Capítulo VII

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 Verônica e Diogo se isolaram num canto do corredor. Daquele ângulo específico, podiam ver todos os outros, e dificilmente os perderiam de vista tão cedo.

— O que você achou de toda essa explicação, Diogo?

— Acho que tem algo de estranho aí. Não sei. O Rodrigo pareceu muito frio. E a Priscila pareceu muito insegura.

— Eu também acho. Você acha que eles mataram a Marilúcia de propósito?

— Talvez. Nunca se sabe.

— Talvez o Rodrigo tenha feito isso, mas acho que a Priscila é inocente nessa história toda. Quer dizer, pelo menos na parte de...

— Pera aí — Uma presença tomou conta da atenção do garoto: Serena. A jovem, com postura confiante, andou ao seu lado, despretensiosamente. Estava farto de tanta ousadia. — Serena!

— Oi? — Virou-se, confusa. Estava de costas para o casal. No entanto, seu rosto angelical só atiçava ainda mais a fúria do garoto.

— Desiste!

— Desistir do quê? — franziu a sobrancelha, como que genuinamente confusa.

— Diogo! — Verônica subitamente interrompeu-os, pondo o braço do namorado acima de seus ombros. — Não liga pra essa vaca. Vamos embora!

— Serena! — O garoto parecia ignorar a parceira. — Você sempre vem com esses seus truques, esse seu charme de cigana... Isso não funciona comigo! Me deixa em paz!

— Hum? — Seu rosto franziu em incerteza. Logo, cobriu seus lábios retraídos com sua garrafa d'água branca, bebendo um gole d'água antes de prosseguir. — Nossa, Diogo. Eu não sabia que a minha simples presença te incomodava tanto.

— O quê? — Sentiu-se tremendamente ofendido. — Não sou eu que tô agindo assim, toda dissimulada! Serena, se toca, pelo amor de Deus! Isso já tá ficando chato.

— Tá bom, então — Revirou os olhos e cruzou os braços, em indiferença. Enfim, fitou Verônica com o olhar solidário. — Eu sinto muito por você, garota.

— Puta! — Dessa vez, a voz do rapaz pôde ser ouvida por todos. Um breve e julgador olhar coletivo se mirou para ele, que logo se arrependeu de ter dito isso. Serena, após essa última palavra, saiu triunfante do local.

A Psicologia do AssassinatoOnde histórias criam vida. Descubra agora