Prólogo

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Eu nasci em Outer Banks em uma família de Kooks, os ricos da ilha. Eu, meu irmão mais velho, meu pai e minha mãe vivendo em uma casa de frente a praia. Tudo parecia perfeito. Até que quando eu tinha cinco anos minha mãe morreu em um acidente de carro. Depois disso meu pai nunca mais foi o mesmo.

Quando não estava trabalhando até tarde da noite, estava bebendo em algum lugar só para depois descontar toda a raiva em mim e em meu irmão, Enzo, e usar a desculpa de que estava bêbado.

Meu irmão sempre fazia de tudo para me proteger, mas era inevitável que eu acabasse apanhando também.

Fora de casa eu tinha uma vida boa. Meus melhores amigos eram os Pogues, apesar de eu ser uma Kook de sangue. Sempre achei os Pogues mais legais.

A minha melhor amiga era Sarah Cameron, uma Kook que também andava com os Pogues, e que desde bebês sempre viviamos juntas e sempre contavamos tudo uma para outra.

Pelo menos até acabar eu acabar me envolvendo com Rafe Cameron, o irmão mais velho de Sarah, e o melhor amigo do meu irmão.

Confesso que desde sempre tive um crushzinho em Rafe, mas por ser 4 anos mais nova, nunca tive muitas esperanças, afinal ele também sempre me viu como a irmã caçula de seu melhor amigo e melhor amiga de sua irmã.

Até que depois de meu aniversário de 16 anos, as coisas começaram a mudar. Eu não sei o que aconteceu mas de repente Rafe começou a me ver de um jeito diferente, e isso refletia na forma como ele começou a agir comigo. Não era mais igual antes.

Depois de um tempo acabamos ficando uma vez em uma festa. Só não esperávamos que depois disso acabariamos ficando todas as vezes que podíamos.

Meu sonho de criança estava literalmente se realizando.

No início mantivemos em segredo, mas não demorou muito tempo até todos estarem sabendo, inclusive Sarah e Enzo, duas pessoas que não queriamos de jeito nenhum que descobrissem.

Daí em diante, tudo foi por água a baixo. Sarah e os Pogues não falavam mais comigo e meu irmão simplesmente não aparecia mais em casa, o que foi a pior parte. Foi simplesmente horrível não ter mais a pessoa que eu mais amava e confiava do meu lado todos os dias.

Apesar de tudo estar péssimo, continuei ficando com Rafe. Eu tentei me afastar, mas simplesmente não conseguíamos ficar muito tempo sem se ver. Principalmente porque nossas casas eram uma do lado da outra, então acabava dificultando bastante o processo de "afastamento".

No final das contas ter continuado com Rafe foi o melhor a ter feito naquele momento. Toda vez que estavamos juntos, eu me divertia muito!

A gente andava na moto dele, iamos em festas, passavamos a noite em claro conversando e rindo um monte, passavamos o fim de semana na lancha por ai e sempre inventavamos de fazer alguma loucura.

Tipo da vez que a gente fez uma tatuagem no lugar mais duvidoso possível mas era o único aberto as 4 horas da manhã de uma quarta-feira quando estavamos loucos ao ponto de fazer isso.

Depois de algumas, quando as coisas entre nós dois estavam começando a ficar sérias, eu consegui me reconciliar com meus amigos e com meu irmão depois de implorar muito e ter muitas e muitas conversas.

No final eles acabaram aceitando minhas desculpas por ter mentido e aceitaram o fato de que eu agora "estava" com Rafe.

Quando eu pensei que as coisas finalmente iriam ficar boas, Rafe começou a agir de um jeito estranho.

Eu sempre soube que Rafe não era o cara perfeito para se namorar, mas não esperava que seu vício em álcool e drogas entraria no caminho.

Eu já tinha problemas com um alcoólatra em casa, a última coisa que eu queria era estar com um cara com o mesmo problema e pior ainda, com problema com drogas também.

Me mantive firme e forte aguentando todos os ataques de raiva e ciúmes de Rafe quando estava bêbado e chapado somado das milhões de brigas que tínhamos diariamente e que acabavam sempre se resolvendo com sexo, até que em um belo dia quando eu fui atrás dele depois de uma briga nossa na casa do Barry, um traficante que sempre vendia as drogas para ele, o encontrei beijando outra menina.

Ver aquilo me deixou mal em um nível absurdo porque apesar de tudo, eu sentia que ele gostava mesmo de mim, assim como eu gostava dele.

Foi naquele momento que eu simplesmente desisti de seja lá o que eu e ele tinhamos e resolvi me priorizar pelo menos uma vez.

Aquilo já não era mais saudável a muito tempo, e agora que ele havia beijado outra menina, eu estava decidida. Eu iria acabar tudo.

De início ele não levou muito numa boa e literalmente implorou para que eu não o deixasse. Ele tentou se explicar mas não cai no papinho dele.

Eu já estava muito cansada de todos esses problemas com Rafe além dos problemas que eu tinha em casa, então resolvi ir embora de Outer Banks. Sim, largar tudo para trás.

Fui morar no interior da Itália junto com minha avó de parte de mãe, uma pessoa que a cada dia que passa meu carinho por ela só aumenta.

Apesar de ter insistido para meu irmão ir junto comigo, ele não aceitou pois não queria largar toda sua vida de Outer Banks, o que eu honestamente entendo.

Nos dois primeiros meses morando na Itália, Rafe me ligava toda semana, mas eu nunca o atendia. Era o melhor para nós dois.

Eu não tinha contado para ele que ia embora, ele acabou descobrindo só depois.

Acho que ele acabou ficando muito bravo com isso.

Apesar de minha vida ser muito melhor enquanto estava morando na Itália com minha avó, minha saudade de Outer Banks era imensa.

Então quando duas semana atrás recebi a notícia de meu irmão que nosso pai havia morrido, vi como a oportunidade perfeita para voltar.

Não que eu tenha ficado feliz com a morte de nosso pai, pelo contrário, porque ele é nossa pai apesar de tudo, porém ele foi um dos motivos para eu ter ido embora. E como ja faz um ano, os problemas relacionados ao Rafe, já vão estar bem menos piores.

Então cá estou eu, um ano depois, no avião voltando para o lugar onde eu nasci, cresci e onde estão as pessoas que eu amo.

Estou voltando para casa.

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