Capítulo 4.

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Cheguei em casa e meu irmão estava na sala, assim que entrei ele me encarou, com um olhar nada bom. Merda!

- O que foi? - pergunto, já esperando a bronca.

- O Pedro acabou de me ligar dizendo que você estava pegando um garoto no shopping. Eai? - cruza os braços.

- Qual é! - reviro os olhos. -  Eu sou livre. Fico com quem eu quiser, se meus pais não reclamaram não sei por que está se intrometendo.

- Eles não reclamaram ainda por que não sabem. Sou seu irmão e não quero que minha irmã fique mal falada por agir como uma vadia. - diz irritado.

- Adoro ser assim. Não to nem ai. Agora me da licença, tenho que sair ... - mando um beijo no ar e saio novamente.

Quem eles acham que são pra se intrometer na minha vida? Ainda mais aqueles resto de aborto do Pedro. Urgh!

Vou na casa da Mariana conversar com ela, se eu continuasse em casa rolaria um fight.

•••

- Sério? Ele acha que manda em você pra ficar contando o que você faz ou deixa de fazer?! Garoto escroto. - diz com a boca cheia de salgadinho.

- Também acho. Ta louco pra apanhar.  - pego um pouco do salgadinho.

- Isso vai acabar dando em namoro. - ela resmunga.

- Cala boca! - jogo um travesseiro nela e faço uma careta - nunca na minha vida que namoro aquele idiota, o que tem de gostoso tem de insuportável. - digo.

- É apenas a verdade, sempre tem um defeito - ela bufa. - mas mudando de assunto. Vamos fazer alguma coisa? Dar um rolê e tal? - pede animada.

- To cansada - sorrio fraco. - vamos fazer algo mas por aqui, ok?

- Sempre está. - bufa novamente. -  vamos ficar na pracinha, lá tem WiFi mesmo. - da risada.

- Bora. - me levanto.

Espero ela se arrumar, o que demorou e vamos andando até a praça que fica aqui perto.

- Sabe, preciso de sexo. - ela  diz olhando pra uns garotos que passava.

Dou risada.

Eu também, senhor.

- Precisamos. Ta difícil, arrumar alguém que te faça algo bom e não espalhe.

- Digo o mesmo sobre as meninas. - ouço uma voz bem conhecida.

Olho para trás e lá estava a peste, Pedro Santos.

- Sai o feto de puta, está fazendo o que aqui, ouvindo a conversa dos outros?!

- Bom, ouvindo a conversa de vocês, claro. - sorriu.

- Vaza querido. - digo impaciente.

- Isso, vaza. - Mariana diz também.

- Não to afim e não vou deixar vocês aqui sozinhas, é perigoso e esses caras não param de olhar.

- Como se com você aqui fosse mudar algo. - encaro ele - sai daqui, não to afim de guarda - costas, principalmente você. E não sei por que quer ficar aqui, não é nada nosso.

- Conheço vocês e isso basta, não vou sair daqui.

Bufo e sento no banco mais próximo puxando a Mariana comigo.

- Senta ai e não sai de perto de mim vadia. - sussurro e ela começa a rir.

Ficamos conversando e o encosto estava no banco da frente, até que nos distraímos e ele não estava mais lá, graças a Deus.

- Oi gatas. - chegaram dois meninos e sentaram no banco à nossa frente.

- Oi! - Respondeu a Mari, já eu olhei para eles com cara de "vaza peste" e não cumprimentei.

- Oi gatinha, não fala não é? - um deles perguntou.

- Quando estou afim, já podem vazar. - encaro eles.

- Nossa.

- Qual é, nos não queremos ficar com nenhum dos dois, então pode sair já.

- Mas a gente nem pediu. - um deles me encarou.

- Ainda não, mas iria. E já estou adiantando. V-A-Z-A.

- Não to afim, você ta Junior? - pergunta para o outro que nega.

- Claro que não. - sorriram.

- Então a gente sai, bye. - me levanto, puxando a Mariana.

Mas sou impedida de ir embora, pois um deles me segura.

- Me solta verme. - digo já irritada.

- Qual é, vamos conversa. - diz com um sorriso malicioso.

- Não t... - sou interrompida por alguém colocando a mão na minha cintura.

- Algum problema amor ?

Suspiro e olho pro Pedro. O garoto solta minha mão.

- Nenhum. Né meninos? - tiro as mãos do Pedro da minha cintura e olho pros meninos.

- Nenhum. Só estávamos conversando com as gatinhas aqui. - o garoto diz.

- O que é bom dura pouco né? Podem sair daqui. - Pedro diz e olha sério para eles. Que erguem as mãos pra cima e sorriem.

- Não Pedro, a gente já vai. Vamos Mari.

Saio dali sendo seguida pelos dois, Pedro e Mari.

- Que garotos chatos, já estava louca pra mandarem tomar no... - se cala.

- Tava é louca pra pegar um deles. Isso sim. - rimos.

- Vocês são loucas! Falei que era perigoso ficarem sozinhas aqui.

- Você é pior por falar "amor", não se iluda fofo. - digo olhando para frente. - E muito mais por dizer que ia ficar na nossa cola, mas quando foi preciso, não estava.

Deixamos a Mariana na casa dela e fomos para a minha, o idiota fez questão de me acompanhar.

•••

- Chegamos.

- Ótimo, tchau. - digo e me viro para entrar mas ele me segura.

- Não vai me agradecer?! - pergunta e arqueia a sombrancelha.

- Por fazer algo que você disse que iria fazer, não deixar ninguém por perto? Que ainda fez mal feito? - sorrio sínica. -  Me poupe Pedro.

- Mal agradecida, da próxima deixo vocês lá.

- Não vai ter uma próxima vez. - pisco.

Entro no prédio, e vou  direto pro meu quarto, tomo um banho e me deito. Ah, que cama macia.

"algum problema amor?"

Sorrio. Que idiota... Não?

Suspiro e coloco meus fones de ouvido, entrando em um sono profundo, ou não.

O melhor amigo do meu irmão. (revisando)  - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora