dizeres, richard ríos.

015

Marina

── Eu não aguento mais o pai! — Mariana desabafou do outro lado da ligação com uma cara de cansada. Eu ri. ── Ele simplesmente não aceita que eu tô namorando, fica me tratando igual criança, Marina!

── Foi igual comigo. — Contei. ── Com o tempo ele vai aceitar! O pai maltratava o Ríos de graça no CT, fez ele até se lesionar uma vez por puro ciúmes e hoje em dia eles tem até um grupo no WhatsApp com o Veiga, Joaco e Endrick.

── Quem são os últimos três?

── Os bofe da Dani, Duda e da Gabi, que sempre estavam comigo, lembra?

── Ah! — Se escorou e encarou para cima. ── Tem alguma dica?

── Vai ouvir dica logo de mim, Mari? Que casei com o mesmo cara que eu perdi a virgindade e hoje em dia o nosso casamento tá em crise? — Desabafei sem nem perceber e minha irmã mais nova me olhou. Fechei os olhos. ── Quer dizer, foge! É, foge, vê ele escondido, deixa ele invadir sua casa de madrugada, o Richard fez isso mil vezes até o pai aceitar a gente.

── Como assim em crise? — Perguntou. ── Marina, vocês são literalmente um casal referência na internet, tem dois filhos lindos e estão juntos há anos!

── É, nós brigamos muito ultimamente. — Contei apoiando o rosto na minha mão. ── Eu amo ele, de verdade mesmo, mas ele fala muito sem pensar e nessas que ele fala sem pensar ele acaba me magoando.

── Mas daí o problema tá nele, ele que tem que controlar a língua. Mas ele fala verdade necessária, verdade desnecessária ou não verdades?

── Os dois primeiros. — Suspirei. ── Já nós resolvemos sobre a última briga mas eu sei que não vai demorar muito para rolar outra, sabe? As vezes eu só queria voltar na época em que nós namorávamos, tudo era tão mais fácil e tão melhor.

── Será que é por causa dos filhos?

── Não! Claro que não! Ele é um ótimo pai para os dois, isso eu não tenho dúvidas.

── Por que você se apaixonou por ele?

Sem perceber, soltei um sorriso involuntário ao lembrar de quando eu percebi que estava apaixonada por esse infame. Eu entrei em negação total, não queria isso naquela época!

── Porque ele vivia enchendo meu saco, parecia aquelas criança encapetada. — Ri leve. ── Ele agia igual a Helena age hoje, a diferença é que ele era adulto e ela é criança! Gostava do jeito que ele me priorizava, fazia de tudo por mim.

── Eu queria poder ter gravado a tela de você falando isso, você tá com uma cara de boba surreal. — Falou e eu franzi o cenho. ── E ele ainda é assim?

── Na verdade, em partes. — Fui sincera. ── Esse jeitinho dele de ficar me irritando eu sei que nunca vai mudar, é assim até hoje, mas isso foi algo que eu falei até para o pai, ele tá muito distante!

── Traição?

── Eu não desconfio de traição dele. — Fui sincera. ── Ele só tá distante, frio e intercala com dias que ele tá literalmente como era antes.