060 • final •

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Richard

── Não, pera aí! — Helena falou rindo e mostrando algo no celular dela para Abel e eu fiquei de braços cruzados, observando a cena. ── Da para acreditar? Vô, você é pirado!

── Você vai ver pirado, Leninha! — Falou bagunçando o cabelo dela e ela riu, o abraçando.

Eu olho para a Helena e vejo, fisicamente falando, a minha mulher na época em que nos conhecemos. São idênticas! O cabelo enrolado longo, a pele mista, tudo igual a ela!

── Que foi? — Ela me encarou e eu me aproximei, beijando sua testa. ── Tá com um olhar distante me encarando.

── Tava lembrando da sua mãe, vocês são parecidas!

── Não fala nela. — Resmungou desviando o olhar.

Eu não superei a morte dela, não superei mesmo, até hoje tem noites em que eu choro. Nunca mais casei ou namorei, fiquei com poucas mulheres em um longo intervalo de tempo mas nunca mais amei de novo. Eu não consigo! Talvez em outra vida eu reencontre ela, se é que isso existe, mas eu quero acreditar que sim para não entrar tanto em depressão pela falta que ela faz.

── Mas é verdade, vocês são idênticas! — Abel falou. ── A Marina era igual a mãe dela, e você é igual a Marina, se um dia você tiver filhas mulheres pode ter certeza que serão iguais a você.

── A Helena não vai nem namorar, quem dirá ter filho! Vai ser freira. — Falei me sentando no sofá e Cecília riu alto no outro sofá e eu a encarei.

Cecília é a cópia perfeita do Joaco, só que com os cachos da Duda. As duas estão com dezesseis e continuam inseparáveis, a diferença é que elas deixaram de brincarem de bonecas juntas para irem para festa juntas e eu tô odiando isso, eu e o Píquerez.

── Tá rindo do que, danada? — Perguntei vendo Dani entrar junto da Gabi.

Endrick finalmente realizou o sonho dele de ser pai, mas só agora, Gabrielly tá grávida de uma menina e eles decidiram colocar o nome dela de Marina, até porque a Mari era melhor amiga do Endrick e bem próxima da Gabi. Sou padrinho junto da Helena, inclusive!

── A Helena freira, tio? Tá bom! — Falou e eu rolei os olhos.

── Você não me chama de tio que eu não sou velho, o mini Píquerez!

── Mas eu não sou Píquerez, eu sou Souza! — Respondeu dando de ombros e eu ri. Ela não gosta do sobrenome do pai dela e usa só o da mãe.

Helena desde os dez anos de idade fica falando que vai ser médica, que quer ser igual a mãe dela, que vai salvar muitas vidas e mil coisas relacionadas. Ela se tornou a própria Marina! É focada em estudo mas sabe se divertir e tirar tempo para ela, o que diferencia da mãe dela, gosta de festa e de álcool, semana passada chegou seis horas da manhã em casa e ela tá de castigo desde esse dia, tenho que ser consciente porque ela ainda é de menor! Invisto bastante na educação dela e do irmão dela.

Bernardo cresceu sem uma figura materna mas desde que ele começou a entender eu expliquei o que aconteceu, nenhum dos dois sabem que foi suicídio, ambos acham que ela morreu de causas naturais. Eu mostro mil fotos dela para os dois todos os dias, fora as fotos espalhadas pela nossa casa!

dizeres, richard ríos. Onde histórias criam vida. Descubra agora