Cristhian
Fui atrás dela, dando passos largos com minhas pernas
completamente moles, sentindo o ar queimar os meus pulmões à
medida que respirava sofregamente, buscando lidar com o turbilhão
de emoções que me revirava por dentro.
A ideia de que em menos de nove meses eu poderia segurar
meu filho no colo, ganhava ainda mais vida dentro de mim, e eu
estaquei no corredor, percebendo que meus dedos estavam
trêmulos de emoção. Quem me visse agora duvidaria e muito que
eu fosse o “Sr Severo”, estava mais para “Sr Gelatina”.
Por alguns instantes apenas deixei-me cair naquele precipício
emocional, fazendo-me sentir coisas que jamais imaginei ser
possível. Se antes eu já me considerava um homem protetor, agora
eu estava descobrindo que esse sentimento era ainda mais voraz
dentro de mim. Eu vou ser pai!
Oğlum[37]
.
Eu daria o mundo por essa criança que sabia da existência
há apenas alguns minutos. Começaria dando uma família. Não o
criaria fora do casamento, isso estava fora de questão para mim e
para minha honra.Anastácia estava muito errada se temia que eu fosse canalha o
suficiente para não estar presente na vida do meu bebê, era o que
podia deduzir com aquela fuga. Quero, sim, participar do seu
cotidiano, abraçá-lo todos os dias, principalmente, ensinando que,
diferentemente da cultura muçulmana na qual eu havia crescido, ela
ou ele seria livre para fazer o que quisesse, inclusive expor todos os
seus sentimentos. Eu garantiria isso.
Não iria perdoar minha karı se estivesse certo na minha
suposição, e ela ter fugido por duvidar do meu caráter.
Tal pensamento fez com que instantaneamente meu sorriso
morresse e eu fechasse a cara, forçando-me a caminhar
novamente. Tinha que concordar com a mulher, havia muitas coisas
que precisávamos conversar, e até deixar tudo muito às claras. Vi
que ela tinha ido para o banheiro de visitantes, então, munido de
determinação, fui até lá. Todos os meus pensamentos de acertar
contas foram esquecidos assim que girei a maçaneta e a vi de
joelhos em frente ao vaso sanitário. Me aproximei rapidamente dela,
segurando gentilmente as mechas que queriam cair dentro da
privada enquanto ela vomitava.
— Değerli? — sussurrei, externando minha preocupação
quando ela não reagiu a minha presença. Fiquei acariciando os fios,sem saber o que fazer para ajudá-la. Só sabia que eu tinha que
estar ali, dando aquele mínimo de conforto a ela.
— Não precisa fazer isso. — A voz saiu fraca. Tentou me
afastar, mas permaneci perto dela.
— Eu estou bem.
Suavemente toquei seu rosto, que tinha uma expressão
abatida. Vê-la assim me incomodou mais do que imaginava.
— Por favor, me deixe sozinha, a náusea não demorará a
passar. — Fez uma pausa para puxar ar nos pulmões.
Arqueei a sobrancelha.
— É algo normal na gravidez, certo? — perguntei com a voz
suave, não me movendo nem um centímetro, querendo ter certeza.
Nunca tive contato com uma mulher grávida antes, embora
algumas primas já tivessem seus filhos, então não tinha muita
informação sobre o assunto. Nem esperava que um dia iria precisar
desse tipo de conhecimento. Se fosse honesto, nunca esteve em
meus planos ser pai. Um filho não cabia na minha ambição de
figurar na lista dos homens mais ricos do mundo. Eu e Javier
tínhamos uma pequena competição para ver quem alcançava
primeiro o primeiro bilhão, valendo uma das nossas empresas doramo de alimentos. Não que o perdedor iria ficar com um grande
prejuízo, mas ambos éramos competitivos.
Agora que sabia que teria um filho, estava disposto a
descobrir tudo sobre a gestação. Não negligenciaria a minha
responsabilidade e iria auxiliar a mãe do meu bebê em todo o
processo. Enquanto pensava nisso, mais a euforia pela paternidade
me dominava. Outra vez, me peguei sorrindo.
— Infelizmente eu fui premiada com enjoos. — Deu um riso
forçado, voltando o rosto para privada. Pediu outra vez em uma voz
falha: — por favor, me deixe sozinha, Cristhian Vá para o escritório, ou
qualquer outro lugar.
Rosnei, irritado, vendo-a tentar controlar outra onda de enjoo.
Voltei a pegar seus cabelos.
— Se eu sou o pai — provoquei-a, soando arrogante —,
tenho todo o direito de estar aqui. E vou ficar.
Não respondeu, porque vomitou outra vez, e comecei
sussurrar palavras de conforto, odiando a ver passando tanto mal.
Parecendo se sentir um pouco melhor, soltei seus cabelos quando
fez menção de se levantar, apenas para agarrar o seu braço e firmá-
la.Ela fez que não com a cabeça, desvencilhando do meu
aperto, e ela foi cambaleante em direção a pia.
Bochechou um pouco de água, e nossos olhos se
encontraram através do espelho. Em conflito comigo mesmo, não
consegui decifrar no olhar dela o que passava por sua mente.
Porém, no momento que ela voltou a tocar a barriga, meu corpo
todo reagiu a essa imagem. Se antes eu a achava uma mulher
maravilhosa, fitando-a assim, com a mão acariciando suavemente o
ventre, com os cabelos desalinhados, soube que ela era gloriosa.
Encarando minha imagem, pude ver um brilho estranho nos meus
olhos, mas voltei a minha atenção para ela.
Fiquei surpreso por me sentir tão contente por ela estar
grávida.
Definitivamente, a paternidade parecia estar subindo a minha
cabeça mais rápido do que imaginava.
Não resisti e estiquei minha mão para tocar seu ventre,
sentindo como se eu tivesse recebido um choque ao acariciá-la.
Não esperava uma reação tão poderosa somente por tocar o local
em que meu bebê crescia. Fitei minha mão deslizando pela barriga
quase lisa dela e prendi o ar, sentindo meu coração bombardear
dentro do peito.Deixei-me ficar assim por uns instantes, porém senti certa
decepção ao perceber que seus olhos estavam fechados, como se
sentisse algum incômodo.
E como um raio, a preocupação pelo bem-estar dela me
invadiu. Mesmo um pouco contrariado, afastei a mão da barriga
dela, sabendo que o momento havia se quebrado. Teria outros, tinha
certeza.
— Se sente melhor, aşk?
Val abriu os olhos, fitando-me pelo espelho. Com hesitação
que era algo ridículo para mim, um homem sempre seguro, tirei uma
mecha do cabelo dela que colava ao rosto, e dei um beijo na
bochecha.
— Um pouco — murmurou —, mas preciso tomar o remédio
para o enjoo.
— Claro.
Ela deslizou para o lado para sair do banheiro, mas vendo-a
tão frágil, ergui-a em meus braços. Soltou um gritinho
desconcertado, enlaçando meu pescoço com força, como se eu
fosse a deixar cair. Reprimi o bufar enquanto caminhava com ela,
abrindo a porta com um chute.
— Posso andar com meus próprios pés. Estou bem.— Confie em mim, değerli — sussurrei, ignorando a fala dela
— nunca deixaria você e meu bebê caírem.
— Eu sei disso — falou suavemente, afrouxando o aperto.
— Então me deixe cuidar de você e do nosso bebê que já
amo só por existir — pedi e ela ficou em silêncio, não me
confrontando, apenas aninhando sua cabeça contra o meu peito.
Quando senti as lágrimas dela molharem a minha camisa,
meu coração se apertou.Continua...
Votem e comentem assim saberei se estão gostando da história.
Beijos até a próxima.
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O Pai Do Meus Bebês É O Ceo
FanfictionESSA HISTORIA NÃO ME PERTENCE Uma mocinha ferida, um milionário arrogante e uma gravidez acidental... Depois de flagrar o homem que achava que seria o seu príncipe encantado transando com uma colega em plena festa da empresa, Anastácia refugiou-se...