eu tiro-a do meu corpo e fico pelada na frente do meu pai, que se cala de repente. Vejo os seus olhos lampejarem.
— Onde foi que eles a machucaram?
Peguei a mão do meu pai e levei até a minha vag*na.
— Aqui, pai — respondo.
Sinto o dedo do meu pai se mover lentamente.
— Aqui — ele pergunta e eu concordo, olhando em seus olhos.
— Como foi… o...
— Violência? — pergunto, enquanto sentia seus dedos elevarem os movimentos. — ele me colocou no chão e entrou sem que eu permitisse.
— E você gostou?
Eu queria dizer que não, mas eu precisava distrair meu pai.
— Gostei.
— Quer que eu faça o mesmo?
Olho para ele, percebo que meu pai já estava excitado.
— Quero.
Meu lábio cola nos lábios do meu próprio pai, eu sabia que ele sempre quis fazer aquilo comigo. Eu só nunca me interessei no momento certo.
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o amante ( Heteros) ( Não Revisando)
ChickLitAmanda tem tudo o que toda garota de 17 anos quer, ou pelo menos a maioria: um namorado perfeito, bonito, sarado e estudante, que leva ela para todos os lugares e que puxa a cadeira em um jantar. Até ela conhecer uma outra pessoa que pode estragar t...