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Marina

Mediquei a minha filha e por conta disso ela passou o dia tranquila comigo, quis rir por dentro com as moças que fizeram minha maquiagem elogiando o quão calma ela é. A festa também foi tranquila — para os convidados e crianças — porque para mim... Tirei meu salto e me sentei ao lado de um dos brinquedos, Ríos colocou minhas pernas sobre as suas.

── Por que você usou salto? Sei que, segundo vocês mulheres, usar salto é sinônimo de ser diva, mas é a festa de aniversário do seu filho! — Falou me encarando e eu ri sem perceber.

── Diva?! — Repeti. ── Não, divo, eu não uso por isso, eu uso porque qualquer evento que eu vou eu me sinto mais bonita de salto, fora os vídeos e fotos. Você é um poste, eu nem iria aparecer do seu lado!

── Para de drama, você é quase da minha altura, de salto ficamos quase quites. Você medicou a Helena?

── Mediquei, dei o remédio de TDAH dela, tinha que ver a moça que fez minha maquiagem elogiando o quão calma ela é. — Falei e ele riu.

── Não da esses remédios fortes para ela, vida, ela é muito pequena. — Resmungou massageando minha perna e sem me olhar. ── Vai que vicie ou de muito efeito, dane-se que ela é agitada. Ela é criança!

── Ela é criança mas é demais, Richard! — O encarei. ── Se o psiquiatra receitou é porque ela pode tomar! Eu também odeio ver ela tendo que depender de remédio tão nova, mas eu vou fazer o que? Deixar ela ser ela mesma e ainda passar por mal-educada por causa de um transtorno? Não!

── Deixa que pensem o que quiserem... — Resmungou e eu rolei os olhos.

── Ríos?!

── Desculpa! — Me olhou. ── Eles vão ter que tomar remédio para dormir também, marquei nosso vôo para uma da manhã.

── Eu nem vou precisar de remédio, a hora que eu pregar meu olho eu juro que nada me acorda mais.

De longe vi meu pai vindo com Bernardo no colo, que chorava, o peguei e meu pai trocou poucas palavras comigo e ignorou meu marido. Ajeitei aquela bolinha gorda nos meus braços e deitei a cabeça para trás, sentindo o mesmo molhar parte do meu vestido com suas lágrimas. E saliva. Richard pegou ele e começou a conversar, em seguida ele foi se acalmando.

Eu tô morta!

── Você tá o próprio cadáver em pé! — Endrick falou parando em minha frente. ── Não tô falando que você tá feia, tô falando que tá na cara que você tá exausta.

── Eu tô. — Ri. ── Tô desde as seis acordada, fiz as malas minha e das crianças, fiquei para lá e para cá.

── E o infame do seu marido? Não faz nada?!

── Organizar a festa e receber os convidados é nada, criança fodida?

── Ah, cala boca seu saco de pancada de mulher do caralho. — Falou sentando ao meu lado e eu não me segurei, tive que rir. ── Marina, seguinte, eu quero ter um bebê.

── Não! — Deitei minha cabeça sobre seu ombro. ── Endrick, você é uma criança. Como você vai ter uma criança?

── Não sei, eu quero, minha mulher não quer mas eu quero.

── Marina também não queria. — Richard disse balançando nosso filho no seu colo. ── Ai de tanto eu insistir ela cedeu!

── Vai pedindo com carinho, tenta fazer a cabeça dela, mas se eu fosse ela eu não virava mãe só porque você quer não. — Falei mexendo nos meus dedos. ── Ih, foi mal amigo, uma hora vocês terminam e o filho fica com quem?

── Eu não sou o seu marido, sua otaria. — Falou e recebeu um dedo do meio do Ríos. ── Mas você vai ser dinda!

── Sou ótima com crianças, vou adorar mimar um bebê seu assim como eu mimo horrores a Ceci.

── Falta só a Dani agora.

── Dani já foi e voltou. — Richard falou sem pensar e eu fuzilei ele com os olhos.

── Que? — Intercalou o olhar entre nós dois.

── Seu boca larga do cacete. — Falei para Ríos e em seguida olhei Endrick. ── Ela esteve grávida mas ela meio que não tá mais e ninguém sabe disso.

── Ah, eu sabia disso, o Veiga me contou. Mas pelo jeito que vocês falaram parecia outra situação! — Falou. ── Vocês dois finalmente tomaram jeito de gente? Você parou de bater no Richard, Marina?

── Eu não parei nada, ele merece. A gente tava em live e ele pediu para me mamar em público! — Falei e eles riram juntos. Homens!

── Eu achei que eles não iam ouvir e eu falei baixo. — Se defendeu.

dizeres, richard ríos. Onde histórias criam vida. Descubra agora