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Marina

── Tá fazendo o que? — Ríos perguntou fechando a porta e vindo até mim enquanto eu encarava os preços de hospedagem e comparava os países, estava na dúvida entre Itália e Grécia.

── Acho que vou tirar um tempo para mim, viajar sozinha, não muito tempo. — Falei soltando o celular sobre o peito e o mesmo me encarou. ── Acho que eu preciso disso!

── Tá, tudo bem. Tem ideia de quando e para onde?

── Itália ou Grécia, tô bem na dúvida. — Falei me sentando e o mesmo deitou-se ao meu lado.

Senti sua mão sobre minha barriga e ele começou a fazer desenhos imaginários ali. Ríos pegou essa mania quando eu fiquei grávida da Helena, só que ela nasceu e ele nunca mais parou de ficar desenhando com o dedo na minha barriga.

── Deixa eu adivinhar, Verona por causa de Cartas para Julieta? — Debochou e eu ri, o pior é que não! ── Fomos para lá uma vez.

──  Veneza, na verdade. Queria conhecer já e estamos bem na época que alaga a cidade, aí eu quero ir.

── Tá bem. — Respondeu simples. ── Mas fora isso? Tudo certo? Como foi o fim de noite?

── Desculpa pelo meu pai. — Pedi e ele negou com a cabeça. Ele foi embora mais cedo porque ficou um clima chato entre eles e eu continuei lá porque precisava ter aquela conversa com a minha irmã. ── Você não tem culpa de nada disso!

Eu precisava de uma pessoa que não fosse passar a mão na minha cabeça e nem na dele, que fosse cem por centro transparente.

── Tá tudo bem. Uma hora ele vai aceitar que a gente voltou.

── Tem uma coisa que tá me incomodando, eu eu não queria tocar no assunto porque eu sabia que iríamos brigar. — Falei e ele concordou com a cabeça, fazendo sinal para eu continuar. ── Eu não consegui perdoar aquilo que ocasionou nosso término e depois de uma longa conversa com a minha irmã eu cheguei a conclusão de que devemos falar sobre isso.

── Solta voz, tô a ouvidos. — Falou se sentando de frente para mim e eu encarei seus olhos.

── Me machuca quando eu lembro de você falando tudo aquilo, em específico quando você disse que preferia quando namorávamos porque convivíamos menos. Eu não consegui perdoar, eu iria usar aquele tempo para tentar isso e não, eu não tô sugerindo a gente terminar por isso.

Ele encarou a parede atrás de mim e em seguida me olhou, meu coração acelerou, sua feição estava séria. Eu casei com o engraçadinho, ele nunca fica sério.

── A noite que antecedeu nosso término? — Perguntou e eu concordei com a cabeça. ── Você entendeu errado, eu não disse que queria conviver menos com você, eu falei que queria conviver menos com a sua birra. Foi na hora da raiva mas era verdade, eu me sentia sobrecarregado de lidar com birra sua!

Eu realmente consigo lembrar dele falando sobre a minha personalidade mas acho que ele não mentiria, e como a minha própria mente tem me sabotado eu também não vou bater na tecla. Vou acreditar nele, isso é um pouco aliviante!

── Desculpa, eu entendi errado então, isso tava na minha cabeça até poucos segundos atrás. Acha que eu ainda faço birra? — Perguntei porque se a resposta for sim, eu vou começar a reparar mais e tentar consertar isso.

── Não, você parou desde que terminamos. — Segurou minha mão e se aproximou, beijando minha bochecha. ── Você entendeu errado, mas desculpa. Me perdoa se eu falei qualquer coisa que te magoou, tira isso de dentro de você, tá te machucando. Literalmente!

── Eu te amo muito! — Falei pousando minha mão na sua bochecha e analisando seus traços. ── Desculpa também pelas vezes que brigamos e eu me descontrolei, pela birra, pelas atitudes infantis e enfim.

── Foi literalmente o seu jeitinho extremamente infantil em algumas situações que fizeram eu me apaixonar por você, não pede desculpa por isso. Sobrecarregava as birras, mas nós já resolvemos isso e você não tem assunto pendente comigo nessa questão. Fica tranquila! — Falou encarando meus olhos e eu suspirei, sentindo aquele peso sair de cima de mim. Foi bom ter essa conversa. ── Eu te amo, você é a mulher da minha vida, só quero que você fique bem logo porque dói em mim te ver assim.

── Eu vou ficar! — Prometi.

Seu rosto se aproximou do meu e nossos lábios se grudaram, e aquela paz que fazia meses que eu não sentia vindo dele finalmente reapareceu, e reapareceu com força. Conforme a sua língua grudava na minha e o mesmo me deitava aos poucos, ficando por cima, eu sentia uma sensação extremamente boa de casa, lar e conforto, uma sensação muito semelhante à que eu tive quando ocorreu o pedido de namoro, noivado, primeira reconciliação, o dia do casamento, enfim.

Entrelacei minhas pernas ao redor da sua cintura enquanto sentia o mesmo abaixar a alça da minha blusa. Levei minhas unhas na sua nuca, arranhando toda a região de leve sentindo ele arrepiar.

dizeres, richard ríos. Onde histórias criam vida. Descubra agora