Capítulo 30

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Cristhian

A raiva ainda se espalhava pelo meu interior, mas isso não
impediu minha boca de deslizar pela dela em um beijo intenso.
Estava furioso com a audácia daquele homem em tentar
tomar o que era meu, e o sentimento me deixava enxergando tudo
em vermelho. Um único soco e demiti-lo não era suficiente para
aplacar minha ira, e se antes eu queria acabar com ele, agora só
descansarei quando o destruir por completo.
Mas não perdi muito tempo refletindo sobre minha vingança.
Era um pecado pensar em outra coisa a não ser naquele beijo.
Suguei os lábios generosos antes da minha língua encontrar o
caminho em direção a língua dela, enquanto minha mão tateava seu
corpo, redescobrindo suas formas, identificando que havia algo de
diferente nela, porém, minha ira ainda me impedia de raciocinar
direito.
— Senti sua falta, Cristhian — disse em meio a um arfar, sua
unha cravando em meu peito, e meu ego todo inflou pela sua reação
desejosa.
Sim, ela era minha mulher. Somente minha.
Colei nossas testas uma na outra, nossas respirações se
mesclando, e fitei aquela imensidão azul que brilhava de alegria e

algo que não soube definir. Ela tocou a minha mão.
— Machucou? — perguntou, preocupada, acariciando a
região suavemente, e a aflição dela por mim fez com que um leve
sorriso se formasse.
— Não, değerli — dei um selinho nos lábios entreabertos e
coloquei uma mecha do cabelo dela atrás da orelha — Tomarei
ações cabíveis pelo assédio que sofreu dentro da minha empresa.
— Okay, não se preocupe com isso agora. — Algo na sua
expressão me incomodou, era como se tivesse ficado subitamente
nervosa.
— Tem certeza que ele não te machucou? — rosnei, a raiva
voltando com força. — Se ele te… — me impediu de continuar,
colocando um dedo sobre meus lábios.
— Estou bem — deu um sorriso para mim, tentando
claramente me acalmar, e enlaçou meu pescoço com os dois braços
—, só não quero pensar mais nisso.
— Humm… — Minha mão deslizou pelas suas costas, até
alcançar as nádegas, trazendo-a de encontro a mim, ao mesmo
tempo que minha boca pairou sobre os seus lábios. Finalmente
identifiquei qual mudança que havia no corpo dela, a barriga antes

plana tinha uma leve ondulação, provavelmente tinha engordado
uns quilinhos.
Tanri, ela sempre seria mulher demais para mim, mesmo que
apresentasse várias das coisas que as pessoas chamam de
defeitos. O fato de ter ficado distante tanto tempo só pareceu
evidenciar ainda mais a beleza dela. E estava mais do que afoito
para apreciar toda aquela “maravilha” completamente nua, de
preferência sobre a minha mesa.
— Não estava esperando por você — umedeceu os lábios,
chamando a minha atenção para eles.
As pontas dos dedos acariciando meus ombros sobre o
paletó deixava um rastro quente mesmo com a presença do tecido.
E me perguntei se algum dia eu iria me cansar de ser tocado por
ela, um pensamento atordoante que provava ainda mais a minha
dependência, como se fosse uma droga a qual estava viciado.
— Não me pediu para planejar seu voo — sussurrou.
Percebi um brilho diferente em seus olhos, algo que não
consegui decifrar, o que me incomodou, e acabei não falando nada.
Buscando livrar-me da sensação, colei nossos lábios, descontando
em sua boca meus sentimentos confusos. Enquanto minha língua
rodopiava contra a dela, minhas mãos deslizavam possessivamente

por todo seu corpo, minha ereção roçando nos quadris deliciosos
arrancando gemidos dela. O modo como a benim değerli respondia,
agarrando-se a mim, era tudo o que precisava para começar a
despi-la, sem me importar com o fato de estarmos na recepção da
presidência. Porém, quando meus dedos começaram a subir com a
saia para cima, ela me impediu.
— Não — sussurrou com a voz entrecortada.
Empurrou-me suavemente, fazendo eu dar um passo para
trás, o que me deixou atônito. Percebi que o desejo que antes
nublava os seus olhos azuis desapareceu, e não gostei nenhum
pouco disso. Estiquei a mão, tocando uma mecha do cabelo,
sentindo a maciez entre meus dedos e voltei a me aproximar dela.
Dessa vez, ela não me rejeitou.
— Podemos ir para minha casa — inclinei-me sussurrando na
sua orelha, brincando com o lóbulo macio e o tremor que a
percorreu me fez sorrir.
Provavelmente a hesitação era por não se sentir confortável
para transarmos na minha sala, em horário de expediente, onde
podemos ser interrompidos.
— Ou para a sua casa — continuei a provocá-la,
mordiscando sua orelha. — Estou desesperado para ter você,

sevgili.
A respiração dela ficou mais acelerada, seus quadris roçaram
nos meus em uma dança instintiva, alimentando o meu desejo e a
certeza de como terminaríamos, seja em uma cama, ou contra a
primeira parede que encontrássemos.
— Masturbar-me pensando em você e no seu corpo não foi o
suficiente para mim, güzel — completei, sentindo uma onda lasciva
me percorrer ao ouvir o arfar dela. Como se fosse possível, fiquei
ainda mais excitado.
Dando um beijinho na garganta dela, movimentei o meu rosto
para fitar seus olhos e vi o desejo estampado neles, mas também
senti que ela resistia, o que me deixou confuso, estranhando sua
reação.
Um sinal de alerta soou como um sino na minha cabeça e
meus pensamentos começaram a me bombardear, buscando uma
resposta para essa reação dela, refletindo se eu fiz alguma coisa
que a desagradou. E, com isso, o ciúme começou a me corroer por
dentro quando minha única explicação plausível foi a demissão do
diretor.
Usaria todas as minhas táticas para mostrar a ela que era
minha e de mais ninguém, me apegando a necessidade que via nela

e em seu corpo.
— E eu sei que você me quer.
Dei um beijo na bochecha dela, deixando que minha
respiração tocasse sua pele, e ela gemeu. Ganhando coragem,
minha boca deslizou pelo seu rosto até encontrar os lábios
entreabertos. Tentou aprofundar o contato, mas não deixei,
provocando-a, fazendo um jogo delicioso que me fazia esquecer de
tudo.
— Não podemos, Cristhian  — disse baixinho, a racionalidade
dela ganhando a queda de braço.
Um enorme vazio me encheu, obrigando-me a remover
minhas mãos dela e dar dois passos para trás. Não havia mais
ciúmes, fúria, apenas certa decepção, porque imaginei que nossa
conexão tinha se aprofundado durante o período que estive fora.
Mas nunca iria forçá-la a fazer aquilo que não queria.
— Tudo bem, değerli — falei suavemente.
Peguei a mão dela e deixei um beijo no dorso, como se
dando a ela a confirmação de que realmente estava tudo bem.
Estranhamente, o conforto dela me era mais importante do que o
meu próprio.

— Precisamos conversar primeiro… — disse com certa
hesitação ao fitar meu rosto, com a voz trêmula, ao passo que
erguia um pouco o queixo como se buscasse nisso certa confiança.
Um calafrio percorreu a base da minha coluna ao ouvir essas
três palavras que costumavam pressagiar algo ruim. Senti uma
camada de suor frio cobrir a minha pele, e meu coração começou a
bater acelerado. Nunca senti tanto medo em minha vida, na
verdade, pânico, por pensar que, mesmo me desejando, ela
colocaria um fim em tudo.
O tempo parecia suspenso enquanto nos fitávamos, cada um
preso nos seus próprios pensamentos, nossas respirações ficando
aceleradas. A senti se desvencilhando dos meus dedos e baixando
a mão, o que roubou minha atenção. Acompanhei seus movimentos,
sentindo a perda do contato, e a vi tocar o ventre, protetoramente.
Demorei a processar o significado do seu gesto, até que meu
coração pareceu que iria saltar pela boca. Uma emoção estranha,
desconhecida, percorreu o meu corpo, me deixando letárgico,
eufórico e igualmente confuso.
Quando Ana  percebeu o que estava fazendo, rapidamente
removeu a mão, como se tivesse feito algo de errado, e eu olhei
novamente para o seu rosto, fixando meus olhos nos dela. Encontrei

a verdade no embaraço presente em seu olhar, uma confirmação
que me jogou ainda mais para o mar de sensações e sentimentos
contraditórios.
— Você está...
Balançou a cabeça em concordância, fazendo com que
alguns cachos balançassem.
Estaquei.
Ela estava grávida. E eu era o pai.
Era arrogante demais para duvidar sequer por um momento
de que o filho não seria meu.
— De quantas semanas? — Minha voz soou trêmula, meu
corpo estremecendo.
— O exame de sangue diz que engravidei naquela noite da
festa.
— Por Allah!
Fui tomado pela alegria da descoberta e pela incredulidade
por não saber como havia acontecido, já que, depois do reencontro
dos nossos corpos, em meio ao banho, ela tinha me dito que estava
tomando pílulas. Estava processando ainda essa avalanche de
sentimentos quando notei o pânico nos olhos dela, como se tivesse
medo de mim, e a vi sair correndo, fugindo de mim. Pela terceira
vez.

Continua...

Votem e comentem assim saberei se estão da história.

Beijos até a próxima.

O Pai Do Meus Bebês É O CeoOnde histórias criam vida. Descubra agora