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- Meu deus! Não acredito que essa casa finalmente ficou pronta!! - falo apontando pela janela do carro que meu irmão dirigia enquanto iamos para casa depois dele me buscar no aeroporto. - Essa construção estava parada desde que me entendo por gente!

- Pois é, parece que esse último ano os donos resolveram dar um fim nessa construção logo. - Enzo explica sem tirar o olho da rua.

- Estava na hora né? - falo dando uma risadinha. - E quais são as novidades da ilha? Quero saber de tudo!

- Tudo que tinha para você saber, você já está sabendo.

Eu e meu irmão nos falavamos praticamente todo dia, seja por mensagem, por ligação ou pelos dois.

Então de fato, tudo de novo, eu já estou sabendo.

Apoio meu cotovelo na janela e apoio meu rosto em minha mão.

Eu só conseguia pensar em quão bom era estar de volta e poder reencontrar meus amigos. Eu estava com uma saudade absurda.

Escuto o celular de Enzo tocar, mas ele não atende.

- Não vai atender não? - pergunto.

- Não. Deve ser a funerária ligando. Eles me ligam toda hora para eu resolver alguma coisa do funeral do pai.

É verdade, tem esse pequeno detalhe.

- Quando que vai ser? - pergunto.

- Amanhã.

- Já?

- A gente só estava esperando você chegar para enterrar o corpo.

- Nem sei para que toda essa cerimônia para ele. - falo meio baixinho voltando a olhar pela janela.

- Ei, - ele fala. - eu sei que você odiava ele e te garanto que eu o odiava mais, mas ele era nosso pai.

Respiro fundo e respondo:

- Eu sei.

Ficamos em silêncio por alguns segundos.

- Pensa que pelo menos agora somos só eu e você Bellinha. - ele diz dando uma risadinha no final.

Ele adorava me chamar desse apelido que juro, se mais alguem me chamar assim eu acho que eu me mato.

Dou uma risadinha.

- Eu senti sua falta. - digo sorrindo para ele e ele sorri de volta para mim.

Desde que nossa mãe morreu, tem sido eu e ele contra tudo.

Apesar de termos ficado algumas semanas sem se falar por conta daquele negócio com Rafe ano retrasado, as coisas nunca mudavam entre a gente.

Eu sempre vou ser a irmazinha mais nova dele e ele meu irmãozão mais velho.

É assim que nos chamavamos quando menorzinhos. Irmãzinha e irmãozão.

Eu não sei o que seria de mim sem ele ao meu lado.

Após alguns minutinhos, finalmente chegamos em casa.

Abro a porta do carro e vou até a porta da casa.

Senti uma sensação muito estranha. Aquele lugar me trazia tantas memórias boas, mas ao mesmo tempo tantas memórias horriveis.

Espero que daqui para frente eu só construa memorias boas nesse lugar.

Abro a porta e dou logo de cara com a melhor surpresa possível.

- SARAH!! - falo super animada e correndo para abraçar ela.

PromessasOnde histórias criam vida. Descubra agora