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── Lelê! — A chamei pelo seu apelido de bebê assim que a mesma entrou pela porta e ela abriu um sorriso largo, correndo em direção a mim. A peguei no colo! ── Que saudade!

── Não me deixa mais! — Pediu me abraçando. ── A titia é muito ruim!

── Você que agita muito, a tia Jaine te adora e você sabe disso! — Rebati ainda a segurando e ela negou com a cabeça. Ela não tá falando da babá dela? ── Que titia, Helena?

── A amiga do papai. — Apontou com o dedo.

Encarei Richard, que coçava a nuca, parecia desconfortável com a situação.

── Eu conheci três, mas só duas foram legais, a outra foi muito ruim! — Falou emburrando e eu encarei Ríos, que encarava tudo, menos eu.

── E ela fez o que para você? Segredo nosso, não conto para ninguém! — Falei baixinho para ela.

── Isso! — Falou apertando meu braço e em seguida apontou o dedo na minha cara. ── Você é muito chata!

── Ah, é? — A soltei no chão. ── Você tá afim de fazer o que agora? Quer tomar banho de piscina, brincar no quintal? — Sugeri coisas lá fora. ── Sabia que o Tito tá lá fora? Por que não vai brincar com ele? Enquanto isso o seu papai pode colocar o Bernardo para dormir no quarto, né papai? — O encarei e ele me encarou de volta, com aquela cara que ele faz toda vez que sabe que tá fodido.

Tito, o cachorro do meu pai que a minha filha adora. Ambos obedeceram, Helena já voltou a se ligar no 220 e foi brincar lá fora com o Tito e Richard foi deixar o Bê no antigo quarto dele que ainda tinha tudo montado. Fui para o nosso quarto e me sentei na cama, em seguida ele entrou e trancou a porta.

── Que tipo de mulher você tem colocado dentro da sua casa, Richard? Quando você tá sozinho não tem problema nenhum, mas o que você tem na cabeça de apresentar todas elas para a sua filha? — Perguntei me levantando e ele me encarou, ficou em silêncio. ── Quem foi?

── Quem foi o que?

── Que fez aquilo com ela! — Perguntei.

── Não sei!

── Você sabe sim! — Falei me aproximando. ── Eu sei quando você mente.

── Eu já resolvi isso, tá bom? — Se defendeu e eu ri sem humor algum. ── Tá tudo certo!

── Não, Richard, não tá tudo certo. — Rebati colocando as duas mãos para trás e encarando para cima por causa da diferença de altura. ── Não é justo eu ter passado vinte horas sofrendo em trabalho de parto, ter sofrido tanto todos os meses da gravidez dela, ter criado todos esses anos para simplesmente vir qualquer vagabunda e achar que tem autoridade sobre a minha filha, ou melhor, agir daquela forma com ela. Você tá louco de permitir isso? Que tipo de pai você é?

── Marina, eu já resolvi isso. — Respondeu no mesmo tom e a minha raiva só aumentou.

── Ah, resolveu? Fez o que? — Perguntei com ironia. ── Trocou a mulher que você ia apresentar e apresentou uma mais calma?

── Marina, você não tem o direito de reclamar sobre isso sendo que você apresentou o Vinicius para ela! — Rebateu e eu o encarei, indignada.

Isso é ciúmes ou é impressão da minha cabeça?

── O Vini? Que trata ela super bem e que eu nunca levei para dentro da minha casa quando ela esteva comigo?

── Então você levou quando ela não estava? — Eu paralisei.

── A pauta aqui então não é a desgraçada da sua ficante que maltratou a sua filha, é o fato de que eu, mesmo não tendo mais nada com você, fico com outra pessoa?

── Tá admitindo que fica?

── E você tá bravo por que? — Questionei. ── Passei quase uma década com você, aturei muita coisa nesses últimos anos, é a primeira vez que eu conheço outra pessoa desde que isso tudo aconteceu. Você tá com raiva por que? Entre nós não existe mais nada!

── Porque eu não queria que a gente tivesse terminado. — Respondeu como se fosse um desabafo e se afastou. ── Porque eu ainda te amo! Eu não consigo simplesmente fingir que nada aconteceu, e não é fácil superar levando em conta que eu tenho que te ver porque temos dois filhos juntos. Até porque a Helena é a sua cara, eu te vejo nela e também te vejo no Bernardo, que tem a sua personalidade.

── Você mesmo disse que preferia como tudo era antes porque convivia menos com as minhas birras, vivia me chamando de infantil e sempre achava algo para reclamar em mim!

── Mas eu sinto falta de tudo isso! — Me encarou.

Dói. Isso doeu! Eu ainda o amo e qualquer pessoa que me conheça, sabe disso. Mas eu preciso me amar primeiro!

── Pensasse nisso antes de ter agido daquela forma milhares de vezes! Pós término você apareceu na mídia com um monte de mulher diferente enquanto eu estava em casa tentando me recuperar. Ai quando eu finalmente consigo voltar a viver, você vem dar crise de ciúmes? Richard, não desvia, eu vou perguntar só mais uma vez porque se você não me contar, eu vou descobrir e se for pela boca de terceiros eu vou foder você junto nessa história. Quem foi a mulher?

Ele ficou encarando o nada e em seguida me olhou.

── Natália.

── A sua ex? — Perguntei. ── Que eu ainda defendi depois de descobrir a história de vocês?

── É! — Respondeu sem contato visual e eu ri, sem humor, me afastando.

── É oficial, Richard, eles vão ficar comigo!

── Tá louca?

── Não tô louca, eu tô sendo o que você não é, consciente. Se você quiser ver eles vai ter que vir aqui, mas para a sua casa nenhum dos dois vai mais!

── Você não pode fazer isso, eles são meus filhos também e eu quero eles perto de mim. Eles precisam disso!

── Ah, eu posso sim! — Falei próxima a ele.

── Como? Vai levar para o tribunal? Vai alegar o que? Que eles cresceram sem você porque... — Eu não deixei ele terminar, depositei toda a força que eu tinha na minha mão direita e dei um tapa na sua cara. Seu rosto se virou com o impacto e ele levou a mão até o local, me encarando em seguida, surpreso.

── Você tá sendo um puta de um babaca, irresponsável e escroto. — Falei apontando o dedo na cara dele. Nunca brigamos a esse nível e eu nunca me alterei tanto! ── Quando estávamos juntos não tínhamos paz porque você era um otario comigo, agora não temos paz porque você é um irresponsável com os seus filhos. Quando é que você vai crescer?

Eu não sinto mais vontade de chorar quando se trata do Richard, pelo contrário, eu sinto raiva. Muita raiva! Tô odiando essa situação toda.

dizeres, richard ríos. Onde histórias criam vida. Descubra agora