Final

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Autora

- o que pensa tanto, Becbec?

Freen deixou escapar aquela pergunta ao ver Rebecca tão aérea.
A doutora olhava pelo horizonte perdida em seus próprios pensamentos.

A verdade era que Rebecca estava pensamento em tudo que havia acontecido há 2 anos atrás.
Marconi, Freen, Rael, Sam, Mon e todos os outros.

- não está me escutando, Becky. O que pensa tanto?

- em nossa vida. Tudo que aconteceu em nossa vida, amor. Marconi faleceu a 2 anos atrás, eu quase não voltei a andar, Sam conheceu Mon que eu descobrir ser minha prima muito parecida comigo, elas vão ter um filho, casaram, Rael já tem 16 anos e a gente ainda estamos juntas.

Rebecca soltou tudo rápido sem deixar Freen raciocinar.
Elas ficaram em silêncio por um tempo até Freen quebrar aquele silêncio.

- está reclamando Rebecca?

- não, eu não disse isso. Só quero dizer que tudo foi rápido, extremamente rápido.

- e isso não foi bom? Não gostou do jeito que as coisas aconteceram?

Freen já estava ficando irritada com Rebecca, mas não tanto.
A doutora se desesperou ao ver a namorada levantar da cadeira e entrar dentro da casa, no mesmo instante ela levantou e foi atrás de sua amada.

As coisas não poderiam está melhor, nunca imaginária está em uma praia com toda a sua família reunida.

Mas Rebecca ainda tinha um sonho a se realizar e agora que tudo estava calmo era o tempo perfeito pra realizá-lo.

- Freen? Está aqui?

A doutora entrou no quarto e viu a namorada deitado de barriga pra cima com cara de brava.
Ela deitou ao seu lado, não queria cutucar a fera com vara curta.

- o que você quer, Rebecca?

A voz fria, mas ainda calma e doce de Freen foi ouvida.
Rebecca se virou encarando o rosto branco e fofo de Freen.

- esta brava? Eu não queria dizer aquilo, eu só... me surpreende com o tanto de tempo que passou de repente.

Rebecca ainda com medo colocou as mãos por cima da barriga lisa de Freen.
A empresária a olhou e sorriu fazendo Rebecca relaxar os músculos e suspirar.

- eu te perdôo, en...

- quero que venha comigo a um lugar.

Freen foi interrompida por Rebecca.
A mais nova se levantou pegando na mão de Freen e a levando para fora do quarto.
Quando chegaram na sala de estar, Rebecca gritou.

- RAEL, EU E SUA MÃE VAMOS SAIR POR UM MOMENTO, JÁ VOLTAMOS.

- TÁ BOM...

A resposta veio instantaneamente pelo garoto que estava no quarto fazendo atividade da escola.

Rebecca saiu caminhando com Freen pela calçada, já estava escurecendo e Freen abraçava o próprio corpo.

- aqui.

A doutora tirou a jaqueta que usava e colocou sobe os ombros da namorada.
Ela continuaram a caminhar e Freen já estava ficando impaciente com a demora, queria saber pra onde elas iriam.

- Rebecca, pra onde você está me levando?

- calma, babe. Estávamos chegando.

Isso foi tudo que Rebecca disse.
A rua estava deserta, só tinha as duas ali.
Por um momento Freen reconheceu o caminho que estava indo, ela lembrou daquela mesma noite.

Nessa noite o céu estava nublado, parecia que a qualquer momento uma chuva cairia sobre a cidade.

O vento frio batia em meu rosto causando vários arrepios por todo o meu corpo. Eu estava passando em frente uma boate que tinha uma música muito alta. Não sei como a polícia não bateu aqui ainda.

Olho de relance e vejo três garotas e um garoto saindo da boate junto de dois homens, como a música estava alta eles estavam praticamente gritando, o que achei desnecessário.

ㅡ tenho que ir agora, amanhã eu tenho que ir trabalhar cedo ㅡ a moça mais baixa disse tirando a mão do homem que antes estava em sua cintura.

O homem usava um terno azul marinho e aparentemente não gostou do ato da moça, eu achei ele um babaca.

Todos parecem meio bêbados principalmente o homem de terno branco, a mais sóbria é a moça de cabelos longos e roupa preta(a que acabou de tirar a mão do homem da sua cintura)

Eles abaixam o tom de voz e nessa hora a moça olha em minha direção, seus olhos esverdeados e uma intensidade que me fizeram sentir meu coração errar umas batidas. Isso é impossível tenho admitir, mas sentir algo em mim que não sei explicar.

Tive medo desse sentimento, algo em mim não queria para de olhá-la, mas como posso fazer isso se o medo é maior? Acho melhor sai daqui ou ela vai achar que estou a assediando.

Desvio o olhar e começo a caminhar muito rápido em direção a minha casa.

A sensação de nostalgia a invadiu.
Freen não podia imaginar que aqueles olhos verdes seriam o motivo de seu coração acelerar, sentir borboletas no estômago e seria chamada de mãe por seu filho.

Freen se assustou quando elas pararam. Ela olhou pra frente e reconheceu o lugar de primeira, mas agora estava diferente.

- lembra daqui? Foi aqui que eu te pela primeira vez e pensei, "quem é aquela garota linda, olhos perfeitos penetrantes".

- o que?

- aqui é aquela boate de dois anos atrás, Freen. Foi aqui que te vi e sentir meu coração errar uma batida, senti que você era o meu destino e assim foi...

A empresária não sabia o que dizer, a namorada nunca contou essa parte pra ela.

- Freen, quero te mostrar uma coisa.

Rebecca levou Freen para dentro e tudo que os olhos dela lembravam estava diferente, mais aconchegante e calmo, mais limpo e confortável.
Uma sensação de paz e alegria estava presente.

- como?

- simples, hoje em dia esse lugar não é mais uma boate. Eu transformei ele em um centro de reabilitação para crianças.

A boca de Freen se abriu instantaneamente, ela nunca imaginária que Rebecca faria isso.

- lembra quando você me contou sobre seu sonho de criança. Você me disse que queria ajudar mais pessoas, queria ter um centro de reabilitação e ajudá-las.

Rebecca para por um momento no que parecia ser a recepção e olha no fundo dos olhos de Freen.
A empresária já tinha lágrimas de emoção nos olhos, estaria realizando seu sonho de criança.

- seja bem vida ao centro de reabilitação infantil Chankimha.

Rebecca pega um papel e mostra a Freen, aquela é a documentação legal que confirma que a empresária é a dona do lugar.
Freen não pode conter a emoção e pulou nos braços de Rebecca, estava feliz e grata por realizar um sonho que ela queria tanto quando criança.

- obrigado, acho que você foi um anjo na minha vida.

- mesmo esse anjo te causando problemas?

- sim... ainda é um anjo pra mim e nunca vou larga esse anjo.

Freen cola seus lábios no de Rebecca em um beijo calmo e apaixonante.
Amava aquela mulher e isso não era segredo pra ninguém.
Em um mundo paralelo ou fictício, vida real ou virtual, sempre iria amar Rebecca Armstrong.

Te amo, Babe.

Fim.

Babe - Freenbecky Onde histórias criam vida. Descubra agora