Verônica e Diogo se isolaram num canto do corredor. Daquele ângulo específico, podiam ver todos os outros, e dificilmente os perderiam de vista tão cedo.
— O que você achou de toda essa explicação, Diogo?
— Acho que tem algo de estranho aí. Não sei. O Rodrigo pareceu muito frio. E a Priscila pareceu muito insegura.
— Eu também acho. Você acha que eles mataram a Marilúcia de propósito?
— Talvez. Nunca se sabe.
— Talvez o Rodrigo tenha feito isso, mas acho que a Priscila é inocente nessa história toda. Quer dizer, pelo menos na parte de...
— Pera aí — Uma presença tomou conta da atenção do garoto: Serena. A jovem, com postura confiante, andou ao seu lado, despretensiosamente. Estava farto de tanta ousadia. — Serena!
— Oi? — Virou-se, confusa. Estava de costas para o casal. No entanto, seu rosto angelical só atiçava ainda mais a fúria do garoto.
— Desiste!
— Desistir do quê? — franziu a sobrancelha, como que genuinamente confusa.
— Diogo! — Verônica subitamente interrompeu-os, pondo o braço do namorado acima de seus ombros. — Não liga pra essa vaca. Vamos embora!
— Serena! — O garoto parecia ignorar a parceira. — Você sempre vem com esses seus truques, esse seu charme de cigana... Isso não funciona comigo! Me deixa em paz!
— Hum? — Seu rosto franziu em incerteza. Logo, cobriu seus lábios retraídos com sua garrafa d'água branca, bebendo um gole d'água antes de prosseguir. — Nossa, Diogo. Eu não sabia que a minha simples presença te incomodava tanto.
— O quê? — Sentiu-se tremendamente ofendido. — Não sou eu que tô agindo assim, toda dissimulada! Serena, se toca, pelo amor de Deus! Isso já tá ficando chato.
— Tá bom, então — Revirou os olhos e cruzou os braços, em indiferença. Enfim, fitou Verônica com o olhar solidário. — Eu sinto muito por você, garota.
— Puta! — Dessa vez, a voz do rapaz pôde ser ouvida por todos. Um breve e julgador olhar coletivo se mirou para ele, que logo se arrependeu de ter dito isso. Serena, após essa última palavra, saiu triunfante do local.
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A Psicologia do Assassinato
Misteri / ThrillerNo ano de 2027, uma psicóloga macabra aprisiona dez pessoas dentro de uma escola, dando-os apenas uma ordem: matar uns aos outros sem dó nem piedade. Numa conjectura de medo e mentiras, cada um dos personagens se envolve em dilemas morais e facetas...