012

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Marina

── Tá vendo o que? — Perguntei me aproximando de Ríos que estava concentrado até demais no celular.

── Minha amante. — Respondeu com naturalidade.

── Me da! — Estendi a mão. Nunca fui de mexer em nada dele, por mais que eu tenha livre acesso, só tô no tédio mesmo e decidi ir atazanar a cabeça dele.

── Não vou te dar, você que tem que me dar. — Respondeu e me encarou. ── Não precisa me bater também! — Me entregou o celular.

Peguei o celular dele e sentei ao seu lado, sentindo seu braço passar ao redor do meu pescoço, tava vendo algumas notícia de futebol. Fechei e abri o Instagram, abri a câmera e comecei a tirar várias fotos minhas no celular dele, em seguida deixei o celular sobre a mesa de centro e deitei minha cabeça no seu colo, sentindo seu cafuné. Helena tá na aula de dança e o Bernardo brincando no tapete.

── O Marina?

── Lá vem!

── Sei que não é da minha conta mas eu sou fofoqueiro, o que você e a Dani tavam conversando de manhã apavoradas? Juro que não conto para o Veiga. — Eu abri os olhos e o encarei, ele tinha uma feição de esperança é isso só me fez rir. Eu me casei com uma versão masculina minha!

── Ela tá grávida. Bom, estava! — Fechei novamente os olhos.

── Que? — Abri os olhos e ele tinha uma cara de espanto.

── Eles terminaram, boato de traição e tal, não era o melhor momento segundo ela. — Contei enquanto sentia ele fazer carinho no meu cabelo. ── Cada um sabe o que faz, não posso e nem vou julgar ela.

── Sei que não dá para julgar, mas como ela consegue? Aconteceu quase a mesma coisa com a gente.

── Eu não teria coragem. — Pontuei. ── Mas eu cogitei!

── Cogitou? — Me encarou e eu dei de ombros.

── Boato de traição, você me deu um monte de perdido, eu tava com raiva da sua cara. Na hora veio na minha cabeça a voz da minha mãe me chamando de irresponsável, aí eu mudei de ideia!

── Esse bagulho aí de pegar raiva na gravidez é foda também, quando você estava grávida da Helena só faltou me bater. Me colocava para dormir no sofá direto, quem fazia companhia para mim era o Frederico! — Resmungou e eu não segurei o riso.

── Para de ser dramático, criatura! — O encarei e ele tinha um sorrisinho de canto. ── Te recompensei quando fiquei grávida do Bernardo, nunca fui tão carente.

── Você chorava quando eu tinha que viajar, me sentia pai de três, não de dois. — Falou e eu ri.

── Gravidez mexe muito, tá? É muito hormônio, eu lembro que eu tava ficando louca.

── Você tá grávida desde que nos conhecemos então. — Ironizou e eu o encarei. ── Mas é, vida, parece que vive em uma TPM eterna, sempre quer matar um e sempre é eu, depois de dois minutos tá pedindo carinho. Você é bipolar, Marina?

── Eu vou ser é viúva daqui a pouco se o meu marido não parar com as gracinhas dele. — Falei e ele encolheu os ombros.

── Vai lá, eu volto em assombração para fazer companhia para a minha ex. — Eu puxei com força a orelha dele e ele gemeu de dor. ── Nem doeu! — Aproveitei a posição que eu estava e dei uma cotovelada com força entre suas pernas, no mesmo instante ele se contorceu de dor. ── Ai, Marina, para que isso? Louca!

── Você me estressa, Richard Ríos.

── Mas eu te amo, você é complicada mas eu te amo, te amo do tamanho da sua complicação. — Argumentou e eu dei risada. ── Você demoliu o Richardao agora.

── Richardao? Tchau! — Falei me levantando e ele riu. ── Por que eu casei com você, hein?!

Três e dez, tá na hora do meu filho mamar. O peguei com cuidado e me sentei novamente ao lado do meu marido. Bernardo levou as mãos em região aos meus seios e começou a puxar minha blusa.

── Ei, cara, tira essas pata daí. — Richard falou brincando com a mão dele e o mesmo começou a rir. ── Só eu encosto ali, seu comédia talarico.

── Você pode, por favor, deixar o seu filho se alimentar em paz? — O encarei e ele negou com a cabeça.

── Só eu coloco a boca aí!

── Para de falar essas coisas na frente dele, imbecil.

── Ele nem entende, imbecila!

── Eu vou te ignorar! — Falei abaixando a alça da blusa e tirando o peito para fora, nem dois segundos livre e já tava na boca dele. ── Ai, home, vai devagar! — Resmunguei.

── Dar mama dói? — Richard perguntou deitando a cabeça no meu ombro e fazendo carinho no rosto do nosso filho.

── Quando ele tem uma agulha no lugar de dente, acredite, dói muito!

── Por que não tenta dar fórmula para ele?

── Porque é mais indicado leite materno, tô começando a introdução alimentar agora também, não tô tendo dor de cabeça, ele come de tudo! Logo logo ele larga o peito e eu vou sentir saudade dessa fase.

── Como sabe?

── Porque eu também sinto da Helena. — Falei encarando aquela bola branca no meu colo. ── A melhor fase é a fase de bebê.

── O Marina?

── Eu não tenho dois filhos, eu tenho três!

── Ai, chata, poderia ter seis mas é fresca. Só ia te perguntar com que roupa você vai hoje de noite!

A festa que ele me atazanou para ir junto e eu cedi, faz eras que eu não vou em uma festa ou me produzo para uma.

── Não sei, acho que com meu vestido vermelho.

── Ainda bem!

── Oxi, por que?

── Porque ele te deixa uma grande gostosa! Ai eu posso chegar com uma mulher linda, gostosa que é rotulada minha esposa, que tudo bem que ela me bate mas ninguém sabe disso mas ela também me deu filhos lindos! — Eu o encarei, rindo.

── Agora que você me contou que você tem hiperatividade, muita coisa tá fazendo sentido!

dizeres, richard ríos. Onde histórias criam vida. Descubra agora