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Marina

── Esse dia aqui! — Richard apontou para a foto no celular dele e eu ri. ── Foi na nossa viagem para a Itália, você parecia uma criança realizando um sonho.

── Mas eu era! — Contei animada e me sentei na cama, antes estava deitada. ── Ríos, meu filme favorito durante minha adolescência toda foi Cartas Para Julieta, quando a gente visitou Verona eu me senti dentro do filme, foi literalmente um sonho que eu realizei!

── Me senti assim quando entrei no Barcelona, não faz muito sentido para mim sentir isso com lugares mas eu consigo te entender.

── Eu lembro como você ficou feliz, chegou em casa literalmente gritando de felicidade. — Relembrei e ele riu.

── Top três maiores realizações. — Falou se sentando de frente para mim e eu parei para pensar.

── Eu consegui concluir a faculdade e fazer a residência, terceiro lugar, segundo lugar foi ter conseguido uma carreira extra quando eu trabalhei como modelo e em primeiro lugar são os meus diabinhos. Quer dizer, a minha diabinha e o meu anjinho! E você?

── A gente tá em primeiro. — Respondeu encarando a parede atrás de mim. ── Nossa família! Segundo, ter conseguido entrar no time que eu sempre quis desde criança, terceiro, ter dado certo o meu maior sonho de infância que, no caso, é os dois primeiros.

── Por falar na gente, sabia que o pai tá fazendo com a Mari a mesma coisa que fazia comigo e com você?

── O Gabriel é jogador também?

── Não, Gabriel é nerd, faz engenharia.

── Família de nerd, você, ela, o Gabriel. — Eu o encarei e ele riu, nervoso. ── Com todo respeito, minha vida!

Minha vida! Nós não voltamos porque eu não perdoei o que aconteceu e eu sei que isso vai ser pauta de discussão, e eu além de odiar briga, tô cansada já. Talvez em um futuro próximo a gente reate oficialmente, mas agora não temos condições. Só amor não suporta nada!

── A Maria salva, odeia a escola mas ama ir para festa.

── Gosto da Maria, me identifico com ela. — Falou e eu ri.

── Nós somos tão diferentes, né? — Falei o encarando. ── Não sei como passamos tanto tempo juntos!

── Amor faz isso, né? Eu tinha que ser o cachorro nas brincadeiras da Helena ou a vagabunda porque você e ela eram sempre as melhores amigas. Quem se ferrava era o Bernardo e eu!

── A vagabunda! — Repeti rindo. ── Ela tem só quatro anos, Richard, ela por algum motivo gosta de colocar homens nessa posição. Colocou o pai, o Gabriel, o Vini, o Endrick.

── O Vinícius brincou com ela? — Me encarou no mesmo instante e eu concordei com a cabeça. ── Você disse que não havia levado ele para a sua casa com ela dentro!

── É mas você não pode esquecer que ele é irmão do namorado da Mari, a gente se encontra frequentemente por causa disso.

── Vocês vão voltar para Barcelona comigo, ne? — Pediu brincando com meus dedos e eu desviei o olhar.

── Não. — Respondi e ele me encarou. ── Eu nunca vou te proibir de ver eles, você é um bom pai, apesar desse vacilo aí, independente do horário você pode aparecer ou só ligar.

── Mas eu tô falando da gente.

── Nós não podemos voltar. — Falei o encarando. ── Não pensa que eu não quero, eu te amo muito ainda, mas eu não quero reviver o que nós vivemos aquela época pré acidente. Eu só vou conseguir reatar a hora que eu perdoar de verdade e você sabe que ninguém escolhe perdoar, só acontece.

Ele concordou com a cabeça e em seguida me olhou.

── Eu espero!

Levei minha mão até o seu rosto e o puxei para mim, o beijando e sendo correspondida no mesmo instante. Eu tô tão acostumada com essa boca, esse cheiro, essa pessoa, é tão difícil voltar a rotina sem ele.

── Aniversário do Bernardo vai ser aqui ou em Barcelona?

── Eu acho que seria legal aqui porque todo mundo mora aqui. — Sugeri. ── É mês que vem e nós não planejamos nada!

── Nos até planejamos, mas foi em Barcelona.

── Como você tá fazendo com a escala de jogos?

── Sou pai, né Marina? Eles estão acostumados já, nem ficam bolados, só não posso faltar em jogo importante mas quando é treino como tem sido eles não ligam. Você voltou a trabalhar?

── Sim! — Falei com um sorriso largo. ── É tão bom voltar a atuar nessa área! Sou apaixonada pela minha profissão, sabia que essa semana eu salvei um menino de dois anos de um sufocamento? Ele engoliu uma moeda e uma bolinha de gude, Arthur o nome dele, olhei para ele e pensei: coisas que a minha filha faria.

── Eles ficam com quem?

── Creche e escolinha, quando necessário, eu pago alguma babá.

Me joguei em cima do mesmo e ele resmungou pelo impacto, em seguida segurou minha cintura e deferiu alguns beijos pelo meu rosto.

── Eu quero ficar mais perto! — Resmunguei contra o seu pescoço e senti ele arrepiar. Richard riu.

── Só se você entrar dentro de mim! Já tá grudada. O Marina?

── O que foi, Ríos?

── Sabe uma boa forma de resolver uma briga? — Falou e eu levantei o rosto o encarando.

── Você para de ser um pervertido! — O repreendi, porém ele puxou minhas duas pernas de modo com que eu ficasse sentada sobre ele. Levantou o tronco e me abraçou.

── Mas eu te amo! — Falou baixinho contra minha boca e adentrou a mão pela minha blusa, indo até os peitos e apertando. Fechei os olhos e joguei a cabeça para trás enquanto ele beijava meu pescoço.

── Só tranca a porta. — Pedi. ── E tem que ser rápido!

dizeres, richard ríos. Onde histórias criam vida. Descubra agora