Capítulo 12

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Olívia Harper/Izzy London

Olhei a tela do meu celular inúmeras vezes e o Abham não havia mandado nem o endereço, muito menos o nome da mulher.

-Abham não me mandou o endereço, Aidan. -confesso irritada e olho pra Aidan que dirigia.

-Ele me mandou. -fala simplista e não entendo, como mandou pra ele se a princípio ia mandar uma equipe comigo. -Abham sabia que eu viria com você, ele me conhece aquilo da equipe foi um blefe. -confessa ainda sem me olhar, diferente de tantas outras vezes.

-O motivo de estar irritado assim tem haver comigo? -pergunto de uma vez, não aguentava mais aquilo.

Aidan permanece calado, como se analisasse a pergunta antes de me responder.

-Não queria que aquilo tivesse acontecido, deixei a carne falar mais alto, não contive meus instintos... -fez uma pausa e sua expressão antes tão imparcial se abria. -Mas isso não significa que quero que vá embora da minha casa. -a forma gentil como falava me fez ver que ele é um cara legal. -Eu prometi a memória do homem que tive como um pai, que protegeria a sua filha e agora já estou metendo os pés pelas mãos e afastando você, e não está errada, mas... -parou de falar, ainda que parecesse ter algo mais a ser dito.

-Não estou culpando você, eu também fui errada. -começo a falar e puxo firme o ar. -Otto gostava de você como um filho, sei que quer me proteger e também vingar a morte dele, por isso não fui embora hoje cedo e esperei você chegar te devo isso. -completo achando que não falei tudo que devia, mas falei o máximo para que entenda.

-Peço desculpas pelo que aconteceu, não irá se repetir. -pontua decididamente.

-Sei que não irá se repetir, aconteceu naquele momento porque a carne falou alto, mas você não faz meu tipo, não é o tipo de homem com quem eu ficaria mais de uma vez. -digo a verdade, sempre gostei de homens mais discretos e esse não é o perfil de Aidan.

Ouço um sorriso breve anasalado, e vejo que tinha um sorriso de canto.

-Eu sou Aidan Smirnov docinho, eu sou o tipo de qualquer mulher. -ele realmente tem um ego enorme. -Não vou te ter na minha cama porque eu não quero, aliás pelo que me disse Otto não queria isso deve ser pelo fato de você querer viver um conto de fadas e eu não sou desse tipo. -ele é tão egocêntrico e presunçoso que chega a ser irritante.

Lhe olho boquiaberta e solto uma gargalhada alta com a afirmação.

-Pois saiba que você poderia ser o último homem do mundo, que ainda assim eu não ficaria com você. -falo pausadamente para que entenda e ele não responde nada e só umedece os lábios. -Quando chegarmos hoje, irei para um hotel até achar um local para ficar. -termino minha fala trazendo novamente o assunto.

-Você não pode fazer isso, como eu te protegeria e saberia que está segura?! -pontua retórico. -Não é porque achamos que ninguém sabe quem é você, que de fato não saibam, é estupidez se expor assim. -conclui em tom irritadiço.

-Posso estar segura, com seguranças ou algo assim. -tento retrucar.

-Querida, você não precisa de seguranças se estiver comigo. Não faz ideia de quantas pessoas já matei e de que formas diferentes. Agora chega, isso não é negociável. Não vou mais te tocar e segundo você, não faço seu suposto tipo, então não há motivos para sumir, fingiremos que nada aconteceu. -fala agora de fato parecendo finalizar sua fala.

Acho que talvez tenha razão e afinal não é como se ele fosse irresistível. Podemos esquecer isso.

Ou ao menos eu espero que sim.

Logo chegamos na cafeteria e o clima entre nós era menos tenebroso do que quando entramos no carro.

Adentramos no local e logo Aidan viu a mulher, ele disse que tentaria lhe tirar dali, pois estava muito cheio o lugar e não poderia falar com ela assim. Saí do local e esperei ele num beco que tinha ao lado, ele era sem saída e ali perto é onde ficavam as lixeiras.

Não demorou muito e logo Aidan apareceu e em seguida a mulher, e agora sei como ele fez para a trazer, pelo sorriso no rosto abusou do seu charme.

-Olha só Katarina. -digo e me aproximo dela que desfaz o sorriso.

-Quem é ela? -disse olhando pra Aidan, ela ia recuar, mas ele colocou a mão na frente e a impediu que passasse.

-Só queremos fazer algumas perguntas.. -Aidan diz e ela que lhe olhava com luxúria nos olhos, agora mudara para medo.

-Você conhecia o Otto?! -Aidan pergunta.

-Não, eu não sei quem é, o que eu estou fazendo aqui.. -dizia com certo desespero e tentava sair assustada, mas a detive segurando em seu braço com força. -Me larga você está louca.. -dizia assustada e tentando se desvencilhar do aperto.

-Você conhece esse homem? -digo pegando uma foto de Otto e mirando diante dela que mudando a expressão facial.

-Eu não.. -ia negando.

-Eu não estou com paciência, podemos fazer do jeito fácil ou do jeito difícil. -digo e agora não somente aperto seu braço como o seu rosto no queixo.

-Eu, eu o vi algumas vezes quando vinha cafeteria, ele sempre recebia uns bilhetes que o Maxim mandava eu lhe entregar e por isso eu o atendia todas as vezes.. -sua voz estava oscilando pelo medo e gaguejava, mas o medo em seus olhos não parecia que ela mentia. -Eu juro que é só isso, só entregava os bilhetes em troca de gorjetas maiores do Maxim e nada mais. -disse suplicante.

-E quem exatamente é este Maxim? -Aidan que se mantinha quieto só observando perguntou.

-Eu o conheço pouco, pelo que dizem é um dos homens que fazem a segurança de um político, um ministro ao que me parece o Ivan Pavlova. -lágrimas caíam de seus olhos agora.

-Esta bem, ela disse tudo que sabia docinho, solte-a. -Aidan disse tocando em meu braço.

-E esse assunto se encerra aqui, você nunca nos viu. -digo pausadamente olhando em seus olhos. -Até porque se disser que viu vai ser a última coisa que viu na terra. -concluo pausadamente e lhe solto de vez e ela se afasta da parede e saí correndo.

-Já temos um nome. -digo simplista ao Aidan.

-E também certamente uma forte candidata a tomar o lugar da Maitê. -fala brincando e riu, não acho que sou tão boa quanto ela.

Seguimos outra vez pro carro e imediatamente Aidan liga para o Abham deixando o celular em alto-falante enquanto fazia a ré para sair do lugar que estacionou.

Aidan- Spin-off de Os Ceos da Maffia Onde histórias criam vida. Descubra agora