Capítulo 5

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Rebecca

Acordei com uma dor nas costas, dormir na minha sala talvez não foi uma boa idéia.

Olhei no espelho e não gostei da imagem, estava com uma cara amassada, meus cabelos bagunçados e minha franja jogada para o lado.

ㅡ pela misericórdia, passou foi um furacão aqui ㅡ digo a mim mesma.

Começo a ajeitar meus cabelos e minha maquiagem, não posso simplesmente sai da minha sala desse jeito, vai que pensam que é um bicho andando pelo hospital.

Deus me livre.

Alguns minutos depois término de me ajeitar, pego minhas coisas e saiu da sala pois vou dar alta para Aisha e o bebê.

Ravi é o bebê mais lindo que já vi em toda a minha vida, fora eu claro. Suas pequenas bochechas bem clarinhas junto de seus olhos castanhos o deixavam fofo.

ㅡ bom dia, pequeno Ravi ㅡ digo assim que entro no quarto.

Nele se encontra o pai da criança, Atlas e com ele está Freen.

Seus olhos castanhos se encontram com os meus por míseros 3 segundos, eu queria vê-los mais de perto.

ㅡ bom dia doutora, Rebecca ㅡ os dois respondem ao mesmo tempo e depois se olham.

ㅡ idiota ㅡ resmungou Freen.

ㅡ peste ㅡ murmurou Atlas.

ㅡ da pra para os dois, vocês não são mais crianças ㅡ Aisha repreende os dois ㅡ desculpe por presenciar a infantilidade do meu marido e de minha irmã.

ㅡ não se preocupe, Aisha. Bem, eu vim ver se está tudo bem e lhe dar alta ㅡ digo indo até a mesma.

ㅡ que bom, não gosto de ficar muito tempo no hospital e tenho certeza que Ravi também não gosta ㅡ diz ela fazendo um carinho na bochecha do filho.

Vou checando se ela está realmente bem, Ravi parece feliz hoje e bem cansado pois está dormindo. Aisha está muito bem então dou alta e peço que passem na recepção e assinem os papéis.

ㅡ espero que fique tudo bem, Aisha. E cuida bem desse pequeno ㅡ digo sorrindo.

ㅡ pode deixar doutora Rebecca e obrigado ㅡ diz Aisha.

ㅡ não há de que, tchau pra vocês ㅡ digo e saiu do quarto.

Vou sentir falta de Aisha, ela sempre estava em minha sala checando se o seu bebê estava bem e saudável por ser uma gravidez de risco e por ter perdido o primeiro filho.

Volto para a minha sala só pra pegar minha bolsa e ir pra casa, com certeza vou dormir e só acorda amanhã.


...

S

am

Estou em decisa, não sei o que faço da minha vida. Se volto pra Londres ou  continuo aqui em Paris, luto contra o desejo de ficar ou ir.

Aqui é bom pra se viver, os franceses são ótimas pessoas e bastante acolhedoras, tem alguns que são xenofobicos e bastante metidos, mas tirando isso é maravilhoso está em Paris.

Mas não aguento ficar longe da minha família, sabem que gêmeos tem que permanecer juntos, um ao lado do outro e não é isso que eu e Freen estamos fazendo, pelo contrário.

ㅡ em que está pensando? ㅡ me assusto pela voz repentina, era Aiden meu melhor amigo desde que cheguei aqui.

ㅡ me assustou, idiota. Estava pensando em Freen ㅡ fui sincera.

ㅡ por que não volta pra Londres então? O que te impede? ㅡ pergunta se sentando ao meu lado e pegando em uma das minhas mãos.

ㅡ o medo... tenho medo de todos me rejeitarem principalmente ela ㅡ deixo uma lágrima cair, mas logo a limpo.

ㅡ está sendo uma fracote e sabe que os Chankimha podem ser tudo, menos fraco ㅡ diz Aiden com um sorriso orgulhoso.

Contei tudo pra ele sobre minha família, como eram nossos domingos, nossas brincadeiras de crianças que tenho certeza que meu pai ainda brinca com os netos, todos os sorrisos que eram verdadeiros e alegres.

Aiden foi meu ouvinte, meu parceiro pra todas as horas, na alegria e na tristeza, ele diz que não é justo estamos juntos na alegria e separados quando um de nós está chorando, devemos nos manter firme e colados.

Ele é um bom amigo e conselheiro, é como um irmão de outra mãe.

ㅡ obrigado, Aiden. Se eu escolher ir pra Londres, você iria comigo? ㅡ pergunto me levantando de onde estava.

ㅡ o que quer dizer?

ㅡ está disposto a ir comigo até a Inglaterra? Não poderia te deixar aqui sabendo que sou a única amiga que você tem ㅡ estendo minha mão e na mesma hora ele pega e se levanta.

ㅡ pode contar comigo, Samanun Chankimha e quem sabe sua família não me adota como um deles ㅡ ele sorrir e me abraça.

Aiden perdeu o pai quando criança e sua mãe o abandonou com 16 anos, ele batalhou muito pra não ir para um orfanato e se sustentar. Admiro ele por ser essa pessoa tão otimista e firme, não se abala por nada. Hoje em dia, Aiden é um dos melhores chefes de cozinha da França.

ㅡ chega, está ficando muito meloso ㅡ diz ele se afastando e indo até a cozinha do meu apartamento.

Rio de sua cara e depois o sigo, ele vai fazer meu prato preferido, Ratatouille.
Pra quem nunca viu esse prato divino deveriam ver o filme, é muito bom.

(...)

Já são oito da noite e Aiden ainda está aqui em casa, já compramos as passagens para terça-feira ele está animado para conhecer a família.

ㅡ como vai ficar a empresa? ㅡ pergunta com a boca cheia de uvas.

ㅡ o Albert vai ficar tomando conta de tudo e você esqueceu que tem uma empresa em Londres? Vou ficar trabalhando lá por um tempo ㅡ digo provando também da uva.

ㅡ ainda não acredito que a Diversity cresceu tanto nos últimos 5 anos.

ㅡ nem eu, mas que bom né ㅡ digo batendo palmas e ele me acompanha.

Ficamos discutindo nossa viagem até dar um certo horário e Aiden ir embora, ele também tinha que resolver as coisas no trabalho antes de viajar.

Fiquei sozinha pensando em meus familiares, em Aisha que não era muito próxima na infância e nem na adolescência, em Carla que foi a pessoa que mais confiei e pude ser eu mesma sem que nossa mãe interferisse e em Freen, minha doce e amada irmã mais velha por 2 minutos, eu mal posso esperar pra vê-la de novo, poder sentir o calor de seu abraço e ver as estrelas novamente ao seu lado.

Minhas irmãs, eu vou voltar.

Babe - Freenbecky Onde histórias criam vida. Descubra agora