Diogo caminhava de forma confiante pelos corredores. Não pensava em muita coisa, assim como quase todos os jovens como ele. No entanto, naquele momento em específico, andava sozinho — estava indo ao banheiro.
Quase chegando. Ao curvar-se pela passagem, que o direcionava exatamente ao lugar desejado, espantou-se: à sua frente, estava sua ex-namorada, Serena Lopes.
Serena era uma garota linda. Seus cabelos eram castanhos e curtos, contrastando com sua face provocativa e audaz. Em sua visão, era como uma femme fatale, que o queria mais do que tudo e não conseguia superar seu fatídico término.
Ela nem sequer o olhou, apesar do jovem conseguir, implicitamente, perceber uma ânsia extrema da parte dela em fazer algum contato social. Estava perfumada com aquele mesmo cheiro forte que sempre lhe acompanhava enquanto estavam juntos. Estava vestida com aquela mesma blusa vermelha que Diogo sempre disse que o excitava. Os sinais de provocação eram claros. E, como uma serpente, a jovem andou calmamente ao seu lado, quase encostando em seu corpo e exibindo uma sensualidade extrema em cada uma de seus passos.
Ele não pôde se controlar. Precisava falar, contestar, provocar de volta. No entanto, justamente quando ia balbuciar algo, a voz trêmula prestes a passar por seus lábios, foi interrompido por um suave toque em suas costas. Virou-se. Era Verônica.
— Ah, Verônica...
— Diogo, eu vou passar no shopping hoje porque preciso retocar minha maquiagem, você quer... — Notou a estranheza no rosto do parceiro. — Você tá bem? Parece que viu um fantasma.
— Ah... Sim, eu tô...
— O que foi, meu Deus? — Tentou olhar para a direção em que estava espiando. Viu, quase como um parasita, Serena. Logo, suas bochechas ruborizaram de raiva. — Diogo! Eu não acredito nisso!
— Calma, Verônica, não é o que você tá pensando...
— Não é o que eu tô pensando? Poxa, Diogo, se você fica pensando tanto nela, por que não me troca logo?
— Verônica, eu...
— Argh! — Saiu, enfurecida. Serena acabou notando a situação, virando-se e dando um sorriso de canto de boca antes de sair.
O jovem Nunes permaneceu ali, sozinho. Estava atordoado, não conseguindo sequer pensar. Uma torrente de sentimentos lhe assolava. Toda aquela situação era extremamente estressante.
Com os instintos e vontades forçados para dentro da garganta, Diogo respirou fundo e continuou. Afinal, precisava usar o banheiro.
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A Psicologia do Assassinato
Mystery / ThrillerNo ano de 2027, uma psicóloga macabra aprisiona dez pessoas dentro de uma escola, dando-os apenas uma ordem: matar uns aos outros sem dó nem piedade. Numa conjectura de medo e mentiras, cada um dos personagens se envolve em dilemas morais e facetas...