Capítulo 5

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Izzy London

Estou agora entrando num lugar muito obscuro como nunca havia visto antes, pois meu pai nunca havia me trazido até o quartel e na garupa da moto de um total estranho, mas afinal de contas quem não é estranho pra mim, meses atrás e se quer sabia que meus pais biológicos eram vivos, se é que são mesmo, mas é o que Otto acreditava e ainda a existência de um avô, isso vem sido tão confuso que faz dias que não durmo. Por mais que eu me recuse a assumir, não consigo pois estou com medo de fechar os olhos e nunca mais abrir.

-Bom, chegamos. -Aidan diz desligando a moto e desço da mesma em seguida tirando o capacete e lhe entregando, olho para os lados e posso sentir a sensação de estar num filme norte-americano ao ver todo esse cenário estranho para mim, nunca tive dimensão por mais que Otto dissesse de como era. -Otto nunca te trouxe aqui, porquê?! -me concentrei no olhar de Aidan somente agora.

-Não.. -falo enquanto caminho ao seu lado e começo a ver algumas pessoas passarem e nem olharem para nós, que estranho. -Meu pai dizia que podia me ensinar tudo na academia que montou em casa, pois não queria me ver inserida nisso. -falo tentando o acompanhar, pois caso contrário poderia até mesmo me perder. -E também que os gêmeos iriam dar em cima de mim, e não iria ter que matar um deles caso partisse meu coração.. -saiu tudo de forma tão involuntária, ainda que fosse verdade, não deveria ter dito.

Só me dei conta de tudo quando Aidan parou olhando para mim abrindo um sorriso de canto, que por sinal foi muito bonito.

-Não me olhe assim, pelo visto vocês é que são sem caráter e ele queria me manter distante. -digo meio sem jeito.

-Os sem caráter como diz você estão em maioria casados. -repeli o que eu disse. 

É estranho como mesmo sem o conhecer já acho que é irritante.

-Em maioria, não quer dizer todos e isso também não garante caráter. -falo e o vejo me olhar um a sobrancelha arqueada.

-Resposta sempre na ponta da língua, senhorita London. Só que o Abham morreria sem traísse a Maitê, o Arnold quase morreu sem a Alya e o Andrei, vejamos, o Andrei tem um mundo no qual só existe a Emma. -falava e abria uma porta a qual atravessei.

-Então o gêmeo galinha é você.. -comento o desafiando e ele semicerra os olhos pra mim.

-Eu sou um adorador das mulheres, é diferente. -se defende e dou um sorriso apenas agora me dando conta que estávamos numa sala e do outro lado surgiam o que inegavelmente sei ser os outros gêmeos me olhando.

Gelo ao ver seus olhares diante de mim e um silêncio estranho depois do barulho da porta se fechando se faz no lugar.

....

-Você acha que seu pai pode ter sido assassinado? -de repente depois de falar tudo de uma vez, um dos gêmeos que ainda não sei distinguir disse.

-Não, quer dizer não sei. -falo a verdade, pois tudo agora parecia um tiro no vazio o qual eu não sabia se ia atingir em algo. -Meu pai estava me mantendo distante, alegando que eu não poderia estar perto, pois assim despistaria seja lá quem estivesse o observando e assim o fiz, não tive nem a oportunidade de lhe ver para dar o último adeus. -senti minhas pálpebras pesarem e uma enorme vontade de chorar, mas não poderia, não era o momento.

-Izzy se não quiser falar tudo bem, não precisa reviver esse momento. -Aidan diz tentando uma proximidade que claramente não temos, eu não o conheço nem ele a mim.

-Many me ligou um dias atrás dizendo o que tinha acontecido, o médico legista alegou que ele teve um ataque cardíaco e assim veio a óbito, não tive muito o que pensar mesmo que  não tivesse sabendo de seus planos. Nos falávamos todos os dias por mensagens mas ele não me dizia o que estava ocorrendo. -reviver esse momento para lhes contar não estava sendo fácil eu sequer conseguia olhar para aqueles quatro pra de olhos diante de mim, apenas mirei um ponto fixo na parede e continuei. -Fui até o hospital encapuzada a fim de lhe ver, mas Many estava lá e me alertou do risco de alguém ruim como ela dizia, estar ali e apenas me deu essa carta que disse que semanas atrás havia recebido dele. Desde então nem em seu enterro pude ficar, como também venho sentindo a sensação de estar sendo seguida, por isso me hospedando em pensões afastadas da cidade para evitar suspeitas. -termino por fim de contar tudo sentindo como se farpas atingissem meu coração.

-Você pode de fato estar sendo seguida e talvez não se aproximaram porque não era o momento, mas está claramente correndo risco seja quem for quer algo com você e pelo visto viva. -Aidan comenta e todos eles se olham.

-Pode ser o avô dela. -outro gêmeo sugere.

-Ou inimigos de seus pais. -sugere o que achou ser Arnold.

-Inclusive como Otto veio saber da existência de seu avô somente agora e que ele pode também ser alguém que está atrás de você, e como seus pais disseram e ele mesmo assume pode te oferecer perigo? -essa era uma pergunta a qual eu mesma não sabia responder, pois ele mesmo não me esclareceu isso.

O meu silêncio disse por si mesmo que eu não sabia, então só ouvi o som de suspiros irritados e olhei finalmente para o rosto de Aidan quando se levantou e deu alguns passos na sala.

-Odeio o fato do Otto achar que pode resolver tudo sozinho e não dizer nada. -esbravejou, mas seu tom era de insatisfação.

-Não ironicamente seu aprendiz faz o mesmo, estão nos poupe desse argumento. -o irmão lhe disse e aquilo estranhamente também me atingia, pois sou igual, talvez graças a papai.

-Não fode agora Arnold. -diz irritado.

Eles pelo visto não curtem muito ficar de mãos atadas, não que eu goste, mas agora o ambiente estava com uma atmosfera bem mais tensa que outrora.

-Tem algo que vocês não falaram e eu estou a parte porquê o clima ficou pior aqui. -falo quebrando o estranho silêncio que se habitava.

-Não Izzy, a maioria de nós estava numa reunião não muito satisfatória por assim dizer, e talvez ainda estejamos em êxtase. -um dos irmãos que parece ser o mais centrado diz. -Mas o importante agora é te manter em segurança e saber o que está acontecendo, ao menos um norte eu meio a todos esses pontos interrogativos que estamos tendo. -completou e era como se todos o obedecessem indiretamente, pois agora se portavam menos irritadiços.

-Cuido da segurança dela! -Aidan exclama e antes que eu tivesse oportunidade de falar algo fala mais. -E o que rolou na reunião? -fala e os irmãos se olham.

-Não é um momento apropriado para falar sobre. -o que parece ser o líder diz, e suponho que seja por minha presença. -Mas em síntese todo esse comboio chato que foi criado, se desestruturou com um acordo familiar, ou seja, um matrimônio entre as famílias. -diz simplório.

-Que coisa antiquada. -Aidan diz e concordo com ele.

Logo a reunião em que estávamos foi finalizada, e todos estávamos sem um ponto de partida, mas ainda assim com um desejo de vingar a morte do meu pai, pois ainda que ele não tenha sido assassinado toda essa loucura que se formou entre nós lhe tirava a paz a meses, e ver que aqueles quatro querem tanto quanto eu isso, me deixou mais aliviada.

Aidan- Spin-off de Os Ceos da Maffia Onde histórias criam vida. Descubra agora