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Marina

Depois de passar a tarde toda no shopping e mimar a minha mini eu, com gostos extremamente iguais aos meus — nós duas adoramos estourar o cartão do Ríos — eu voltei para casa, literalmente exausta. No meu colo, Helena dormia calmamente. Parei em frente à porta e ajeitei o seu cabelo que estava sobre o seu rosto, em seguida depositei um beijo na sua testa e abri a porta, entrando em casa.

Vindo de direção da cozinha, Ríos veio até nós e pegou nossa mais velha no colo, beijou minha testa e saiu indo em direção ao quarto dela. Eu estava exausta! Me arrastei para o banheiro e tomei um banho quente longo, lavei o cabelo, me sequei, escovei os dentes e me vesti com meu pijama favorito — alguma blusa aleatória do Richard e uma calcinha apenas — e fui para o nosso quarto, me sentei na penteadeira e encarei meu reflexo.

Eu tô sem forças até para pentear meu cabelo.

── Sua cara entrega o seu cansaço. — Ouvi a voz do mesmo e só então notei que ele também estava ali.

Encarei meu rosto pelo reflexo e notei as olheiras que estou, resultado da noite passada, tô com algumas espinhas também.

── Realmente acha que eu sou ausente na vida das crianças? — Perguntei enquanto o mesmo penteava meu cabelo.

── Eu acho que você é focada demais no seu trabalho porque quer proporcionar uma vida tranquila para eles. — Falou.

── Eu sou ausente. — Resmunguei. Eu não queria isso!

── Você é ausente até comigo, mas eu te entendo, só acho que você tem que tentar ser um pouquinho mais presente na vida da Helena, não na do Bê.

── Por que acha isso?

── Semana passada foi a apresentação de dia das mães na antiga escola dela. — Falou e eu arregalei os olhos, lembrando o quanto ela havia falado sobre isso e eu esqueci. ── Eu que fui, Marina, você estava de plantão! E quando você não está, você da mais atenção para o Bernardo.

── Mas ele precisa de um cuidado redobrado, eu realmente não lembrava dessa apresentação. Tô me sentindo péssima agora!

Richard virou minha cadeira, de forma com que eu ficasse de frente para ele e me puxou pela mão, abraçou minha cintura e beijou minha testa. Deitei minha cabeça na região do seu peito, tentando procurar paz, mas era em vão. A culpa tá me matando!

── Por que não se afasta da profissão só por um tempo? — Pediu. ── Não é por mim, é por eles. Eles vão acabar chamando a babá de mãe, não você!

Isso me pegou de um jeito surreal. Não é por maldade que eu sou ausente, eu os amo incondicionalmente, mais do que a mim mesma, e se para eu ser mais presente eu vou ter que largar a profissão que eu tanto sonhei e batalhei por anos para ter, que seja!

── Eu vou fazer isso! — Falei indo até a cama e deitando.

── Como foi hoje? Levou ela onde?

── No shopping, acredite, agora você tem que lidar com duas Marina! — Falei e ele riu.

── Ainda lembro quando você estourou meu cartão pela primeira vez! — Falou e eu dei risada.

dizeres, richard ríos. Onde histórias criam vida. Descubra agora