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Me olho no espelho, já maquiada e com o cabelo pronto para a festa de solstício de verão.

Eu queria conseguir pensar em outra coisa, mas a única coisa na minha cabeça desde ontem a noite é sobre minha discussão com os Pogues.

Eu preciso dar um jeito de resolver as coisas com eles. Eles são tudo que eu tenho. Eu preciso deles na minha vida.

Olho pelo espelho para meu vestido pendurado na porta do armário.

Eu preciso admitir, ele era lindo.

O problema é que eu estava zero afim de ir para essa festa fingir conhecer alguem ali que vai vir dizer para mim e para Enzo o quanto eles sentem muito pelo nosso pai.

Meu Deus gente, supera!

Eu juro que esse é a última festa de solstício de verão dos kooks que eu vou.

Não tenho mais obrigação nenhuma em ir para esses eventos. Esse ano vai ser a última vez de todos eles, só para ir escutar as homenagens infinatas para meu pai. As homenagens que ele na real nem merecia por quem ele era comigo e com meu irmão dentro de casa.

Termino de retocar minha maquiagem para esconder minha cara de acabada depois de passar a noite toda chorando.

Eu levo um susto quando vejo alguem pulando na varanda do meu quarto pelo reflexo do espelho. Era Rafe. Obvio que era Rafe.

Ontem a noite, depois que meu irmão saiu do meu quarto para ir dormir, eu acabei mandando mensagem para Rafe.

Eu perdi os Pogues e naquele momento Rafe era o único que eu podia falar sobre isso abertamente.

Eu sou muito grata pelo meu irmão ter estado la comigo, mas o problema é que eu nunca poderia contar para ele o motivo deu estar assim. Eu só falei que foi um problema com os pogues.

Ainda bem que ele é compreensivo e não ficou fazendo mais perguntas.

Enfim, eu liguei para o Rafe em plena madrugada, 2h da manhã, achando que ele nem ia atender. Mas ele atendeu e percebeu o quão chateada eu estava e veio até mim passar a noite aqui comigo.

E mesmo assim eu mal consegui dormir porque so conseguia pensar em como eu estraguei tudo com os pogues, de novo, e precisa concentrar tudo.

- Rafe! Você precisa parar de escalar a minha varanda, eu não estou nem brincando. - falo porque toda vez que ele faz isso ele me da um baita susto e eu me preocupo com ele caindo ou coisa do tipo, nunca se sabe né. - E outra, meu irmão ta aqui, ele pode te ver!

Me levanto da cadeira da penteadeira enquanto ele vai entrando no meu quarto. Ele ja estava pronto para a festa também.

- Relaxa tabom? Eu sei o que eu faço. - ele diz vindo até mim. - E não tinha outro jeito de chegar aqui senao escalando a torre para ver minha princesa.

Ele se aproxima mais ainda de mim e dou uma risadinha de sua piadinha.

- Eu precisava vim ver como você tava. - ele segura meu rosto e olha no fundo dos meus olhos tentando buscar alguma resposta.

Envolvo meus braços em volta dele, e ele logo envolve seus braços em volta de mim, retribuindo o abraço.

Esse abraço dele era muito reconfortante.

Eu amava isso. Era como se as esperanças de que tudo fosse acabar dando certo no final surgissem novamente.

- Eu preciso dar um jeito de me resolver com os Pogues, custe o que custar Rafe. - digo ainda no abraço.

Ele não fala nada, o que é estranho, mas ele da um beijo rápido em minha cabeça.

Ficamos assim no abraço por mais alguns segundinhos, e quando solto finalmente, ele me fala:

PromessasOnde histórias criam vida. Descubra agora