Capítulo 7

494 50 1
                                    

Aidan Smirnov

Como sempre acordei cedo, mas não podia sair antes de Izzy acordar, não sei como reagiria e para onde iria e não é como se a Sanem fosse conseguir lhe impedir.

-Sanem por favor, faça um café mais reforçado e com coisas variadas, tenho uma convidada. -digo a ela depois de nos cumprimentarmos na cozinha e ela me olha  meio interrogativa e também com o olhar malicioso.

Talvez pense que é algo minha visto que normalmente não trago ninguém que passe a noite inteira aqui, e sem dúvidas não nos viu chegar a noite.

-Está bem senhor Aidan, quer que eu leve o café no quarto? -questiona.

-Não há necessidade, vou me arrumar e em seguida venho para aqui, a Izzy está no quarto de hóspedes então daqui a pouco deve estar aqui. -esclareço e vejo que matei ao menos a metade da curiosidade da minha empregada que é bem fofoqueira as vezes, no fundo eu acho que lhe devo satisfação as vezes, ela trabalha comigo a tanto tempo.

-Sim senhor. -é a única coisa que fala antes que eu me vire e saia.

Vou em direção ao meu quarto e acho estranho nesse trajeto não ter visto Lola, tudo bem que ela é preta e as vezes até se camufla na casa, mas daí não ver ela desde ontem é estranho.

Entro no meu quarto e como de costume deixo a porta meio encostada, pois caso tenha entrado poderá sair.

....

Após o banho opto por uma roupa mais formal, talvez eu precise ir do quartel diretamente para o hospital então prefiro ir vestido mais formalmente, e lá me ajeito caso haja a necessidade de treinar com alguém.

Volto para a cozinha e dou de cara com uma mesa tão linda e farta que até me pergunto se era pra tanto, acho que Sanem sente saudades de cozinhar visto que eu faço as vezes uma única refeição em casa.

-Que mesa linda. -digo e olho para Sanem colocando mais uma jarra de suco, nem espaço havia mais. -Sanem você viu a Lola, achei estranho ela não ter ido no meu quarto hoje pela manhã.

-Não sei, talvez esteja na sacada, ultimamente anda muito por lá. -responde e em seguida saí outra vez.

-Bom dia. -ouço dizer atrás de mim quando ia me sentar e olho para trás vendo que se tratava de Izzy.

-Bom dia, então você está aí. -digo ao ver a gata em sua mão.

Acho estranho ver a Lola com alguém, ela não gosta de estranhos e tem um hábito singular de arranhar as pessoas.

-Ela ontem foi me visitar, quando cheguei no quarto já estava deitada na cama. -Izzy diz e vou até ela acariciando sua cabeça o que faz com que a mesma feche o olho.

-Ela fazer isso me surpreende, não gosta de estranhos. -digo e pego o animal o colocando no chão. -Venha vamos tomar café, Sanem preparou um banquete pra você. -falo e a vejo enrugar o cenho

-Ela me pareceu bem dócil.. -diz e caminha até a mesa passando por mim.

Eu não sei onde estava com a cabeça ontem quando disse que essa camisa fica melhor em mim que nela, se nela fica extremamemente sexy e agora ao vê-la direito posso ver que até um trapo velho ficaria perfeito no corpo dessa mulher.

-Sabe que posso sentir seu olhar sobre mim não é?! -diz retórica e talvez eu tenha disfarçado menos do que imaginei, em seguida senta-se à mesa.

Fico sem jeito e arranho com a garganta antes de pegar uma fatia de pão.

-Gosta de tatuagens.. -digo para puxar assunto depois dessa e ela para de encher a xícara de café e me olha.

-Não precisa puxar assunto comigo. -esclarece. -Mas sim, eu gosto de tatuagem vejo que você também.. -pontua e isso é um fato não tenho o corpo fechado em tatuagens, mas tenho diversas espalhadas. -Meu pai que não gostava muito, dizia que era perca de tempo marcar meu corpo com desenhos, por isso não fechei o braço. -diz e posso observar o desenho de uma rosa com gotas de sangue em seu braço e algo escrito que não consigo entender.

-Me disse a mesma coisa quando tinha 15 anos e viu minha primeira tatuagem. -digo e dou um breve sorriso pela nostalgia.

-Nossa ele só me deixou fazer depois dos 18, já tinha quase 19. -resmunga e dou um breve sorriso ao ouvir aquilo.

-Bom digamos que eu não tive um pai que impusesse regras, e se caso fizesse isso certamente o mataria. -ao me ouvir falar aquilo ela arqueou a sobrancelha mas não quis explicar.

Enquanto tomávamos café a campainha tocou e provavelmente são as coisas que mandei trazer para a Izzy.

-Dê a ela. -digo a Sanem e aponto para Izzy, que me olha interrogativa. -Pedi para uma amiga que trabalha num loja de roupas mandar algo para você. -falo e em seguida me levanto da mesa.

-Como sabe meu número?! -disse surpresa.

-Não sei, só descrevi você. -falo e saio do ambiente ouvindo brevemente quando fala "puxa que descrição".

....

Eu estou me sentindo como uma babá, não tive irmã mais nova e agora tenho que cuidar de uma insolente da língua afiada.

Já estou a um bom tempo na sala esperando ela voltar pois foi se arrumar e sinto que vai levar uma eternidade. Irei para o quartel e ela quer ir buscar algumas coisas pessoais que deixou numa das pensões, mandarei meus homens com ela pois tenho muito o que fazer e ainda mais com seu atraso.

Sinto uma presença e também um cheiro adocicado no ar e me levanto do sofá sabendo que é a mesma vindo.

-Puxa, você demorou. -falo e me viro a ela que está magnífica com um vestido vermelho colado em seu corpo que ia até um pouco acima de seus joelhos, usava um salto e seus cabelos soltos lhe agraciavam ainda mais, se não abrisse a boca diria que era perfeita.

-Claro sua amiga mandou roupas que basicamente me deixavam como uma acompanhante de luxo, esse foi o melhor. -diz irritada. -Agora feche pra mim por favor. -diz e se vira a mim com o zíper do vestido na altura da base de sua coluna e talvez eu não me incomodasse se estivesse mais pra baixo.

Apenas faço o que me pede e em seguida ela joga os cumpridos cabelos para trás outra vez.

-Te levo pro quartel e de lá meus homens irão levá-la onde quiser. -falo e vou em direção ao elevador, pois ele dará diretamente na garagem.

-Não sou uma garotinha indefesa, posso me cuidar só. -diz e eu sinceramente não aguento mais ouvir isso dela.

-Olha garota eu sei que consegue se cuidar sozinha, mas se deixar de ser um pouco insolente vai ver que isso tudo é para garantir que sua cabeça não fique a prêmio por aí. Você queria a ajuda da máfia russa e seu pai também queria isso, agora a máfia russa está com você. E não você não tem escolha a respeito disso. -estouro de uma vez lhe falando e quase lhe encurralo entre a porta do elevador, que logo se abre.

Izzy ia dar um passo para trás quando notei que na verdade o elevador não havia chegado, e se desse aquele passo iria cair no poço. Lhe seguro no pulso e puxo a mim rapidamente fazendo com que nossos corpos colidissem.

-Olhe antes de pisar, parece que o elevador deu defeito. -digo rente ao seu rosto que estava tão próximo do meu a ponto de eu sentir sua respiração acelerada.

-Obrigada... -murmurra e num momento de devaneio sinto sua boca tão perto que era como se estivesse um ímã que me puxasse.

Izzy imediatamente quebra o contato o qual estávamos e solto seu punho e cintura, e ela saí de minha frente.

-Eu preciso da ajuda de vocês, mas não sou de vidro e você é um arrogante. -comenta como se eu fosse realmente ligar para aquilo.

....

Não trocamos mais nenhuma palavra, agora tudo o que existia entre nós era um silêncio e também uma tensão que eu não fazia ideia de como se instalou, mas foi conosco no carro durante todo o trajeto até o quartel.

Aidan- Spin-off de Os Ceos da Maffia Onde histórias criam vida. Descubra agora