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Marina

── Oi! — Falei me abaixando e segurando Helena com força, que veio correndo para mim e me abraçou. ── Como você tá?

── Com saudades! — Falou se afastando. ── Eu dormi de tarde, a tia deixou, aí eu sonhei com um bebê que roubava toda minha atenção e eu tinha vontade de colocar ele na casa do Fred junto com o Bê!

── Não tem bebê, malucona. Só sonho! — Falei me levantando. ── Seu pai tá no carro, vai lá ver ele.

Ela saiu correndo e eu me direcionei a cozinha, que estava organizada. Não cheguei a tempo de continuar com os meus amigos já que fiquei bastante enrolada no hospital com a Mariana, mas pelo menos eles guardaram comida. Só que eu tô com zero fome! Me sentei sobre a bancada e fiquei mexendo no meu celular, lendo algumas notícias e vendo que eu já não estava mais cancelada na internet após esclarecer no podcast o ocorrido com a Natália. Ouvi o barulho da porta e um silêncio, alguns minutos depois meu marido apareceu com uma feição de cansado horrenda.

── Você tá destruído! — Falei vendo o mesmo se aproximar e ficar entre minhas pernas, me abraçando. ── Sabe uma coisa que eu amo?

── Eu?

── Dormir de casal nesse frio. — Falei. ── Isso era algo que eu odiava quando éramos namorados e não podíamos dormir juntos todas as noites.

── Você sempre reclamava disso. — Riu. ── Programação de amanhã?

── Ficar em casa, só hoje me destruiu. Odeio hospital!

── Odeia hospital mas é médica. Enfim, a hipocrisia!

── Odeio ficar no hospital com gente próxima a mim. — Corrigi.

── Você é uma mãezona mesmo, o jeito que você defendeu a sua irmã hoje só me faz pensar como você vai ser com os nossos filhos!

── Não vou ser chata, vou ser bem liberal, o papel de chato já é seu.

Talvez eu tenha me tornado tudo que eu mais admirei minha vida toda: minha mãe. Ela era muito protetora comigo e com qualquer criança, inclusive, minha paixão por criança é igual a dela, a diferença é que ela não teve estudo suficiente para ter uma profissão que pagasse bem lidando com isso igual a mim, porém me proporcionou isso porque sabia que era meu sonho. Ela era professora de educação infantil, já eu, pediatra! Sinto que devo muito a ela e nem posso agradecer.

── E sobre defender, eu sempre vou defender eles em público, a orelha eu puxo em casa. — Falei brincando com seus dedos. ── Eu já vi toda a cena!

── Qual?

── Eu vou ser dinda de novo! Eu amo crianças, a fase de bebê é a mais gostosa que tem. — Falei e ele riu.

── Vamos fazer outro então.

── Não! A gente já tem uma que da dor de cabeça por cinco.

── Tóxica. — Se encostou na mesa. ── Pior que você realmente é muito boa com crianças!

── Sempre me disseram isso, acho que herdei da minha mãe. — Falei encarando o nada enquanto balançava as pernas no ar. ── Tava pensando no que será que eles vão ser quando crescerem!

dizeres, richard ríos. Onde histórias criam vida. Descubra agora