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Marina

── Lembra quando a gente se conheceu e ficou com putaria de amizade? — Richard falou sentando ao meu lado e no mesmo instante eu me assustei. O infeliz brota do chão! ── Por que você ficava com aquela putaria de amigo? Eu queria te pegar, mas né.

── Richard, recém é meio dia, eu tô com fome, eu não dormi, tô com cólica e meu cabelo tá sujo! Você não vem torrar minha paciência. — Falei voltando a organizar meio por cima o que eu estava organizando e ouvi Dani rir.

── Richard e o Veiga são iguais, meu Deus! — Falou ajeitando a coberta. ── Amiga, se é menino por que tem coisas com nome de Mariah?

── Mariah? — Perguntei me aproximando e pegando a toalha rosa com o nome bordado. ── Não faço ideia! Acho que o Gustavo comprou antes de descobrir o sexo, ele tava louco que fosse menina.

── Ai, olha, amizade é algo. — Endrick comentou vindo até mim e pegando a toalha e franzindo o cenho, em seguida soltou. ── Nem conheço a Mari mas tô ajudando a organizar o quarto da filha dela por causa da Marina. E do Scarpa!

── O Richard não? — Meu marido perguntou de braços cruzados.

── Claro que não, eu odeio você.

── Nem parece que ficou feliz quando eu falei que ia me mudar para a mesma cidade que você.

── Fiquei feliz porque eu iria ver os meus afilhados, e a Marina também né, fazer o que!

── O Gabi, controla teu homem aí. — Falei me afastando e vendo o quarto pronto. ── Cacete, ficou lindo! Nós em equipe somos incríveis.

De um lado meu, Dani, do outro, Duda e ao lado de Duda, Gabi. O restante eram os babacas que estavam espalhados mais atrapalhando do que ajudando, mas perdoamos esse fato. O quarto branco com poucos detalhes em rosa bebê, a decoração, ficou tudo lindo! Ela entrou em trabalho de parto há seis horas atrás e tá até agora no hospital, quem tá nos dando notícia é o Gustavo já que nos prometemos que iríamos ir após terminar aqui, mas também chegamos não tem muito. A data do parto já estava prevista para essa semana e, como é semana de feriadão, resolvemos vir essa noite porém eu não consegui dormir no vôo e também não lembrei de pegar os remédios.

A ansiedade, a bipolaridade e a depressão estão me fodendo mais do que o meu marido. Isso não é nada bom!

── É verdade, nós em equipe somos incríveis. — Veiga falou sentado enquanto chupava um pirulito e eu o encarei.

── Você nem ajudou, seu ordinário.

── Ajudei sim! Duvido que teriam conseguido sem a minha pasta do pinterest. — Rebateu se levantando.

── Caralho, o Richard perguntou e foi ignorando mas também é uma dúvida minha e eu sei que não é da minha conta. Por que vocês ficavam de putaria falando que eram só amigos? Todo mundo sabia que o Richard queria te pegar! — Endrick me encarou e eu me sentei na poltrona de amamentação, na hora me veio o dejavu de quando eu fui mãe pela primeira vez. Essas poltronas só são úteis para mães de primeira viagem!

── Sei lá, meu primeiro beijo foi com esse infame. Eu tinha medo, ué, nunca tinha tido nada com ninguém e não queria me machucar também! — Contei e na hora todos me encararam. Richard tinha os olhos arregalados. ── Que?

── Seu primeiro beijo foi comigo? Você nunca me contou isso!

Foi! Eu tinha até medo de beijar antes de conhecer ele, perdi o medo quando o interesse entrou em jogo.

── Por que eu contaria? Você iria pensar que era extremamente estranho eu ter vinte anos e nunca ter beijado na boca, ou acharia que era mentira!

── Mas é estranho! — Veiga disse. ── Meu primeiro beijo foi com doze.

── Se você rodou a boca na cidade toda antes de conhecer a Dani é problema seu. — Rebati. ── Relacionamento nunca foi prioridade na minha vida!

── Sério, ninguém nunca acreditou naquele papo de amizade, eu principalmente! — Endrick falou e eu ri. É verdade, ele vivia falando isso! ── Já não acreditava antes, quando eu presenciei o quase primeiro beijo de vocês então.

── Verdade, Endrick chegou todo saltitante na sala: "O Richard e a Marina tavam no maior fogo no quarto" — Joaco imitou uma voz animada e eles começaram a rir, eu encarei o mais novo do grupo.

── Isso é verdade, Endrick Felipe? Seu boca de sacola, você disse que sua boca era um túmulo!

── Túmulo aberto, você não me deixou terminar. — Rebateu.

── Falavam que eram amigos até o dia que o Richard chamou o nome da Marina dormindo no intervalo de almoço do CT. — Raphael falou e eu dei risada, eu já sabia dessa história.

── Tão adorando relembrar o que eu passei sendo um pobre jovem apaixonado, né? — Meu marido falou e eu o olhei de relance.

Surreal! Bati tanto na tecla de amizade por medo e no final eu não só me apaixonei como quebrei a cara, namorei, noivei, casei e fiz dois CPF com o colombiano.

── Também teve a fase que a gente fingia que era irmão, lembra? — Encarei Endrick, que riu concordando com a cabeça.

O Endrick foi o primeiro que eu fiz amizade dos amigos do Richard, também era o que eu mais me identificava.

── Sim! Meu Deus, uma vez a gente falou isso na frente do seu pai e ele ficou nos encarando estranho.

── É, quem sofria era eu. — Joaco falou. ── Já que vocês viraram irmãos porque falaram que foram adotados por mim e pela Duda.

── Ah, você era o namorado da minha amiga, tendeu? Tinha que me dar carona. — Me defendi.

── E eu era seu amigo desabilitado e menor de idade, eu também precisava de carona.

── Ai caralho, nasceu! — Ríos falou encarando o celular e eu levantei o olhar. ── Scarpa acabou de mandar no grupo, nasceu literalmente agora.

dizeres, richard ríos. Onde histórias criam vida. Descubra agora