Aidan- Spin-off de Os Ceos da Maffia

Capítulo 1

Aidan Smirnov

Caminho devagar até a mulher que agora me olhava assustada e sento ao seu lado, percebendo que parecia um pouco mais desconfortável agora.

-Boa tarde! -digo e ela olha acenando positivamente com a cabeça.

-Boa tarde. -diz tão baixo que foi quase como um sussurro.

-Vi você chorando durante todo o enterro, e parecia bem triste, tem algum laço de parentesco com Otto? Por acaso é a Olívia? -falo sem rodeios e ela apenas me olha com um tom meio questionador em seus olhos.

-Não, eu não sou a Olívia. -diz em tom gentil e tentando forçar um semi sorriso, talvez por eu ter achado que fosse filha do Otto, e ela na verdade parecer ter muita idade pra isso, mas como eu iria imaginar. -E também não sou parente, mas ele era como uma família pra mim. -diz num suspiro profundo.

-Fui empregada durante anos na casa do Otto, infelizmente nos envolvemos brevemente e eu preferi me demitir, pois ele sentia o mesmo por mim, mas a saudade de sua falecida esposa o impedia. -diz como se relembrasse aquele momento.

-Pensei que fosse ela, mas no caso mesmo não sendo, saiba que eu e minha família devemos muito ao Otto e estamos aqui pro que precisar. -digo e retiro um cartão meu do bolso e lhe entrego.

-Sei quem é, só que achava que eram em quatro.. -diz e vejo que nos conhece, então realmente é da confiança de Otto.

-Sim somos, mas um está viajando. -respondo.

-Ele falou mais de você mesmo, disse que foi o melhor aluno dele e que não poderia existir melhor treinador para a máfia com sua saída. -dizia enquanto olhava para o cartão, ela sabe realmente muito, e isso é algo que eu não esperava.

-Você sabe muito... -pontuo e ela apenas abre a bolsa e parece procurar algo.

-Eu não faço ideia de onde está a Izzy. -diz e franzi o cenho sem entender. -A Olívia, é assim que ele a chamava, mas talvez não esteja tão longe assim, e possa estar nos observando agora, mas o Otto sabia que iria me ver, ele pediu pra eu lhe entregar isso. -fala e estira um pedaço de papel ao qual me entrega e pego em minhas mãos. -Eu tenho que ir, a presença dele está viva no meu peito e olhar pra esse pedaço de chão não muda isso. -fala enquanto se levanta bem devagar antes de sair.

Fico ali parado sem entender nada e com o papel na mão, por fim acordo do meu momento de devaneio e saio também do lugar. Não gosto de cemitério, não por ter medo de mortos, mas por saber que no fim vamos virar só um aglomerado de ossos num lugar qualquer.

Por mais que eu não tenha medo de mortos e acredite em nada ligado a eles tenho a impressão de que mesmo não tendo ninguém aqui parece que alguém está me seguindo enquanto ando devagar.

Caminho mais devagar ao ter certeza disso e olho pra trás, seja quem for vai se esconder para que não vejo e nesse tempo eu me escondo para que pense que fui embora. Então assim o faço e me escondo atrás de um mausoléu e como pensei alguém vem pelo conto bem devagar, quase imperceptível, mas é nessas horas que vejo que o treino da gaiola é muito eficaz e quando sinto total aproximação pego a pessoa num movimento rápido desprevenida.

Seguro a pessoa pelo pescoço e imobilizo uma de suas mãos, pois a outra ela consegue deixar solta e olho firme nos olhos da mulher que respirava ofegante pela surpresa. Ela é morena, tem olhos negros muito hipnotizadores, usava uma roupa preta e boné.

-Quem é você é porque estava me seguindo? -questiono e a pessoa resiste apenas tentando se soltar de mim.

-Me solta. -resmunga e apenas aperto mais, porém ao olhar minimamente em seu pescoço vi uma pequena tatuagem com o nome Otto, e já sabia de quem se tratava.

-Olívia?! -digo e ela não responde nada, apenas respirando fundo e com os olhos negros transbordando ódio.

Por um momento dou uma breve folgada no golpe e é nisso que ela se aproveita e dando uma joelhada nas minhas partes íntimas, se solta e saí correndo sem responder nada.

Parado tentando recuperar o fôlego, olho ela ir embora e seria inútil tentar ir atrás dela, estava a uma distância considerável.

...

No meu carro penso se aquela era realmente Olívia e algumas coisas na minha cabeça estavam fora de ordem, então peguei o papel que estava no meu bolso e abri para ler.

"Aidan, me querido amigo se está a ler essa carta tenho três certezas, a primeira é que não estou mais no mundo dos vivos, a segunda é que continua com o olho bom pra perceber as coisas e a terceira é que eu não pude resolver nada.
Meu bom aluno, que superou sem dúvidas o professor, venho a tempo protegendo minha Olívia como prometi anos atrás e com isso tive de abdicar do amor, pois a mulher que lhe entregou essas carta foi meu amor, mas eu não poderia ser egoísta e lhe deixar viver toda essa desgraça, mesmo que ela soubesse de tudo não a deixei saber do mais importante, que foi por amor a ela que não lhe deixei mais perto de mim. Há algum tempo venho recebendo recorrentes ameaças e sinais de que me acharam e a Olívia, não quis falar a você antes e envolver a máfia, mas agora peço cuide de minha filha. Nesse tempo que venho recebendo ameaças descobri coisas importantes: a primeira é que os pais de Olívia estão vivos (pois a tanto tempo sumiram que não tinha mais esperança) e a segunda é que também tem um avô que soube de sua existência e começou a lhe procurar e agora está mais perto.
Eu quis lhe proteger de todo mal, quis parar o mundo para lhe ver fazer o que gosta, mas foi impossível e com isso vieram as consequências. Como eu havia dito antes, não sou o pai biológico de Olívia, anos atrás quando ela nasceu seus pais me deram para cuidar da mesma pois não podiam ficar com ela, fomos amigos durante o período militar e ao deixarem Olívia comigo apenas disseram que era para lhe livrar de um futuro ao qual o avô lhe condenaria e que um dia voltariam para buscá-la, mas não fizeram isso, quando encontrar com ela falará mais sobre.
Desde o momento em que minha pequena se formou e quis se aventurar no mundo venho lhe acompanhando e protegendo, mas estivemos na Inglaterra algum tempo atrás e desde então as coisas ficaram estranhas e foi quando tive de contar tudo a ela, então mudou de visual e também de nome para não levantarmos suspeitas até eu entender o que ocorria, mas venho dia a dia vendo que Vincent e Valery não me contaram nada na verdade e tem coisas muito obscuras em torno disso.
Por isso Aidan te peço que junto com os meninos assumam essa responsabilidade por mim e proteja a minha filha.

Um grande abraço, Otto."

Quando acabei de ler a carta de Otto, não tentei raciocinar muito as informações, apenas olhei em torno da rua deserta e liguei o carro saindo dali para dar a volta no quarteirão a fim de achar aquela mulher que sem dúvidas é a Olívia.

A carta tinha muitas informações, pouco difundidas, o que fez minha mente fervilhar, mas o Otto sempre foi assim dizia o básico para não precisar dizer tudo.

××××

Sim o Aidan vai virar um protetor, a mando do seu treinador😝😌