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Marina

── Como é? — Mariana perguntou sentada ao meu lado balançando Bernardo na sua perna.

── O que exatamente?

Cheguei no Brasil fazem dois dias mas só tive coragem de visitar o pessoal hoje. Também aproveitei para apresentar o Scarpa para a Mari e eles se deram bem, tão trocando mensagens.

── A sensação de ter um filho.

── Por quê? — A olhei, desconfiada.

── Curiosidade! — Falou sem me encarar e ali eu vi que ela tava mentindo. Ela não sabe mentir, é que nem eu!

── Mariana?

── É só uma suspeita. — Se defendeu e na hora eu encarei a parede, sem reação.

── Difícil. Foi muito difícil para mim estando casada e formada, imagina para você que não concluiu a faculdade e ainda tem o babaca do seu ex que é desempregado e depende do pai dele. Aquele playboy!

Eu peguei raiva do Gabriel e não foi pouca não.

── Mas é que eu não quero. — Resmungou. ── Você é médica, que chá eu tomo?

── Se eu te falar eu vou quebrar meu código de ética e juramento de honra que eu fiz na formatura. — Falei vendo meu filho tentar enfiar os cinco dedos na boca.

── Eu sou sua irmã mais nova, ninguém vai saber!

── Não existe chá, só remédio, o mais indicado é Cytotec se for feito em casa mas ele é muito caro e não é legalizado, corre o risco de você comprar, gastar um dinheirão e ser só farinha. — A encarei. ── Atrasada quanto tempo?

── Meio que dois meses. — Falou sem me encarar.

── Ah, Mari, você sabe o que você faz. Quando eu descobri minha primeira gravidez eu também cogitei isso. Não vou te julgar não e se você fizer, eu vou te apoiar porque você tem motivos e eu já estive no seu lugar, mas pensa muito antes! Eu me arrependo até hoje de ter cogitado essa porra, dias depois eu perdi o bebê e quase fui junto ainda. A Dani fez a mesma coisa e ela também vive reclamando que se arrepende!

── Mas como é a sensação? De ter um filho?

── Logo você vai saber. — Ríos falou atrás de mim e eu dei um pulinho de susto, Mariana me encarou.

── Richard? — O repreendi.

── Ai, desculpa, eu só vim buscar o Bernardo e ouvi vocês falando sobre, vocês que não me notaram. Ninguém pediu minha opinião mas eu te apoio, Mari, juro que não conto para ninguém. — Falou se sentando ao lado dela e eu levei a mão no rosto. Tá maluco! ── E ter um filho é muito legal para o homem, mas para a mulher é cansativo se for baseado na experiência minha e da Marina.

── É cansativo, se esse desgraçado não te apoiar vão te julgar para caralho, e se apoiar vão te julgar igual por não estar casada, namorando, não ter um emprego formal, ser jovem. Mas é muito bom! Eu não me imagino sem meus terror, juro para você.

── A Marina foi julgada para caralho também. — Ríos falou.

── Acha que eu tô certa em tomar essa decisão? — Olhou ele e meu marido deu de ombros.

dizeres, richard ríos. Onde histórias criam vida. Descubra agora